Patadas y Gambetas

Que o Grêmio abra o olho com Pulguita Rodríguez, o PR7
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Tales Torraga

Bien, o Grêmio é sim um time bem respeitado pelos argentinos. Não há dúvidas: Kannemann e companhia sabem bem o que fazem diante das raspadas e das tentativas de ataques às vezes um pouco alucinadas dos times daqui. Ninguém, como os gaúchos, deixam pelo caminho Lanús, Independiente e Estudiantes caso não tenham, em cada trava da chuteira, o manual de como combater argentinos em mata-matas e até mesmo em finais, como as das últimas Libertadores e Recopa.

Mas nem Lanús, nem Independiente e muito menos o Estudiantes tiveram, no ataque, um tipo tão ameaçador como Pulguita Rodríguez, o PR7 do Atlético Tucumán que está escrevendo uma história das mais lindas da Libertadores.

PR7 contra Kannemann e companhia – Caricartoons/Reprodução

Explicando para um brasileiro, diríamos que o PR7 do Tucumán mescla qualidades de Romário e Maradona. De Romário, a sua baixa estatura e seu descomunal faro de gol. O apelido ''Pulguita'' é claro o suficiente para descrever o seu estilo e o seu atrevimento no alto do seu 1,67 metro e dos seus 71 quilos. Ao contrário do CR7 europeu, o PR7 argentino não é nenhum superatleta, menos agora, aos 33 anos, mas exerce nos seus companheiros um fascínio digno de Maradona.

(Maradona, aliás, que convocou o Pulguita para a seleção em 2009 e lançou uma frase para a história: ''Ele tem a mesma picardia que eu tinha''.)

O time do Tucumán é, óbvio, muito limitado, mas tem uma rara força jogando em sua casa, o Monumental José Fierro, que nesta noite estará colmado por quase 40 mil pessoas em um lugar onde só cabem oficialmente 32.500. Eles não perdem em casa há seis meses. Boca, Racing e Newell's não conseguiram ganhar lá. O Atlético Nacional da Colômbia tampouco: levou um 2 a 0 fatal na ida das oitavas.

E onde o Pulguita pula nessa? Como o maior ídolo da história do Tucumán e com seus 125 gols marcados nos 316 jogos vestindo a camisa do ''Decano'', como é chamado o clube fundado em 1902. O PR7 está inspirado. Joga a Libertadores como um verdadeiro guerreiro, correndo e trombando sem parar, e ainda é capaz de maravilhas com a bola, como os três gols – um deles un golazo – que marcou na vitória por 3 a 0 sobre o Tigre no último final de semana pelo Argentino.

''Enfrentar o Grêmio é o maior momento da história do clube'', disse ele depois de ser substituído ao anotar o terceiro gol da vitória contra o Tigre. E onde há a história do Tucumán, há, claro, os 50 tons de Pulga, que é tão idolatrado por lá que prefere morar a 50 quilômetros de distância da sede do Atlético, em sua cidade-natal, Simoca, para viver tomando seus mates sem ser assediado.

O Grêmio vai ter diante de si um time extremamente humilde e ainda mais valente. Nesta Libertadores repleta de portenhos, como Boca, River e Rojo, o Tucumán conta com a torcida do país todo. ''O Tucumán é o melhor time argentino desta Libertadores. River e Boca têm craques. O Tucumán não, é o seu conjunto. É um orgulho que o Atlético receba o Grêmio. Um time do interior, muito distante dos portenhos poderosos. Me enche de orgulho que os tucumanos estejam aí'', analisou ontem o apresentador Alejandro Fantino, uma das vozes mais influentes do rádio argentino.

Não custa, Grêmio: ojo! Los dos. Bien pero bien abiertos.


‘Água batizada de Branco é desculpa’, dispara massagista da Argentina em 90
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Tales Torraga

Fisioterapeuta e massagista da seleção argentina nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, Miguel Di Lorenzo, mais conhecido como Galíndez, declarou ao site ''Infobae'' nesta segunda-feira (17) que a famosa história da ''água batizada'' dada a Branco no Brasil x Argentina do Mundial de 1990 é uma ''desculpa'' entregue pelos brasileiros para justificar a derrota ocorrida no duelo de 28 anos atrás.

Miguel Di Lorenzo, o Galíndez – Julieta Ferrario/Reprodução Infobae

As duas maiores seleções da América do Sul se enfrentaram nas oitavas de final daquela Copa, realizada na Itália, e a Argentina venceu por 1 a 0, gol de Caniggia depois de uma jogada épica de Maradona. Tão relembrada quanto a maravilhosa sequência de dribles do gênio argentino é a escabrosa história que ele mesmo revelou 15 anos depois: o então técnico Carlos Bilardo incumbiu Galíndez de picar comprimidos de calmante em uma água que seria entregue ao lateral-esquerdo Branco, responsável pelas cobranças de falta daquele Brasil.

''Não sei porque continuam falando disso'', respondeu Galíndez ao ''Infobae'' sobre a famosa ''água batizada''. ''Não tenho nada o que dizer, absolutamente nada. É uma desculpa. Sempre uma coisa, a outra, e me metem no meio, mas aquela água o Carlitos Giusti tomou também. Eu dei água a todos, porque estava atendendo Pedrito Troglio'', declarou o massagista que hoje está com 73 anos, contrariando o vídeo que o mostra conversando com Giusti para trocar de garrafa.

Ele respondeu outras três perguntas referentes ao episódio:

Você pensava que seguiriam falando da água depois de tantos anos?
 É sempre o mesmo. Cada um que tire sua conclusão. Eu tenho a consciência tranquila.

Conversou alguma vez com Branco?
-Sim, nos cruzamos no Brasil. Ele me disse ''filho da puta, você me envenenou'', e eu respondi ''Te envenenei? Você está louco…''. Isso foi no Brasil. Depois, não o vi mais.

Te incomoda que sempre que falem de você, falem da água batizada?
-Me incomoda que só se fale disso. Não tem mais sentido.

Depois de passar por sérias dificuldades de saúde e dinheiro, Galíndez hoje trabalha na Secretaria de Esportes de La Matanza, nos arredores de Buenos Aires. E tem planos mais ousados: quer voltar à seleção como manager. E, por supuesto, dispara para todos os lados: ''Jorge Sampaoli resolveu lamber a bunda de jogadores como Messi, que não é campeão na Argentina como é na Europa'', disparou. ''A AFA precisa de gente lutadora. Estive 12 anos na seleção, conheço tudo de ponta a ponta.''


‘Maradona quis a camisa 10 porque amava Pelé’, diz Menotti
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Tales Torraga

Técnico campeão mundial com a Argentina em 1978, César Luis Menotti deu uma surpreendente declaração sobre como Diego Armando Maradona passou a usar a camisa 10 em sua seleção. Menotti foi o primeiro treinador de Maradona na equipe nacional, comandando o astro entre 1977 e 1982, dos 16 aos 21 anos.

''Diego me falava sempre que queria usar a camisa 10. E ele a queria tanto pelo seu amor por Pelé. A camisa mais famosa do mundo era a 10 de Pelé. Até que Diego pediu a Kempes, que vestia a 10, e Mario aceitou sem nenhum problema'', afirmou Menotti à Rádio Güemes, da Argentina.

Maradona e Pelé na 'Noche del Diez', em 2005 – Divulgação

Quem ouve tal história custa a entender que Maradona e Pelé, famosos pela eterna troca de farpas, mantinham uma relação das mais cordiais. Como o blog já narrou, Pelé era um dos ídolos de juventude de Maradona, que chegou até mesmo a tietá-lo no Rio em 1979, quando tinha apenas 18 anos. A outra grande referência de talento para Diego era Ricardo Bochini, cracaço do Independiente, clube pelo qual Maradona torcia na infância. Não dá para esquecer também da idolatria de Diego por outro brasileiro: Roberto Rivellino.

Maradona e Pelé só passaram a se atacar no começo dos anos 90, quando o gênio argentino teve o seu vício em cocaína escancarado publicamente e passou a ser muito criticado – por Pelé, inclusive.

O assunto sobre a camisa 10 surgiu nesta semana na Argentina porque a seleção azul e branca resolveu guardar o número à espera de Messi. Menotti desaprovou tal atitude: ''Não me parece que seja o correto e não me parece que isso faça alguma diferença a Messi'', afirmou o ex-treinador, hoje com 79 anos. ''Para mim, ele vai voltar à seleção, mas não é preciso fazer nenhum grande esforço para trazê-lo.''

Além de treinar Maradona no período que muitos entendem ter sido o auge do Diez argentino, Menotti jogou com Pelé no Santos. E não tem dúvidas sobre quem foi melhor: ''Pelé foi muito melhor que Maradona'', nos contou o ex-técnico em uma saborosa entrevista dada em 2016.


Há 25 anos, Maradona chegava ao Newell’s. Veja documentário
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Tales Torraga

Clube que revelou Lionel Messi, o Newell's Old Boys contou também com ninguém menos que Diego Armando Maradona, que chegou a Rosário há exatos 25 anos.

Messi e Maradona. Un lujo, eh.

Por algo os leprosos são conhecidos como os ''líricos de Rosário'' – em contraste aos canallas do Central, rústicos e empurrados pela torcida mais louca do país.

A efeméride maradoniana não passaria em branco, e este aniversário é a ocasião perfeita para ver o emocionante documentário que trata, com a habitual paixão argentina, a sua passagem pelo Parque Independência, cancha do Newell's. O nome é peremptório: ''Un Dios en el Parque''. Hoje, como não poderia deixar de ser, é ''Dia de San Diego'' para muitos torcedores do Newell's.

Maradona – tal informação talvez surpreenda os brasileiros… – é tratado até hoje pelos torcedores mais velhos do Newell's como o maior jogador da história da Argentina. Nada de Messi.

Diego chegou ao Newell's no total improviso. Sem clube desde brigar com Carlos Bilardo e sair do Sevilla em junho, sua volta à seleção era pedida por toda a Argentina depois da humilhante goleada sofrida pela Colômbia por 5 a 0 no Monumental de Núñez. Diego acertou sua chegada a Rosário justamente para se colocar em condições de vestir a azul e branca na Repescagem daquelas Eliminatórias, contra a Austrália.

Sobre o restante da sua passagem pelo Newell's, vale conferir o vídeo, interessante também para rever jogadores famosos no Brasil pelos embates com o São Paulo nas Libertadores de 1992 e 1993. O goleiro-roqueiro Scoponi é um deles.

Disfrútenlo.

A quem gostar, outro vídeo marcante desses tempos está aqui com o teipe de Newell's x Vasco, janeiro de 1994, com Dener de um lado e Maradona do outro (apenas isso).


Por que Tevez e Pratto estão batendo boca na Argentina?
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Tales Torraga

Carlitos Tevez e Lucas Pratto estão em pontos totalmente diferentes nas suas trajetórias na Argentina, mas andam trocando farpas de um modo até mesmo surpreendente. O atacante do River não economizou nos auto-elogios, disparando na semana passada ao Fox Sports do país a seguinte opinião para a pergunta 'Quem é melhor, o River copeiro ou o Boca que desfilou nos torneios locais?'.

Tevez e Pratto /El Intransigente/Montagem

A resposta de Pratto:

''Para mim, nós somos melhores porque confio nos meus companheiros, pelo que demonstramos a cada jogo e sobretudo no caráter. O Boca tem uma grande equipe e ganhou os últimos dois campeonatos. E a partir de agora, vamos tentar brigar pelo título'', afirmou.

Os apresentadores ressaltaram a palavra ''caráter'', e Pratto argumentou: ''No caráter somos mais que a maioria das equipes argentinas, mas temos que demonstrar isso jogo a jogo para ser o time mais respeitado do país''.

Ao ser questionado no último sábado sobre as afirmações de Pratto, logo depois da vitória do Boca sobre o San Martín de Tucumán pela Copa Argentina, Carlitos cravou:

''Acho que ele precisa demonstrar que é torcedor do River'', rebateu, lembrando que Pratto é cria do Boca e já admitiu que torcia para o clube xeneize na infância. ''Ele quer ficar bem. É a opinião dele, a respeito, mas é óbvio que não concordo, porque temos mais Copas que eles'', seguiu, lembrando que o Boca tem seis Libertadores e o River, três.

Tevez, então, fechou a sua resposta da seguinte maneira: ''Em 15 dias nos vemos'', fazendo referência ao Boca x River que será disputado na Bombonera no próximo dia 23 pelo Campeonato Argentino. Pode ser o último superclássico da carreira de Carlitos, e será o primeiro de Pratto pelo River.

Até os técnicos entraram no meio para apaziguar o clima ruim gerado pelas declarações de lado a lado. Guillermo Barros Schelotto, técnico do Boca, driblou a resposta: ''Os técnicos falam sobre os técnicos, os jogadores falam sobre os jogadores'', disse.

Já Marcelo Gallardo, do River, foi mais profundo neste domingo: ''O que Pratto disse foi desnecessário. Não é o nosso perfil. Aqui não somos de sacar chapa (algo como 'botar banca'). Tem que entrar e jogar'', afirmou. ''Pratto é um bom rapaz e não é agressivo, mas vou falar com ele.''

Sobrou, ainda, uma indireta a Tevez: ''Essas respostas e essas repercussões não servem para nada''.


Opinão: Scaloni faz o que Sampaoli, Bauza e Martino não tiveram coragem
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Tales Torraga

Não se sabe por quanto tempo Lionel Scaloni estará à frente da seleção. Mas a Argentina que joga a partir de 0h (de Brasília) deste sábado (8) contra a Guatemala, não se sabe se por vontade própria ou por pedido dos dirigentes, é o que deveria ser a Argentina depois da final perdida para a Alemanha em 2014. A esperada e necessária renovação chegou. Aleluya! Ela nunca ocorreu até aqui. Gerardo Martino (em menor medida), Edgardo Bauza e Jorge Sampaoli não se animaram.

Lionel Scaloni, técnico interino da Argentina – AFA/Divulgação

Lionel Messi não foi convocado, assim como Javier Mascherano, Lucas Biglia, Gonzalo Higuaín, Sergio Agüero e Ángel Di María, todos importantíssimos em seus clubes, mas de escasso aporte na seleção. A ausência deles marca um antes e depois, em que pese os jogos contra a Guatemala e contra a Colômbia, na próxima terça, ambos nos Estados Unidos, sejam quase insignificantes.

Mas o termômetro desta renovação não é só quem está fora, mas sim quem aparece entre os 29  convocados. Há espaço para confirmações como Armani, Acuña, Tagliafico, Funes Mori, Meza e Pavón. Mas também para aqueles que Sampaoli não conseguiu embalar na equipe que foi a Rússia, como é o caso de Dybala, Lo Celso e Paredes, assim como os preteridos de última hora, como Mauro Icardi, Lautaro Martínez e Germán Pezzella.

O futebol local também foi acariciado. Estão Alan Franco, Di Plácido, Bustos, o Monito Vargas, Exequiel Palacios e Pity Martínez, mostrando que haverá espaço para aqueles que se destacam nos duros gramados nacionais, e tal análise vale também para o gremista Kannemann, um dos melhores zagueiros em atividade no Brasil já há um bom tempo.

É preciso ver agora se o próximo técnico, aquele que vai surgir depois do término do ''ciclo por tempo indeterminado de Scaloni'', vai continuar a revitalizar a seleção. Está claro: o treinador do Sub-20 assumiu a tarefa mais pesada, e o custo a se pagar é nulo. Bem diferente  de Martino, Bauza e Sampaoli, que ficariam muito mais expostos por tomar este tipo de decisão. Ojo: o tempo não lhes deu razão. A postura conservadora custou caro.

O primeiro passo foi dado. E quem deu foi Scaloni, o selecionador menos pensado. Do outro lado não havia nenhum precipício. Só era necessário ter coragem para avançar.

* Com o fenómeno Martín Voodg, em Buenos Aires


‘Messi se deprime quando está na seleção’, diz ex-volante Mancuso
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Tales Torraga

Auxiliar de Diego Armando Maradona na Copa do Mundo de 2010, o ex-volante Alejandro Mancuso, de passagens por Palmeiras, Flamengo e Santa Cruz, deu fortes declarações na Argentina nesta terça-feira (4) sobre o trabalho desempenhado por Lionel Messi naquele Mundial de oito anos atrás.

Mancuso dá entrevista na TV argentina em julho – Reprodução

''Messi não te impõe nomes, isso é mentira. Ele deve ter outros defeitos, deve ter o defeito de que há um momento em que ele se deprime e não se entende o porquê, ou o momento em que a equipe precisa metê-lo dentro do grupo e ele parece que está fora, mas este é um problema nosso, dos treinadores'', afirmou Mancuso ao programa Súper Deportivo Radio, da Radio Villa Trinidad.

Mancuso, hoje com 50 anos, deu outros detalhes sobre o convívio com Messi naquele Mundial.

''Diego lhe perguntou com quem gostaria de jogar, e ele respondeu para nunca mais perguntar algo assim, porque ele não sabia o que responder, que para ele dava o mesmo jogar com qualquer um. Por isso, se você acha que Messi arma o time, não iam jogar Acuña, Meza…Impossível, porque Messi nem os conhecia. A pergunta é saber por que na Rússia não jogaram Di María, Higuaín e etc.''

O ex-volante alfinetou também os atacantes que jogam ao lado de Messi: ''Se Higuaín ou Palacio fizessem os gols que perderam contra a Alemanha, Messi hoje seria consagrado e teria um monumento no Obelisco.''

Quem não assimilou bem as declarações de Mancuso foi o próprio Maradona. Em uma postagem em seu Instagram nesta madrugada, ele fuzilou o antigo companheiro de trabalho: ''Já que Mancuso diz que Messi se deprime, há que perguntar a ele se ele estava deprimido com o 4 a 0 (para a Alemanha) enquanto ele recolhia o dinheiro da China depois de enganar Maradona'', detonou.

Maradona e Mancuso eram amigos muito próximos, até um rompimento intempestivo logo depois do Mundial da África do Sul. Segundo o El Diez, o ex-volante falsificou sua assinatura para assegurar contratos polpudos cujo dinheiro Diego segue até hoje sem ser.


Racing lidera o Argentino pela 1ª vez desde 2014
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Tales Torraga

O Campeonato Argentino tem um novo líder. Depois de ser atropelado pelo River Plate e ser eliminado da Libertadores no último meio de semana, o Racing bateu o Rosario Central por 2 a 0 na manhã de domingo em Avellaneda e assumiu a ponta do campeonato pela primeira vez depois de três anos, oito meses e 16 dias.

Naquele 15 de dezembro, a equipe comandada por Diego Cocca venceu o Godoy Cruz por 1 a 0 e terminou dando a volta olímpica. O time de Chacho Coudet ainda está bem longe disso. O Argentino recém-terminou a sua quarta rodada de um total de 25 – seguindo o calendário europeu, como bem quer os organizadores.

Festa do Racing, líder do Argentino – Racing/Divulgação

O Racing tem um time bom o suficiente para brigar pelo título, embora o vizinho Independiente e principalmente o Boca Juniors demonstrem que contam com elencos melhores. Ainda assim, a vitória por 2 a 0 sobre o Central, com gols de Licha López e Augusto Solari, mostram que o Racing não pode ser descartado da briga. Ricardo Centurión foi punido pela briga e pela provocação a torcida do River ficando no banco de reservas e não entrando em momento algum durante o jogo. Coudet deu um duplo castigo: ele não jogou e foi muito vaiado pelos fanáticos. Ojo.

Mais um item a favor do Racing? Só volta a campo agora depois da pausa para os amistosos da data Fifa, quando visita o Lanús no dia 16 de setembro.

A concorrência ao time de Coudet promete ser brava. O Racing soma dez pontos, contra nove do Central e sete de Banfield e Boca – a equipe de Guillermo Barros Schelotto atropelou o Vélez na Bombonera com um 3 a 0 extremamente fácil.

A decepção, mais uma vez, é o River Plate. Time mais copeiro da Argentina nos últimos anos, ocupa uma pálida 18ª colocação, com quatro empates em quatro rodadas e um único gol marcado (un golazo, aliás, do colombiano Quintero contra o San Lorenzo no Nuevo Gasómetro no sábado passado).


Argentina atinge presença recorde nas quartas da Libertadores
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Tales Torraga

Maior campeã da história da Libertadores, com 24 títulos, contra 18 do Brasil, a Argentina já registra um recorde na edição 2018. Pela primeira vez, quatro times do país avançam juntos para as quartas de final da Copa. São eles: River Plate e Independiente, que se enfrentam em dois jogos certamente inesquecíveis, Boca Juniors (pega o Cruzeiro) e Atlético Tucumán (encara o Grêmio).

A Argentina copeira que sonha em conquistar a América – Montagem/Olé

O levantamento recua até 2000, quando a Libertadores mudou o seu formato. Até 1999, eram, no máximo, somente três os representantes argentinos: dois classificados e o eventual campeão do ano anterior.

O recorde até aqui era de três argentinos nas quartas, o que ocorreu em 2005, 2014 e 2017. Em 2005, eram Banfield, Boca e River. Em 2014, o trio argento era San Lorenzo, Lanús e Arsenal, enquanto no ano passado os clubes do país foram River, Lanús e San Lorenzo.

O Boca é o time que mais vezes atingiu as quartas de final desde a mudança de 2000: 12 vezes. O River vem atrás, com oito, enquanto o Tucumán e o heptacampeão Independiente alcançam esta fase pela primeira vez desde então.


Tevez cogita antecipar aposentadoria e ser presidente do Boca em 2019
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Tales Torraga

Carlitos Tevez está mesmo nos últimos minutos de sua carreira de jogador. Aos 34 anos, ele precisou contar com uma interferência do presidente do Boca, Daniel Angelici, para entrar na lista de relacionados do clube para a partida desta quinta (30) contra o Libertad, no Paraguai.

Consciente de que perdeu espaço em um time que conta com atacantes mais jovens e hoje mais competentes que ele, casos de Wanchope Ábila, Darío Benedetto e Mauro Zárate, Tevez já fala abertamente em antecipar a sua aposentadoria, prevista para o ano que vem ou, em caso de título do Boca nesta Libertadores, até mesmo neste 2018. ''Se faço mal ao time, saio, sem o menor problema'', afirmou ontem (29) à Rádio La Red, de Buenos Aires, antes de embarcar a Assunção.

Tevez, porém, pensa em sair de campo, mas não do Boca. O seu recuo esportivo tem menos a ver com a benevolência com os companheiros e mais com seus planos políticos fora das quatro linhas. E é este tom político, de ''líder positivo'', de ''ídolo agregador'', que ele quer cultivar em suas últimas patadas y gambetas nos gramados com um objetivo bem específico.

Tevez abraça Daniel Angelici, presidente do Boca – TyC Sports/Reprodução

O blog teve acesso a e-mails recebidos por sócios xeneizes com enquetes a respeito do futuro do clube – era exatamente este o título da mensagem, ''Enquete para o futuro do Boca'', com uma lista de 11 nomes do oficialismo para a próxima eleição à presidência, em dezembro de 2019. E o nome de Tevez é um dos que consta nesta relação.

O oficialismo comanda o Boca desde os tempos de Mauricio Macri, há mais de 25 anos, e hoje tem força na figura de Daniel Angelici, que não vai se candidatar à reeleição ao cargo que ocupa desde 2011. O nome preferido de Angelici é Christian Gribaudo, hoje secretário do clube, enquanto Macri, o atual presidente da Argentina, prefere o ator Adrián Suar.

Mas todos os que vivem o ''mundo Boca'' sabem que uma derrota do time nesta Libertadores vai abalar totalmente os planos dos oficialistas para se manter no poder. É aí que entra Tevez, que tem o interesse e a força política necessária – aliada ao importantíssimo respaldo que viria de Angelici e Macri – para reverter as derrotas da equipe em campo. Na leitura de todos, Tevez seria a ''bala de prata'' do oficialismo nesta condição.

O cenário mais curioso que se projeta na eleição de 2019 é Tevez ter como o concorrente da oposição ninguém menos que Juan Román Riquelme, um nome certo para o pleito. Enquanto o oficialismo ainda traça o seu representante, Riquelme é a escolha única da oposição. Desde que se retirou dos gramados, em 2015, Román apenas se prepara politicamente para o seu momento, e o seu entorno diz que enfim chegou a hora.

A presença de ex-jogadores nas presidências dos clubes está longe de ser rara na Argentina – vide o caso vigente de Juan Sebastián Verón no Estudiantes de La Plata ou o de Daniel Passarella no River Plate até 2013. Carlos Babington, no Huracán, também é outro exemplo recente.

Na atualidade, um outro jogador com largo passado na Argentina, ''El Matador'' Marcelo Salas, é presidente do Deportes Temuco, do Chile.