Boca ‘tira o pé’ antes de batalha contra o Palmeiras
Tales Torraga
O Boca Juniors entrou em campo, mas ''não jogou'' contra o Rosario Central na noite deste sábado (20) na cada vez mais obsoleta La Bombonera. O 0 a 0 chato, muy aburrido, nos fez lembrar Walter Abrahão em plena noite portenha: ''oxo''.
– O resultado gritou alto que o Boca não se importou em abrir mão da briga pela ponta no Argentino. Se vencesse, ficaria três pontos atrás do Racing, o líder. Como empatou, está a cinco de distância, mesmo com um jogo mais (nove até aqui). O Boca é o quinto, atrás da Academia, do Tucumán, do Unión e do Defensa y Justicia!
– Sempre sisudo, Guillermo Barros Schellotto esteve com um semblante muito menos carregado neste sábado. Pudera. Escalou um time reserva e ninguém saiu machucado. O Boca claramente guardou energias para a ''batalha'' contra o Palmeiras (voltamos já ao assunto) às 21h45 (de Brasília) de quarta-feira na própria Bombonera.
– O time neste sábado foi: Rossi; Peruzzi, Goltz, Balerdi e Más; Gago e Almendra; Villa, Zárate (Pablo Pérez, 18min do segundo) e Cardona; Benedetto (Tevez, 36min do segundo). Muy poco a ver com o time que vai enfrentar o Palmeiras.
– O Central tampouco buscou o jogo na Bombonera. Com um só ponto somado nos últimos 12 possíveis, claramente se contentou com a igualdade.
– Mesmo sem esforço, o Boca reserva esteve perto de abrir o marcador, especialmente com Pablo Pérez, nos últimos instantes da partida, perdendo um gol feito. Antes, Tevez e Cardona já haviam desperdiçado suas chances.
– A concentração do Boca para a partida contra o Palmeiras é tamanha que o time até dispensou que titulares como Izquierdoz, Barrios, Nández, Pavón e Wanchope fossem até a Bombonera para acompanhar os colegas que entraram em campo. Integrantes do time misto (Goltz, Gago, Zárate, Cardona e Benedetto), porém, têm boas com chances de encarar o Palmeiras.
– O goleiro Rossi foi bem nas poucas vezes em que o Central levou perigo. Resta saber se ele será o titular contra o Palmeiras ou se será o recém-chegado Lampe, goleiro da seleção da Bolívia. Rossi é o favorito.
– O tom geral da cobertura – especialmente no rádio, mais espontâneo – do jogo deste sábado é que o Boca, time por time, não vai poder jogar de maneira franca contra o Palmeiras.
– A opinião geral – endossada por Roberto Leto, o comentarista que mais conhece o xeneize – é que o Boca vai entrar contra o Palmeiras na quarta para ensuciar el partido. Ou seja: sujar o jogo. Dar pontapé e catimbar. O Palmeiras é visto como um time melhor. ''Time'' no sentido de ''equipe e de jogo coletivo'', porque o Boca é uma reunião de grandes jogadores, mas ainda sem formar uma grande equipe no sentido exato da palavra.
– Por isso, o Boca jogar aberto e tentar se impor pelo futebol é pedir para perder do Palmeiras – a partida ou a chance de abrir a série com um placar neutro, que seja.
– A Libertadores vai ver um Boca afiado, jugando al limite, com a ''turma do mal'', Nández, Pablo Pérez, Magallán e Barrios, entre outros rústicos, abusando da intimidação e das entradas duras para tentar envergar o Palmeiras.