Patadas y Gambetas

Boca x River: quem joga em casa leva desvantagem, indica histórico
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Tales Torraga

A contagem regressiva está chegando ao fim, e é bem provável que uma insônia massiva transforme a sexta e o sábado em uma coisa só para os fanáticos por Boca Juniors e River Plate em todo o mundo. Na Argentina, então, nem se fala. As duas torcidas juntas respondem pela adesão de nada menos que 70% da população do país, que hoje é de 44 milhões de habitantes.

E dentro deste mar de previsões feitas para a histórica primeira partida da final da Libertadores, às 18h (de Brasília) deste sábado (10) na Bombonera, uma em especial merece uma análise mais detalhada. Desde que o superclássico aboliu a torcida visitante, em 2013, ganhar em sua própria casa se tornou uma raridade.

Scocco grita gol do River na Bombonera – River Plate/Divulgação

Já faz sete jogos – nada menos que três anos e meio – que o mandante não sai de seu campo como vencedor do principal confronto do futebol argentino. Aquele triunfo coube ao River, no Monumental, e ocorreu só no dia 7 de maio de 2015 – 1 a 0, gol de Carlos Sánchez, hoje no Santos, de pênalti, em uma verdadeira guerra válida pela ida das oitavas de final da Libertadores.

O histórico tampouco é diferente na Bombonera, palco da partida de amanhã. A última vitória xeneize em casa foi em 3 de maio de 2015, com um 2 a 0 pelo Campeonato Argentino, gols de Pavón e Pablo Pérez. Os dois seguem no clube e vão a campo também neste sábado.

Uma das razões indicadas para esta seca de vitórias tem a ver com a pressão que cada equipe sente em seu próprio estádio. Em vez de ser um incentivo, a presença única da sua explosiva torcida – aliada à valentia tradicional do adversário -, acaba inibindo o time mandante, que sente mais pressão e mais medo de perder do que necessariamente um apoio em busca da vitória.

No que diz respeito à Bombonera que recebe a partida deste sábado, o histórico do Boca é mesmo alarmante. Das últimas oito vezes que encarou o River em seu estádio, o Boca só venceu mesmo este confronto de 2015. Nessas oito partidas, os xeneizes fizeram apenas cinco gols, recebendo ao todo oito tentos. O River venceu três vezes, com quatro empates e a já citada vitória do Boca.

Depois de um verdadeiro caos na compra dos ingressos na tarde desta quinta no bairro de La Boca, espera-se que a Bombonera, por supuesto, esteja superlotada neste sábado. A capacidade oficial do estádio é de 50.243 pessoas, mas que ninguém se espante se cerca de 55.000 fanáticos ocuparem os assentos, as escadarias e onde mais for possível comportar gente no mítico estádio inaugurado em 25 de maio de 1940 – e que vai, para muitos, receber neste sábado o jogo mais importante de seus 78 anos de história.


Capitães complicam Boca e River na 1ª final
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Tales Torraga

Tão valorizados em uma Argentina que ama líderes e caudilhos, os capitães de River Plate e Boca Juniors, quem diria, estão mais para inconvenientes do que para soluções às vésperas da histórica decisão da Libertadores da América. Não custa reforçar: a primeira partida será neste sábado (10), às 18h (de Brasília), em uma Bombonera que deve ter bastante chuva desde a noite de sexta. A finalíssima será no dia 24, também um sábado e também às 18h, no Monumental de Núñez.

Ponzio e Pérez batalham no Monumental – Infobae/Reprodução

Começamos com Leonardo Ponzio, o capitão e volante do River que é, para todos na Argentina, o ''técnico que a equipe tem em campo''. O veterano jogador de 36 anos acabou de completar 300 partidas pelo clube, mas não poderá jogar na Bombonera porque sofreu uma distensão muscular na coxa direita contra o Grêmio, em Porto Alegre. Sua presença, porém, é tida como certa na segunda decisão.

É um consenso entre os argentinos que Ponzio, ao lado do goleiro Armani, é o titular mais difícil de se substituir. Primeiro, pela sua liderança entre os colegas, algo que fará falta especialmente neste sábado no qual o treinador Marcelo Gallardo está impedido de sequer entrar na Bombonera. As análises que se escutam nas rádios e nas TVs coincidem em uma coisa: sua ausência será mais sentida pela valente personalidade que ele exibe em decisões do que pelo seu nível de jogo.

Gallardo ainda não definiu o seu substituto. As opções são Enzo Pérez, de melhor saída de jogo e menor combate, ou Bruno Zuculini, inexperiente para tais decisões. Na ausência de Ponzio, a tarja de capitão será de Jonathan Maidana, outro bastião vermelho e branco. Ironia: Maidana foi jogador do Boca e inclusive ganhou a Libertadores de 2007 com o clube xeneize.

Pelo lado azul y oro, a grande dificuldade de Guillermo Barros Schelotto nesta preparação para a primeira final tem sido o temperamental Pablo Pérez, de ótimo ofício no meio-campo que conta também com o esforço do colombiano Wilmar Barrios e do uruguaio Nahitan Nández. Este tridente Barrios-Nández-Pérez vem sendo o ponto forte do Boca desde a série contra o Cruzeiro, mas Pérez vem treinando separado dos demais por fortes dores no tornozelo esquerdo. Ontem, por exemplo, sua vaga foi ocupada no treinamento pelo reserva Almendra.

A expectativa mais otimista indica que Pérez será titular, mas resta saber em que nível. Não é nada absurdo imaginar que uma das primeiras ações do River na decisão será acertá-lo para tirá-lo de jogo, algo que sempre ocorreu na Argentina. Nem é preciso ir muito ao passado para fazer tal previsão. Basta lembrar da voadora por trás do lateral Vangioni, do River, que arrancou de campo o atacante Burrito Martínez, do Boca, logo no começo da semifinal da Sul-Americana de 2014.

Para complicar a situação do sempre caliente Pablo Pérez, ele, que já declarou que só se tranquiliza e começa a jogar de verdade depois que toma um cartão amarelo, está pendurado e perderia a finalíssima em caso de advertência na Bombonera. Além dele, outros três jogadores xeneizes carregam dois amarelos, casos do lateral-esquerdo Olaza, do volante Nández e do atacante Pavón.

A situação do River é ainda mais difícil, pois mais da metade do time titular está pendurada. Nada menos que seis atletas vão precisar se cuidar em plena decisão da Bombonera. São eles os zagueiros titulares (!) Maidana e Pinola, o volante Enzo Pérez, o meia Pity Martínez e os atacantes Borré e Pratto.


Opinião: o campeão da Libertadores será aquele que operar melhor o VAR
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Tales Torraga

O futebol não é uma bola e nada mais. E quem me pergunta quem vai ganhar a final da Libertadores, se River Plate ou Boca Juniors, eu respondo que vai ser campeão aquele que opere melhor, dentro e fora de campo. E com o VAR, claro, com o amplo conceito que ele significa.

E o que é operar? É jogar bem dentro de campo. Operar é conduzir bem fora de campo, que aquele que está em cima com o VAR chame sempre, e não apenas quando convém a ele, o controlador.

Casal Boca-River em Córdoba – Jornal La Voz/Reprodução

É o árbitro de campo que precisa pedir o VAR, e não o controlador do VAR que deve impor a imagem ao árbitro de campo. Se há esta inversão de caminhos, você dá o poder supremo a quem controla o VAR. Por exemplo: quando surge um cruzamento e há uma mão na bola, e os 11 jogadores da equipe que seria beneficiada reclamam com o árbitro, é porque houve algo. No Grêmio x River, foi o contrário. Ninguém pediu nada.

Para ajudar, quem teria a pedir, que foi Scocco, que chutou a bola, pediu escanteio. Todos interpretaram que não foi pênalti, exceto o VAR, que produziu o penal.

Sobre a presença de público nessas finais, devo dizer que o contexto atual da Argentina não permite duas torcidas no mesmo estádio. A verdade é que, se Rosario Central e Newell's precisaram jogar em Sarandí sem público pela Copa Argentina, eu não me espantaria com nada nesta decisão de Libertadores, nem que a joguem com uma bola de rúgbi.

* Por Guillermo Marconi, presidente da SADRA (Sindicato de Árbitros da Argentina), com agradecimento à agência de notícias do governo, a ''Télam''


Final Boca x River vira tema de saúde pública na Argentina
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Tales Torraga

A decisão da atual Libertadores da América é o jogo mais desejado e mais temido da história do futebol na Argentina. Muitos torcedores de ambas as equipes seguem anestesiados e, por pura tensão, evitam consumir o noticiário para esta final que se encaminha para deixar o país em uma convulsão sem precedentes. As TVs e rádios de Buenos Aires tratam a partida como ''o acontecimento social mais importante da história recente da Argentina''.

Na esteira desta apreensão, os órgãos de saúde e os jornais sempre devorados pelos portenhos estão insistindo nos cuidados aos riscos físicos que a partida traz para nada menos que 70% da população argentina, que hoje é de 44 milhões de habitantes. É esta a soma equivalente às torcidas de Boca e River.

Torcidas de Boca e River – Montagem/RCN Deportes

A Fundação Cardiológica da Argentina, a FCA, vem fazendo seguidos alertas nas redes sociais e na mídia convencional. ''Boca-River: final de Libertadores. O risco de infarto se triplica. Aproveite, não sofra, e se você teve um problema cardíaco e não se sente bem quando acompanha o futebol, não deixe a medicação. Consulte o seu médico'', informava uma postagem do órgão nas redes sociais, neste final de semana.

''O estresse emocional não depende da vitória ou da derrota, e sim da tensão própria de se acompanhar um jogo de características tão dramáticas'', afirmou o cardiologista Jorge Tartaglione ao portal argentino ''Infobae''. ''A relação entre as emoções e o coração já está altamente documentada''.

Tartaglione cita, por exemplo, um estudo médico inglês de 1998 demonstrando que as internações por infarto no Reino Unido aumentaram em 25% nos três dias seguintes ao histórico Inglaterra x Argentina que terminou com classificação azul e branca na cobrança por pênaltis. Eram as oitavas de final do Mundial da França. ''É capaz que a quantidade beire os 30% com este Boca x River.''

''Mesmo sendo apenas um esporte, as pessoas o assimilam com um estresse agudo semelhante a terremotos e bombardeios'', seguiu o cardiologista, defendendo que as pessoas com antecedentes de problemas de saúde não deveriam ver esta decisão. Ele defende, também, que as definições por pênaltis deveriam ser abolidas ''para proteger a saúde cardiovascular das pessoas''.

A situação tanto é alarmante que o jornal ''Clarín'', o mais lido da Argentina, trouxe neste domingo uma completa lista com ''conselhos para corações delicados'' e as ações que evitariam um infarto decorrente da decisão.

O blog apurou também que o efetivo de cardiologistas que vai trabalhar em muitos hospitais públicos de Buenos Aires será reforçado nos plantões dos finais de semana em que forem disputadas as partidas.

As decisões devem ser realizadas em dois domingos, 11 e 25, a pedido das equipes, que pretendem assim respeitar o sábado de descanso dos judeus, que mantêm uma grande quantidade de sócios nos dois clubes.


Boca, River e AFA tentam mudar datas das finais
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Tales Torraga

A Libertadores mais confusa dos últimos anos não poderia mesmo terminar de outra maneira senão em um novo caos. O River Plate não se vê fora da decisão. Em entrevista à CNN na noite de ontem (1º), Rodolfo D'Onofrio, presidente do clube, afirmou que o pedido do Grêmio pela vitória na partida de Porto Alegre não vai dar em nada: ''Não há nenhum artigo de regulamento que estabeleça que o River possa perder os pontos'', afirmou.

O que está gerando uma irritação gigante nos argentinos é a data escolhida para as finais. A Conmebol determinou que as partidas sejam nos dias 10 e 24 de novembro, dois sábados, às 16h, para atender seus interesses televisivos. Mas River, Boca, AFA (Associação de Futebol Argentino), os órgãos de segurança de Buenos Aires e até a Associação Israelita não se entendem com relação às datas e os horários das partidas.

Primeiro, River e Boca. Os dois clubes fincam pé na mudança atendendo a pedidos de vários lados. O primeiro deles é com o grêmio dos jogadores, que determinou que as partidas na Argentina aos sábados só podem começar depois das 17h. Tal determinação entra em vigor a partir do próximo dia 15.

Outro inconveniente que a decisão da Libertadores apresenta ao ser realizada nos sábados é a sequência do Campeonato Argentino, pois duas rodadas (as de número 12 e 13) precisariam ser completamente modificadas. ''Precisamos levar isso em consideração e respeitar os outros 24 clubes'', concordou D'Onofrio à CNN.

Há pressão também dos judeus para que as partidas sejam repassadas para a noite, para não coincidirem com o Shabat – as 24 horas, a partir do anoitecer de sexta-feira, dedicadas ao descanso e à meditação. Tanto D'Onofrio quanto Daniel Angelici, presidente do Boca, deram declarações apoiando a mudança, já solicitada através da Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas).

A dificuldade de se fazer as partidas no período noturno, em qualquer dia, é a questão da segurança. ''O espetáculo que ocorre durante a tarde te dá certas garantias'', alertou Martin Ocampo, ministro de Justiça e Segurança de Buenos Aires, deixando claro que a polícia não gostaria de ver milhares de pessoas nas ruas adentrando a madrugada, em análise publicada hoje pelo jornal ''La Nación''.

Ou seja: a badalada decisão da Libertadores até aqui não tem o adversário do Boca formalmente definido e não tem dia e nem hora para acontecer. E é de se esperar que o caos e as disputas de bastidores estejam apenas começando – ainda faltam definir os árbitros para aquela que os argentinos estão chamando de ''as finais mais impactantes e polêmicas da história do futebol mundial''.


Boca x River, a final que o mundo nunca viu
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Tales Torraga

Como dizem os argentinos: ''Ya está. No busque más''. A decisão de Libertadores entre Boca e River é inédita na história do futebol mundial. Jamais uma competição internacional teve uma final com a envergadura do superclássico argentino.

A festa de Boca e River – Montagem/Olé

Que a decisão da Libertadores seja disputada entre as maiores equipes de um mesmo país é mesmo algo que jamais ocorreu. Os antecedentes aqui são as finais de 2005, entre São Paulo e Atlético-PR, e São Paulo x Internacional, em 2006, partidas que estão longe de representar uma rivalidade como a de Boca x River.

E tal grandeza jamais se viu também na Europa.

Quatro decisões de Champions League chegaram perto: a de 2003, entre Milan e Juventus, com vitória do Milan de Ancelotti; a de 2013, o título do Bayern em cima do Borussia Dortmund; e a dobradinha do Real Madrid em cima do conterrâneo Atlético em 2014 e 2016. Convenhamos: nenhuma das partidas chega sequer perto da rivalidade e das faíscas que marcam a história de um Boca x River.

Uma comparação mais cabível a este superclássico na final da Libertadores seria uma decisão de Copa do Mundo entre Brasil e Argentina, ou uma final de Champions League entre Barcelona e Real Madrid, duas combinações que jamais foram colocadas em prática.

O blog vem registrando que a histeria em torno do confronto é gigante desde o final de setembro. E o que vem por aí é algo realmente sem precedentes.

River e Boca, juntos, respondem por 70% dos 44 milhões da população de uma Argentina que está sufocada com esta apreensão. Parece que a ''vida comum'' vai ser arrancada da rotina. As TVs, os jornais, as rádios, os portais e as redes sociais não têm outro assunto.

Ora é a opinião de um psicólogo, ora é um político, ora é um professor. Ora é o documentário mostrando como Boca e River explicam o país, ora são as crianças palpitando o superclássico no colégio. Ora são os detalhes infinitos de dois jogos que prometem marcas profundas em vencedores e vencidos.

O diário ''Olé'' que circula hoje (1º) em Buenos Aires é preciso em sua síntese: ''O que vamos ver é uma dessas coisas que não temos dimensão. Às vezes, somos testemunhas eleitas pelo destino para fatos que vão ser falados por anos e anos, e que talvez não se repitam nunca''.


Boca disputou 21 jogos a menos que o Palmeiras em 2018
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Tales Torraga

O diário ''Olé'' que circula nesta quarta (31) em Buenos Aires traz um cálculo interessante e que vale a pena contextualizar. Palmeiras e Boca Juniors medem forças às 21h45 (de Brasília) de hoje em São Paulo com números bastante diferentes em jogos disputados neste 2018. Enquanto o Palmeiras fará o seu confronto de número 70 neste ano, o Boca chega com as pernas mais frescas, disputando apenas a sua 49ª partida no período. São nada menos que 21 jogos a mais pelo lado Alviverde.

A grande diferença de quilometragem está nos 18 jogos que o Palmeiras disputou no Paulistão até chegar à final, perdida para o Corinthians nos pênaltis. Além desta quantidade, o Palmeiras soma 31 confrontos pelo Brasileiro, 11 pela Libertadores, 6 pela Copa do Brasil e 3 amistosos.

Não há Estaduais na Argentina, então a conta do Boca neste 2018 é bem mais enxuta. São 25 jogos pelo Argentino (somando as temporadas 2017/2018 e 2018/2019), 11 pela Libertadores, 3 pela Copa Argentina e 1 pela Supercopa Argentina. E o Boca realizou também 8 amistosos, incluindo o Troféu Joan Gamper, diante do Barcelona.

Embora a comissão técnica do Boca despiste e afirme publicamente que ''em 90 minutos pode passar de tudo'', os auxiliares de Guillermo e Gustavo Barros Schelotto reconhecem que a estafa mental, mais do que a física, pode ser um obstáculo na hora de reverter o placar que o Palmeiras precisa atingir.

O Boca terá uma mudança em sua equipe titular com relação ao time que bateu o Alviverde na Bombonera na semana passada.

O gol continua sob responsabilidade de Agustín Rossi, que ganhou uma trégua da torcida, que não o critica tanto quanto antes. Os laterais serão Jara pela direita e Olaza pela esquerda. Jogam simples e são eficientes, a exemplo de Izquierdoz (mais) e Magallán (menos), os dois zagueiros.

O tridente brigador com Nández, Barrios e Pablo Pérez no meio-campo está mantido, e o ataque virá com a presença do rápido colombiano Sebastián Villa no lugar de Mauro Zárate, ex-Fiorentina e Inter de Milão, que vive a pior seca técnica desde que chegou ao clube, há quatro meses.

Os companheiros de Villa serão os mesmos da quarta-feira passada: Wanchope Ábila e Cristian Pavón. Herói na Bombonera e autor dos dois gols, Pipa Benedetto, de baixa atividade nos últimos meses por conta da grave lesão sofrida no joelho direito, estará no banco, assim como Carlitos Tevez.


River conquistou Libertadores sem Gallardo no banco
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Tales Torraga

Tremenda, a punição imposta a Marcelo Gallardo na noite desta segunda-feira (29). O argumento da Conmebol foi o atraso de 50 segundos (!) no retorno para o segundo tempo da partida contra o Grêmio, uma reincidência ao que havia acontecido na partida contra o Racing, nas oitavas de final. Além da punição, o River Plate deve desembolsar US$ 21.500 aos cofres da entidade.

Mais do que um golpe no ânimo dos jogadores e de todo o elenco do River, a incrível sanção que vai tirar o Napoleón do banco de reservas desta terça-feira (30) pode detonar aquilo que é tão comum nos times argentinos, que é transformar qualquer sensação de injustiça em uma motivação que beira a rebeldia em campo.

É evidente, porém, que a ausência de Gallardo será um considerável complicador à equipe, até por ele estar impedido, por regulamento, de se comunicar por rádio com o seu assistente, que será Matías Biscay.

Vale relembrar que o River também não contava com Gallardo no banco em sua conquista recente mais importante, a Libertadores de 2015, com o 3 a 0 sobre o Tigres, do México, na decisão no Monumental de Núñez. O Muñeco havia sido expulso na ida, por isso quem assumiu a responsabilidade foi Biscay, seu velho conhecido e companheiro de trabalho. A relação entre ambos é tema até de um trecho da biografia do treinador, ''Gallardo Monumental'', lançada em 2015 pelo jornalista Diego Borisnky. Eis:

O início da amizade entre Gallardo e Biscay – Reprodução

Os antecedentes a favor de Biscay são positivos: o River jamais perdeu com ele no comando. Além desta decisão de Libertadores, houve também o 3 a 0 sobre o Racing nas oitavas da atual edição. Esta será a sexta vez que ele vai precisar desempenhar o papel de Gallardo, e o auxiliar até aqui soma três vitórias e dois empates.

Embora a Conmebol fale em ''falta de disciplina esportiva'', e a informação com a qual o River trabalha seja a do atraso no segundo tempo, o clube sente que, na verdade, o órgão quis mesmo foi passar um recado ao técnico pela sua discussão com o árbitro peruano Víctor Carillo depois da partida.

O River não confirmou o time que joga nesta terça, embora as saídas de Quintero e Scocco, para as entradas de Nacho Fernández e Pratto, já tenham sido devidamente assinaladas pela comissão técnica. Assim, a equipe formaria com: Armani; Montiel, Maidana, Pinola e Casco; Ponzio, Palacios e Fernández; Pity Martínez; Borré e Pratto.


Gallardo estuda surpresas na escalação do River
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Tales Torraga

Quem convive com Marcelo Gallardo está surpreso. O técnico mergulhou na preparação para a partida de volta contra o Grêmio de uma maneira rara, reconhecendo a necessidade de assumir riscos e criar surpresas que possam dar a classificação para o River Plate, que precisa descontar o 1 a 0 recebido no Monumental de Núñez na semana passada. Por isso, a equipe de trabalho do ''Napoléon'' Gallardo, como é chamado pelos argentinos, não descarta uma formação inédita na equipe que entra em campo às 21h45 (de Brasília) desta terça-feira (30) na Arena do Grêmio.

De acordo com a avaliação do técnico do River, os dois meias de criação da equipe, Pity Martínez e Juanfer Quintero, renderam muito abaixo do esperado na semana passada. Uma das alterações que a equipe pode ter nesta terça é exatamente a saída de Quintero para a entrada de Nacho Fernández, um volante que tem a velocidade e a capacidade de ir e vir como maior virtude. Quintero seria guardado para o segundo tempo – quando, de fato, entra melhor e tem capacidade de decidir partidas, como ocorreu na vitória por 3 a 1 contra o Independiente.

Outra alteração analisada por Gallardo – esta sim surpreendente – é a entrada de Enzo Pérez no lugar de Exequiel Palacios. Enzo, convocado para a última Copa do Mundo, ficaria mais fixo na posição de volante central e daria a Ponzio uma liberdade maior para conectar o jogo com Pity e Nacho. Outra boa possibilidade de mudança está na saída do atacante Scocco para a entrada de Pratto. A tentativa será insistir em um dianteiro com capacidade de jogar de costas para o gol e fazer o pivô constantemente.

Surpreender na escalação não é uma raridade para aqueles que acompanham o trabalho do Muñeco Gallardo. Há um antecedente bastante vivo que merece ser lembrado: o 3 a 0 no Cruzeiro em pleno Mineirão nas quartas de final da Libertadores de 2015. O que ocorreu na ocasião realmente lembra bastante o que está acontecendo agora. O River perdeu a primeira partida por 1 a 0 e se viu obrigado a ganhar no Brasil.

Naquela série, todos achavam que Gallardo escalaria uma equipe ofensiva, formando um meio-campo com Sánchez, Kranevitter e Pity Martínez. Que nada. Colocou no banco Pity e Pisculichi, o outro armador, e escalou os volantes Ponzio e Chino Rojas.

Aquele River entrou em campo com: Barovero; Mercado, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Kranevitter; Sánchez, Ponzio e Rojas; Mora e Teo Gutierrez.

Gallardo usou Ponzio para sair com a bola e pressionar bem alto, afogando a armação do Cruzeiro, além de deixar sua equipe bem posicionada defensivamente para impedir qualquer gol adversário que seria fatal para a série. O que se viu foi um River com bom jogo, personalidade e contundência. Exatamente como precisa ser nesta terça.


Roubos fazem San Lorenzo desistir de jogar à noite
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Tales Torraga

Famoso por ser o time que conta com a torcida do papa Francisco, o San Lorenzo fez um pedido oficial nesta quinta-feira (25) para não jogar mais em seu estádio à noite. A razão? Os repetidos roubos a torcedores que ocorrem nas imediações do Nuevo Gasómetro, estádio que fica no bairro de Bajo Flores e que é vizinho da Villa 1-11-14, uma das regiões mais perigosas de Buenos Aires.

Estádio Nuevo Gasómetro – Diario Uno/Reprodução

''Pelos roubos que os torcedores vêm sofrendo nas imediações do estádio, sobretudo depois das partidas noturnas, o clube solicita que este horário deixe de ser designado quando jogar no local'', informou o comunicado do clube.

De acordo com o San Lorenzo, a situação se agravou na noite da última segunda (22), quando a equipe venceu o San Martín de San Juan por  2 a 1 pela nona rodada do Campeonato Argentino. O Ciclón, como é chamado o San Lorenzo, cumpre má campanha e é só o 14º na classificação.

Apesar de o clube reconhecer que a organização não tem influência sobre o ocorre nos arredores do Nuevo Gasómetro, ''uma medida paliativa será necessária enquanto se resolve o que ocorre nas adjacências do estádio'', conclui a nota.