Ministra argentina teme tragédia na final River x Boca: ‘Descontrole total’
Tales Torraga
Não falta realmente mais nada para pintar esta final de Libertadores da América com a maior cota possível de drama e loucura. Em plena quinta-feira (22) útil em Buenos Aires, nada menos que 80.000 fanáticos xeneizes entupiram as adjacências da Bombonera no treino aberto realizado pelo Boca em seu histórico estádio, cuja capacidade oficial é de 50.243 pessoas. É claro que nem todo mundo pôde entrar – houve quebra-quebra e brigas nos arredores. E nem era jogo.
O episódio serviu para deixar as autoridades argentinas (ainda) mais alarmadas com a possibilidade de conflitos depois da decisão marcada para as 18h (de Brasília) deste sábado (24), no Monumental de Núñez. ''O que aconteceu na Bombonera foi um descontrole total. A dois dias do jogo que vamos ter, não podemos abrir um estádio assim'', afirmou, ao canal de TV TN, a ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, que determinou o fechamento do estádio – algo que será revertido ainda nesta sexta com o pagamento de uma multa por parte do Boca. Afinal, a Bombonera precisa estar imediatamente habilitada e em condições de abrigar, já neste sábado, a festa pelo título, caso ele venha a ocorrer.
A ministra fez pesadas críticas ao Boca e disse que haverá uma conversa na tarde e noite desta sexta para afinar o operativo de segurança que estará vigente em Buenos Aires: ''Não podemos pensar só no jogo, mas também nas comemorações. O que aconteceu na Bombonera foi inaceitável e inconveniente. Era impossível estar em um lugar repleto de gente sem saber quem entrava e quem ficava fora. Estamos diante de um acontecimento importante e é necessário pensar em tudo para evitar uma tragédia'', seguiu Bullrich à TN.
A decisão da Libertadores contará com presença de uma só torcida no Monumental, a do River. Maior do que a apreensão pelo resultado, e ela é do tamanho do Obelisco, só mesmo o pânico pela possibilidade de conflitos.
Tanto é assim que as rádios de Buenos Aires iniciaram uma campanha ao estilo ''tire sarro com moderação'', enquanto os principais jornais do país nesta sexta reforçam – como se fosse necessário – que o torcedor, antes de qualquer resultado, é também um ser humano que merece respeito.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo governo argentino em 2009 – e cujos dados se repetiram em 2012 – as torcidas de River Plate e Boca Juniors respondem exatamente por 73% da população argentina. O Boca leva vantagem: 40,6% contra 32,4%.