Patadas y Gambetas

Ministra argentina teme tragédia na final River x Boca: ‘Descontrole total’
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Tales Torraga

Não falta realmente mais nada para pintar esta final de Libertadores da América com a maior cota possível de drama e loucura. Em plena quinta-feira (22) útil em Buenos Aires, nada menos que 80.000 fanáticos xeneizes entupiram as adjacências da Bombonera no treino aberto realizado pelo Boca em seu histórico estádio, cuja capacidade oficial é de 50.243 pessoas. É claro que nem todo mundo pôde entrar – houve quebra-quebra e brigas nos arredores. E nem era jogo.

Capa do ''Olé'' nesta sexta – Reprodução

O episódio serviu para deixar as autoridades argentinas (ainda) mais alarmadas com a possibilidade de conflitos depois da decisão marcada para as 18h (de Brasília) deste sábado (24), no Monumental de Núñez. ''O que aconteceu na Bombonera foi um descontrole total. A dois dias do jogo que vamos ter, não podemos abrir um estádio assim'', afirmou, ao canal de TV TN, a ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, que determinou o fechamento do estádio – algo que será revertido ainda nesta sexta com o pagamento de uma multa por parte do Boca. Afinal, a Bombonera precisa estar imediatamente habilitada e em condições de abrigar, já neste sábado, a festa pelo título, caso ele venha a ocorrer.

A ministra fez pesadas críticas ao Boca e disse que haverá uma conversa na tarde e noite desta sexta para afinar o operativo de segurança que estará vigente em Buenos Aires: ''Não podemos pensar só no jogo, mas também nas comemorações. O que aconteceu na Bombonera foi inaceitável e inconveniente. Era impossível estar em um lugar repleto de gente sem saber quem entrava e quem ficava fora. Estamos diante de um acontecimento importante e é necessário pensar em tudo para evitar uma tragédia'', seguiu Bullrich à TN.

A decisão da Libertadores contará com presença de uma só torcida no Monumental, a do River. Maior do que a apreensão pelo resultado, e ela é do tamanho do Obelisco, só mesmo o pânico pela possibilidade de conflitos.

Tanto é assim que as rádios de Buenos Aires iniciaram uma campanha ao estilo ''tire sarro com moderação'', enquanto os principais jornais do país nesta sexta reforçam – como se fosse necessário – que o torcedor, antes de qualquer resultado, é também um ser humano que merece respeito.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo governo argentino em 2009 – e cujos dados se repetiram em 2012 – as torcidas de River Plate e Boca Juniors respondem exatamente por 73% da população argentina. O Boca leva vantagem: 40,6% contra 32,4%.


Ausência de Scocco pode decidir Libertadores
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Tales Torraga

''Se complicó'', como dizem os argentinos.

A ausência do lesionado Nacho Scocco é uma baixa e tanto para o River Plate, que contou com dois gols seus nas últimas duas vitórias sobre o Boca Juniors neste 2018. O ponto forte do Boca nesta superfinal da Libertadores é justamente o ataque, com Ábila, Benedetto, Tevez, Villa, Zárate, Cardona e quem mais puder ser usado por ali (o pibe Espinoza, talvez?).

Já o River carece de variantes ofensivas para a partida que começa às 18h (de Brasília) deste sábado (24) no inflamado e infartado Monumental de Núñez.

Ah sim, a ausência de Scocco é uma baixa mais considerável que a de Pavón, também machucado. 1) Scocco já provou sua capacidade em jogos difíceis, o que não ocorreu com o jovem Pavón. 2) O único pendurado ausente do River, Santos Borré, é atacante. Ou seja: o Millonario entra nesta superfinal com um desfalque duplo em sua zona mais carente.

Técnico do River, Marcelo Gallardo testou três formações nesta quarta-feira, dia em que ficou oficializada a ausência de Scocco por uma lesão na panturrilha. Para se ter ideia da dificuldade do treinador, os substitutos de Nacho são o veterano uruguaio Rodrigo Mora, que atuou pouco nesta temporada, e o juvenil Julián Álvarez, de só 19 anos, que tem pouco mais que 90 minutos na primeira divisão.

Como sabe que seu poder de gol diminuiu, a principal tentativa do Muñeco Gallardo será fechar ainda mais a sua defesa para evitar tomá-los. A opção A do treinador é repetir a linha de cinco no fundo que começou a partida da Bombonera. Além do goleiro Armani, a defesa teria Montiel, Martínez Quarta, Pinola, Maidana e Casco. O meio-campo contaria com Ponzio, Nacho Fernández e Exequiel Palacios, com Pity Martínez e Pratto à frente.

O plano B de Gallardo seria reservar quatro na defesa (Montiel, Pinola, Maidana e Casco) e mesclar, no meio, dois homens de combate, como Ponzio e Enzo Pérez, com dois mais verticais, como Palacios e Nacho Fernández. O ataque não teria mudanças, com Pity e Pratto à frente.

A opção C incluiria Mora logo de arranque, ao lado de Pratto. A defesa seguiria com quatro, com um meio-campo mesclado com Ponzio, Palacios, Fernández e Pity Martínez. É a escalação mais ousada que Gallardo tem ao seu dispor.

A outra razão de temor em Núñez com a ausência de Scocco é a baixa rotação dos reservas e o verdadeiro desastre que uma lesão representaria pela pequena quantidade de opções. As entradas dos suplentes estão bem demarcadas desde o começo. Exemplo: o meia colombiano Juanfer Quintero vai entrar no segundo tempo. Vale lembrar que a superfinal terá prorrogação em caso de empate, com uma quarta alteração autorizada – o difícil é o River encontrar quem colocar.

Teremos pênaltis?

O River já anunciou que vai simplesmente triplicar os postos de atendimento médico no Monumental neste sábado. Talvez não seja o suficiente.


Messi decide que volta à seleção argentina em março
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Tales Torraga

A camisa 10 que ficou à espera de Lionel Messi na seleção argentina voltará a ser vestida por ele na janela Fifa que vai de 18 a 26 de março de 2019, segundo apurou o blog. Ainda não há adversários definidos – só mesmo a intenção do craque, que já se reuniu com o Barcelona e com a Adidas para comunicar a sua decisão.

Outra informação apurada pelo blog na vitória de 2 a 0 da Argentina ontem (20) sobre o México em Mendoza foi a efetivação do interino Lionel Scaloni para a Copa América que será realizada no Brasil no ano que vem. E Messi teve influência também nisso. Chiqui Tapia, presidente da AFA, contou a interlocutores que o astro do Barcelona destacou os bons modos e a maneira sempre gentil pela qual foi tratado por Scaloni nas três conversas que ambos tiveram sobre possíveis convocações ainda neste 2018. Um alento para quem terminou o período de trabalho com Jorge Sampaoli quase sem diálogo com o ex-treinador.

É bem provável que Tapia se encontre com Messi em Barcelona ainda neste final de ano para acertar os detalhes da sua volta. A única condição sugerida pelo clube catalão para a sua saída para a seleção é um bom desempenho nas tabelas da Liga dos Campeões (o Barça é o primeiro do Grupo B) e do Campeonato Espanhol (é o líder, seguido de perto pelo Sevilla).


Opinião: Pity ‘Martírio’ é o novo Riquelme
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Tales Torraga

A semana anda mais tensa em Buenos Aires. A final River Plate x Boca Juniors – neste sábado, às 18h (de Brasília) – concentra as conversas nas escolas, nos escritórios e até nos coletivos que viajam sempre em silêncio. Todo muy pesado.

E o apelido que ronda os papos sobre a superfinal da Libertadores dá uma dimensão do que vem por aí. Carrasco do Boca, o meia Pity Martínez, do River, virou o ''Pity Martírio''. Os argentinos amam apelidos, e este se acoplou à paisagem portenha imediatamente. Saiu até no diário ''Olé''. Listo.

A verdade é que Pity cumpre, nesta decisão, o papel que cumpria Riquelme nos superclássicos dos anos 2000. Román se concentrava de tal maneira nessas partidas que a sensação que a torcida do Boca tinha era sempre de triunfo. Riquelme foi realmente um monstro atuando ante o gigante de Núñez: em 20 confrontos, foram nove vitórias, sete empates e quatro derrotas. Anotou quatro gols. O camisa 10 do River fará neste sábado o seu duelo oficial de número 14 contra o Boca – são até aqui quatro vitórias, quatro derrotas e cinco empates. E com três gols marcados. Román e Pity serviam os gols; não necessariamente os faziam.

Não é pecado algum colocar Pity e Román, os dois camisas 10, perfilados. Quem acompanha a história do River x Boca sabe que Pity teve todos os motivos para entrar desta maneira na Bombonera na primeira decisão: olhando para a hostil torcida do Boca com um leve sorriso que fez lembrar o Boneco Chucky.

Pity Martírio lidera a fila na Bombonera – @fedeperetti

O produtivo histórico de Martínez ante o Boca vem de longe: desde 2015, quando gerou o pênalti cometido por Marín e convertido por Carlos Sánchez para o 1 a 0 que significou a classificação do River e a eliminação do Boca naquela Libertadores. A freguesia continuou. Em 2017, Pity deixou louco o lateral-direito Peruzzi e comandou a vitória por 3 a 1 na Bombonera – marcando, inclusive, um golaço de voleio inmejorable. Categoria pura.

Na decisão da Supercopa Argentina, em março deste 2018, ganhou amplamente seu duelo contra Barríos e abriu o marcador com um gol de pênalti. Pelo Campeonato Argentino, em setembro, voltou a marcar um golaço de voleio na Bombonera e voltou a enlouquecer o seu marcador, então o lateral Jara. Vitória vermelha e branca por 2 a 0.

Na primeira decisão desta Libertadores, Pity ofereceu as duas assistências – para o gol de Pratto, o primeiro, e a cobrança de falta que gerou o gol contra de Izquierdoz. O ''Olé'' definiu bem: ''Su currículum en clásicos justifica que hoy sea el jugador que más atención demanda en el rival de toda la vida''.

Martínez está com 25 anos e já definiu a sua transferência em 2019 para o Atlanta United, para ser comandado por…Guillermo Barros Schelotto, hoje técnico do Boca. A sua saída foi acertada por 15 milhões de euros. E Pity custou ''apenas'' 40 milhões de pesos quando foi contratado junto ao Huracán em 2015.

Pity Martírio está a um único jogo de conseguir o grande objetivo de sua vida: ser reconhecido como um jogador da estirpe de Beto Alonso, Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Andrés D'Alessandro e companhia: ¡un 10 en serio! Mas nenhum deles, nem o citado Riquelme, sabe o que é dar a volta olímpica de uma Libertadores superando o eterno rival.

Em caso de título, isso será suficiente para colocar Martínez em um espaço muy especial. Não haverá santo xeneize que convença qualquer torcedor do River que Pity não é maior que Román. Por mais Libertadores (quatro contra hipotéticas duas) que Riquelme tenha conquistado e por mais participações que tenha somado na seleção. Román, por exemplo, foi titular da Copa de 2006 e comandante da medalha de ouro em Pequim-2008. Pity está começando agora a sua trajetória vestindo azul e branco. Mas um título do River sobre o Boca certamente anestesiaria esta comparação.

Alguém se lembra dos argentinos dizendo em 2014 no Brasil que o título sobre a Alemanha no Maracanã valeria por três (assim o eventual tri argento superaria o penta brasileiro)? É a mesma situação. A mesma loucura.

¡El Pity Martínez, qué loco que está!


Boca troca goleiro na semana da decisão
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Tales Torraga

Técnico do Boca Juniors, Guillermo Barros Schelotto ainda despista e é bem provável que ele só anuncie a sua escalação instantes antes das 18h (de Brasília) de sábado (24), quando River e Boca se enfrentam pelo segundo jogo da decisão da Libertadores da América. O confronto é tratado pela imprensa argentina já nesta abertura de semana como o ''jogo mais importante da história''.

Esteban Andrada, goleiro do Boca – Boca/Divulgação

Mas a dimensão épica que adorna a decisão não vai fazer o treinador duvidar em mexer simplesmente no posto de goleiro. Vai sair Agustín Rossi, o melhor em campo na Bombonera na primeira final, para a entrada de Esteban Andrada, que não joga desde que foi acertado por Dedé ainda nas quartas da Libertadores.

O período de inatividade de Andrada foi de exatos dois meses e meio. Ele foi escalado e jogou de maneira absolutamente tranquila na vitória do Boca por 1 a 0 sobre o Patronato no último sábado (17) na própria Bombonera, pelo Argentino.

Embora tenha feito realmente uma ótima partida no 2 a 2 contra o River, Rossi também cometeu erros crassos ao longo da temporada – basta lembrar a sua pífia atuação contra o Palmeiras na fase de grupos. Andrada chegou com o status e o salário de um titular, e Schelotto agora não vai titubear em devolvê-lo ao posto perdido por uma lesão na mandíbula.

Andrada tem 27 anos e 1,91 metro. Os jornalistas que cobrem o Boca não se assustam com a sua entrada. Consideram que seria o mesmo que o River contar com uma boa partida de Lux, o goleiro reserva, e deixar de ceder o posto a Franco Armani em caso de uma eventual lesão.

O Boca tem oito garantidos na finalíssima: os zagueiros Izquierdoz e Magallán, o lateral-esquerdo Olaza, os volantes Nández, Barrios e Pablo Pérez e os atacantes Villa e Ábila.

Além da entrada de Andrada no gol, Schelotto precisa decidir a lateral-direita, e a dúvida no posto é a entrada de Buffarini ou a manutenção de Jara, de pálida participação na primeira final.

Na última definição – quem será o substituto do lesionado Pavón -, as opções são Zárate, Benedetto e Tevez. O Apache hoje tem vantagem, embora seja certo que ele não tenha condições físicas de render bem por mais de 60 minutos. Resta saber se sua contribuição será dada como titular ou entrando ao longo da final que pode chegar ao dobro disso (os 90 minutos regulamentares e os 30 da prorrogação em caso de novo empate).


Ingressos falsos perturbam o River
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Tales Torraga

Daqui a exatamente uma semana, no dia 24 de novembro, a superfinal da Libertadores terá o seu capítulo derradeiro entre River Plate e Boca Juniors, que se enfrentam às 18h (de Brasília) no Monumental de Núñez. O jogo de ida, no último domingo, na Bombonera, terminou 2 a 2.

Um dos temas de maior atenção para torcedores e organizadores na semana prévia à finalíssima é a explosão de ingressos falsos que foi alertada pelo River ao Ministério Público da Argentina. Foram colocadas 66.000 entradas oficiais à venda, mas cálculos informais vindos do clube acreditam que cerca de 10.000 tíquetes ilegais circulam pelos sites argentinos para comercialização.

''O clube ofereceu provas das condutas ilícitas com a venda de entradas supostamente válidas para a partida'', informou o comunicado oficial por parte do gigante de Núñez, que informou já processar tais sites. ''Um número significativo de entradas evidentemente falsas foram cedidas a torcedores em Junín, e não se descarta que esta mesma modalidade se repita em outros pontos do país.''

O River deixou claro que as entradas falsas e os seus compradores serão retidos nos cordões de isolamento que serão feitos nos arredores do estádio. Espera-se que o operativo policial conte com cerca de 2.000 profissionais – no domingo passado, na Bombonera, foram 1.300, mas para uma capacidade menor. O público no bairro de La Boca foi de 52.000 pessoas; o do Monumental deve certamente ultrapassar as 70.000.


River promete estátua a Gallardo
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Tales Torraga

Buscando incentivar o seu técnico na preparação para a finalíssima da Libertadores, Rodolfo D'Onofrio, presidente do River Plate, declarou ao jornal ''Olé'' que o clube já estuda como será a estátua que Marcelo Gallardo terá nas instalações do gigante de Núñez ainda no ano que vem.

Gallardo e D'Onofrio comemoram título sobre o Boca – River/Divulgação

D'Onofrio, que além de chefe é muy amigo de Gallardo, declarou que a construção da estátua está garantida seja qual for o desfecho da atual Libertadores. Não custa lembrar: o River segurou o 2 a 2 com o Boca Juniors na Bombonera no último domingo (11) e agora está a uma vitória simples da sua quarta conquista continental. A partida de volta será no dia 24, um sábado, às 18h (de Brasília).

Clube fundado em 1901, o River conta até hoje com apenas duas estátuas – uma gigante, do lado de fora do museu, em homenagem ao ex-atacante e técnico Ángel Labruna, e uma na parte de dentro do museu em homenagem a Matías Almeyda, que também foi jogador e comandante da equipe vermelha e branca.

Chamado de ''El Muñeco'' por seu rosto, nos tempos de jogador, lembrar o do Boneco Chucky, Gallardo foi um elegante meia do clube de Núñez de 1992 a 1999, 2003 a 2006 e 2009 e 2010. Como técnico, está à frente do River desde 2014, período em que conquistou uma Libertadores (2015), uma Sul-Americana (2014), duas Recopas (2015 e 2016) e duas Copas Argentinas (2016 e 2017).


Tevez assume papel inesperado na decisão
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Tales Torraga

É bem provável que Carlitos Tevez esteja vivendo os últimos dias da sua carreira. O atacante de 34 anos já cansou de declarar que vai parar de jogar caso o Boca Juniors conquiste a Libertadores da América. E pelo fraco futebol demonstrado neste 2018, é difícil imaginar que ele siga em campo também em 2019, seja qual for o resultado do River x Boca do próximo dia 24, no Monumental de Núñez.

Tevez começou a partida do último domingo no banco de reservas, e entrou no lugar do extenuado Villa a 19 minutos do fim. Como bem definiu o jornal ''Clarín'' em sua edição desta segunda-feira, foi o ''suficiente para ele concentrar as atenções em uma decisão em que estava destinado a ser um simples espectador''.

Como nos velhos tempos, Carlitos encarou as patadas dos adversários, um recurso que parecia óbvio diante de um River com nada menos que seis jogadores pendurados. Em uma de suas primeiras ações, Tevez tomou un trancazo do colombiano Borré, que levou o amarelo que o tirou da finalíssima. Instantes depois, Carlitos aguentou em pé um carrinho feroz – e por trás – do zagueiro Maidana. Deixou Benedetto na cara do gol, para defesa milagrosa de Armani.

Seria Tevez – e o seu espírito guerreiro – a solução para o Boca erguer a taça?

Tevez grita com os companheiros ao sair de campo – TV/Reprodução

Já há quem defenda, como o antigo ídolo xeneize Blas Giunta, que Carlitos deveria ser titular no próximo dia 24, especialmente depois da lesão de Pavón. E a razão para isso foi vista na própria saída da Bombonera no último domingo. Berrando palavrões, e com a veia do pescoço saltada, Tevez tentou convencer seus companheiros a sair de cabeça erguida da Bombonera – um aspecto de liderança em um Boca que conta com bom jogo e com um ataque realmente poderoso, mas que não vê, em seus jogadores, uma atitude aguerrida como a do passado.

(Para se ter ideia da falta de noção do atual capitão da equipe, o volante Pablo Pérez, ele jogou no último domingo com o tornozelo infiltrado porque chutou uma trave, por irritação, ao perder um gol diante do Rosario Central há três semanas.)

A sensação que hoje predomina na Argentina é a de que Tevez merece terminar sua carreira se matando em campo – um digno réquiem, convenhamos. É verdade que o seu rendimento é incompatível ao que já foi. Mas a sua experiência em tantos clássicos, como Corinthians x Palmeiras, Manchester United x Manchester City e Juventus x Milan, pode ser exatamente o que o Boca precisa para aguentar um dos jogos mais importantes e pesados da sua história.


River sai da Bombonera como vencedor
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Tales Torraga

O empate na Bombonera esteve em xeque até os instantes finais. Afinal, o Boca havia feito gols em casa nos últimos minutos tanto contra Cruzeiro como contra Palmeiras. Mas o River sobreviveu e segurou um empate mais saboroso que um bife de chorizo. O Boca decepcionou. Jogou pior e só obteve a contundência demonstrada no placar graças ao seu ataque realmente muito poderoso.

Pratto vibra na Bombonera – Olé/Reprodução

O placar final de 2 a 2 acabou sendo uma vitória para o River, que agora assegura o seu título histórico com um triunfo por qualquer placar. A grande lamentação vermelha e branca é a igualdade não contar os gols na Bombonera como critério de desempate. Pero no pasa nada. Mesmo desfalcado do seu capitão Ponzio e do seu técnico Marcelo Gallardo, o gigante de Núñez aproveitou os vacilos do Boca e buscou o placar duas vezes.

Outro ponto positivo: dos seis pendurados do River, apenas um, o atacante Borré, estará fora da finalíssima. Menos mal que a equipe agora conta com a volta do lesionado Scocco, que fará a dupla de ataque com Pratto, que talvez tenha protagonizado, na Bombonera, a sua melhor atuação pela atual equipe.

O Boca só não terminou derrotado porque contou com um Agustín Rossi particularmente inspirado. Armani, que estranhamente falhou no primeiro gol, de Ábila, se redimiu com uma grande defesa mano a mano com Benedetto no fim.

A partida do próximo dia 24 no Monumental deve ser totalmente diferente desta. Os dois times jogaram com a perna presa e tomando cuidado para não levar cartões amarelos. Afinal, dos 22 titulares, nada menos que dez estavam pendurados. Não houve polêmica com o VAR e nem com o árbitro chileno Roberto Tobar.

Rodolfo D'Onofrio, presidente do River, confirmou hoje que a finalíssima terá o triplo de ambulâncias à disposição dos torcedores no Monumental. Eis a dimensão exata do que está por vir. A pausa de duas semanas até lá vai cair bem. A sensação geral do domingo em Buenos Aires foi a de que todo mundo já estava esgotado antes mesmo de a decisão de hoje começar.


Análise: Boca começa final como favorito
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Tales Torraga

* Atualizado às 16h46: Era impossível mesmo a bola rolar depois de tanta água. A previsão para este domingo também é de chuva, e de igual intensidade. A partida está remarcada para as 17h (de Brasília). Caso haja nova suspensão e o jogo passe para o próximo fim de semana, o River será favorecido pela possibilidade da recuperação física de Ponzio e Scocco. O time de Gallardo assim diminuiria o favoritismo do Boca e passaria a equilibrar um pouco mais a decisão. De locos. 

Fim de papo. A partir das 18h (de Brasília) deste sábado, uma Bombonera colapsada e provavelmente chuvosa vai ver o começo da mais acirrada e aguardada decisão de Libertadores da América de todos os tempos. Para quem não acredita, basta conferir o jornal espanhol ''Marca'' de hoje, que dedicou a sua capa justamente ao superclássico argentino entre Boca Juniors e River Plate.

Loucura xeneize na Bombonera – La Nación/Reprodução

Por falar em jornal, o ''La Nación'', de Buenos Aires, traz hoje também o resultado de uma simulação do Boca x River nada menos que cem vezes no Football Manager, e o Boca foi o campeão 58 vezes, contra 42 do River. Usar o videogame está longe de ser bobagem: em março, houve uma simulação – também centenária – da Copa do Mundo. E deu França campeã e Harry Kane artilheiro, entre outros resultados iguais.

Embora o discurso geral em Buenos Aires seja o convencional ''não há favoritos em tamanho duelo de gigantes'', é perfeitamente possível atribuir vantagem prévia ao Boca, que chega a este sábado em condições melhores que o River.

O primeiro ponto a se observar é a atuação do ataque azul y oro. Guillermo Barros Schelotto encontrou a melhor formação, que é colocar Villa e Pavón bem abertos e Wanchope Ábila centralizado. Benedetto, Tevez, Zárate e Cardona começam no banco – e que banco de reservas! O rendimento ofensivo da equipe disparou: passou de 1,33 gol da fase de grupos para 2,16 no mata-mata.

Pelo lado do River, o ataque é justamente uma dificuldade. Borré e Pratto, os titulares deste sábado, não são goleadores e não vivem fases especialmente efetivas. E Scocco, autor de dois gols nos últimos dois superclássicos, talvez nem no banco fique – carrega uma lesão muscular e é pouco provável que possa render. Um exemplo da complicação do gigante de Núñez no ataque é a presença, entre os suplentes, do pibe Julián Álvarez, de 18 anos e óbvia inexperiência.

Outra virtude xeneize está no meio-campo. Schelotto também encaixou o sistema mais eficiente, escalando o tridente brigador Barrios-Nández-Pablo Pérez.

O River, por sua vez, sofre.

Estará sem seu capitão, o experiente volante Leonardo Ponzio, que é considerado o ''técnico que a equipe tem em campo''. A sua ausência, aliada à do treinador Marcelo Gallardo, que está proibido de sequer entrar na Bombonera, é uma grande interrogação pelo lado vermelho e branco. O substituto de Ponzio será Enzo Pérez, de fraco rendimento neste 2018.

A decisão deste sábado vai mostrar um cenário curioso: nada menos que dez dos 22 titulares estão com dois cartões amarelos e pendurados para a finalíssima do dia 24, no Monumental.

Pelo lado do Boca, são quatro: os volantes Nández e Pablo Pérez, o lateral-esquerdo Olaza e o atacante Pavón. E pelo River são seis – mais de meio time.

A lista conta com a dupla de zaga titular, Maidana e Pinola, que certamente terá muitos problemas para frear, nesta condição, o já citado eficiente ataque do Boca. Os demais que precisam ficar com um olho na bola e outro no cartão são o volante Enzo Pérez, o meia Pity Martínez, e os dois dianteiros, Borré e Lucas Pratto.

Por fim, até a curiosa estatística postada ontem, a que mostra que os visitantes levam a melhor nos superclássicos recentes, a princípio favorece o Boca – que, afinal, decide o título no Monumental e teria a condição de se recuperar de um improvável tropeço neste sábado.