Patadas y Gambetas

Bauza ganha força para ser novo técnico da seleção argentina, indica jornal
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Tales Torraga

''Treinador do São Paulo, Edgardo Bauza está bem conceituado por Armando Pérez, presidente do Belgrano e titular da Comissão Normalizadora que assumirá hoje a AFA. A agenda de Pérez está repleta. E definir o novo técnico da seleção é uma das prioridades. El Patón escalou posições nas últimas 24 horas e deixou definitivamente para trás Marcelo Gallardo, do River.''

Este é trecho da matéria de hoje (21) do ''Clarín'', principal jornal da Argentina.

O diário crava também que Patón tomaria avião amanhã mesmo se chamado.

Bauza já foi sondado pela AFA, informa o jornal que cita também Miguel Ángel Russo e a dupla Pumpido-Burruchaga, campeões mundiais em 1986, como postulantes ao cargo de treinador da seleção argentina principal.

El Patón declarou mais de uma vez que assumir a Argentina seria um sonho. Realizá-lo neste momento, logo depois de duas contratações vindas de Buenos Aires a seu pedido, caso do atacante Andrés Chávez e do lateral Julio Buffarini, não seria muito condizente com sua carreira. A seu favor pode-se dizer também que é a primeira vez que a seleção argentina é oferecida a Bauza em 18 anos como técnico.

De acordo com o ''Clarín'', e é um consenso entre os agitados portenhos, o favorito para assumir a seleção argentina é Miguel Ángel Russo, ex-volante do Estudiantes de La Plata e ex-treinador do Boca Juniors. Foi com ele que o clube ganhou a Libertadores pela última vez – em 2007, um avassalador 5×0 agregado no Grêmio.

Russo tem o aval de Mauricio Macri, presidente da Argentina e então mandatário do Boca que o contratou na ocasião.

Miguel Ángel Russo em imagem deste ano

Contra ele pesa uma forte desconfiança. Está inativo há dois anos. Seu último clube foi o Rosario Central que levou de volta à Primeira Divisão em 2013.

Além do Central, ganhou a B Nacional com Lanús e Estudiantes, e um Clausura, o de 2005, com o Vélez. Aos 60 anos, jamais teve o status de treinador de primeiro nível como os demais candidatos – Bauza, Gallardo, Simeone, Bielsa e Sampaoli.

No fim da tarde, as TVs portenhas e o UOL noticiaram que Bauza e Russo se reunirão com a AFA até domingo. Deste encontro sairá o sucessor de Tata Martino.

A Argentina volta às Eliminatórias em 1º de setembro contra o Uruguai, em casa.


* Atualizado às 17h50


O que o São Paulo deve esperar do ‘brutal’ Chávez e do ‘perfeito’ Buffarini
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Tales Torraga

Começamos com Andrés Chávez, El Comandante, que não encontrou espaço no Boca com os dois técnicos que encontrou: Vasco Arruabarrena e Guillermo Barros Schelotto. Deixa o time depois de exatos dois anos sem jamais ser opção frequente no ataque – setor que o clube mais contratou e descartou jogadores recentemente.

Nascido em Salto, na província de Buenos Aires, Chávez tem 25 anos e um físico que seus amigos definem mais como o de lutador que de um jogador de futebol: leva 83 quilos em 1,84 metro. Tão agressivo na infância, vivia brigando e era incentivado pela família a lutar caratê ou boxe. O estilo em campo condiz com a potência.

Despontou no Banfield pelas mãos do técnico Matías Almeyda, o mesmo que lapidou o equatoriano Juan Cazares, hoje no Atlético-MG.

Sempre briga muito com os zagueiros, e seus chutes estouram a rede – só é difícil acertá-la. Sua média na Primeira Divisão é baixa – 0,33 (53 gols, 158 jogos).

No Boca, 8 gols em 37 jogos. A pequena quantidade de gols e de partidas em dois anos completos é o retrato preciso da sua passagem pelo clube.

A modesta produtividade surpreendeu. É fanático pelo Boca, como toda sua família, e chegou a chorar em uma produção de TV que o levou à popular da Bombonera.

Tentou compensar o rendimento com bravatas, o que cai mal na Argentina. A mais surreal delas foi provocar a torcida do River Plate mostrando sentir frio ao ser eliminado (!) da semifinal da Sul-Americana de 2014 no Monumental de Núñez.


Se há desconfiança com Chávez, a sensação com Buffarini é oposta. A síntese argentina é: 'Chávez, uma interrogação. Buffarini, uma exclamação'.

Buffa deixa o San Lorenzo como um dos maiores ídolos da história do clube – mesmo jogando em posição pouco habitual a idolatrias como a lateral-direita.

Tido na Argentina como um dos mais perfeccionistas jogadores da atualidade, está com 27 anos e com a bagagem de um título de Libertadores e um vice do Mundial.

O fôlego para correr o campo todo foi conquistado desde a infância por incentivo dos pais. Começou a fazer exercícios por conta própria aos 11. É extremamente disciplinado com a alimentação e com tudo o que cerca seu rendimento em campo.

Seus apelidos no San Lorenzo eram 'Motoneta', pelos piques, e 'Beckham de Boedo', pela pinta de galã. Foi convocado para a seleção argentina em 2012, por Alejandro Sabella, e no ano passado, por Tata Martino. Casado e pai de uma menina, agradece sempre à família pela humildade que precisa para evoluir.


Polivalente, joga com igual capacidade como lateral ou volante. Repete sempre que ''adora escutar e aprender'', e sua ótima relação com todos no San Lorenzo é prova.

Só deixou o clube nesta janela e não antes porque fez questão de o negócio ser bom para todos – ele, São Paulo e San Lorenzo, o que fala alto sobre sua gratidão.

É dos melhores na posição no futebol sul-americano.

Tem tudo para ser – e rápido – considerado da mesma forma no Brasil.


Treinador olímpico da Argentina não tem carro e só usa metrô: ‘Sou simples’
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Tales Torraga

Nomeado técnico da seleção olímpica de futebol há duas semanas, Julio Olarticoechea começou bem sua relação com o instável torcedor argentino. Uma das razões: a simplicidade extrema que o faz ser visto andando diariamente no metrô de Buenos Aires com a inseparável boina e a mala de trabalho cheia de livros.


''As pessoas me veem e perguntam se não tenho carro, e respondo que não. Sou um cara simples, o metrô me atende bem, é claro que poderiam me levar para todos os lados com um carro, mas não é necessário e não quero, logo vamos viajar'', brincou o técnico ontem (18) no programa Puro Concepto, da DirecTV.

A Argentina chegou nesta madrugada aos Estados Unidos para amistosos com Colômbia, Haiti e México. No Rio, integra o grupo D: Portugal, Honduras e Argélia.

Ex-volante de Boca, River, Racing e seleção argentina de 1986, Olarticoechea está com 57 anos. Era treinador da seleção feminina. Nos treinos, dá exemplo de conduta nos mínimos detalhes. Carrega suas bolsas e seus materiais e é o mais frontal e respeitoso possível. ''Não preciso dizer nada para mostrar que não sou exibido e nem tonto'', costuma falar, sempre com sensibilidade e ótimo humor.

Em outro gesto que chamou a atenção, reuniu todos os ajudantes, incluindo a equipe de limpeza, segurança e cozinha, para uma entrevista coletiva na semana passada em Ezeiza (Buenos Aires), onde a seleção treina. ''Todos participam deste sonho e todos devem participar deste momento'', declarou ao escolher o zagueiro Cuesta (Independiente) como capitão e o goleiro Rulli (Real Sociedad) como sub.

Outra característica acolhedora foi convidar os colegas de seleção de 1986 para colaborar no que quiserem – Maradona, um dos críticos à sua nomeação, também recebeu um chamado pessoal.

Olarticoechea, claro, recusou qualquer luxo no Rio: ''Vamos ficar na Vila Olímpica para ver de perto cada alegria e cada frustração''.

Invicto – O atual técnico olímpico é o argentino que mais jogou Copas sem perder, 12 partidas, 1986 e 1990 – na Itália, não esteve contra Camarões e Alemanha.


Ficou mais lembrado no Brasil seu azar ao quebrar a perna do goleiro Pumpido no segundo jogo daquele Mundial, contra a União Soviética. A partir daí entrou Goycochea, fundamental nas decisões por pênaltis contra Iugoslávia e Itália.


Técnico campeão da Copa de 78 detona o Brasil: ‘Joga mal desde os anos 90’
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Tales Torraga

'Pai' do futebol argentino moderno, César Luis Menotti, técnico campeão da Copa de 1978, destroçou o Brasil: ''Joga muito mal, mas muito mal mesmo, desde os anos 90. Mas antes surgiam craques. Ronaldinho, Romário, Ronaldo, Bebeto, Rivaldo…''.

Menotti em seu apartamento/escritório no microcentro portenho / LA NACIÓN

''Como agora não aparecem esses jogadores, começam a jogar com estratégia e medo. Quando se enchem de obrigações pela história que têm, não jogam nada.''

Amigo de Pelé e Telê Santana, El Flaco Menotti foi atacante de Santos (1968 e 1969) e Juventus-SP (1970), seus dois últimos times como jogador. Parou aos 32.

Como técnico, enfrentou o Brasil nas Copas de 1978 (0x0) e 1982 (perdeu por 3×1). Os brasileiros lembram daquele clássico no Mundial da Espanha como um baile.

Os argentinos atribuem a derrota no Estádio de Sarriá à arbitragem – que ignorou um pênalti escandaloso em Maradona no segundo tempo quando ia 1×0 Brasil.

Menotti colocou Messi acima dos últimos grandes jogadores brasileiros: ''Ronaldinho, Romário, Bebeto e Zico duravam três, quatro anos. Messi já leva seis''.

''Já a Argentina, sem ele, pode nem ir à próxima Copa'', disse ao jornal ''La Nación''.

''A Copa América do Brasil foi tétrica, incrível. Como foi a Inglaterra, que perdeu para a Islândia, nem sabia que existiam. 330 mil habitantes. Como vão perder?'', brincou.

Menotti, 77 anos / LA NACIÓN

Menotti discorda da ida de estrelas aos Jogos Olímpicos do Rio: ''Neymar é um consagrado. Para que vai jogar uma Olimpíada? É um disparate''.

''Nem na Copa América e nem na Eurocopa vi jogadores que entusiasmassem. Na Copa América, gostei do Equador. Tinha ideias. Da Eurocopa não me entusiasmou nada. Os franceses jogaram brincando. Os belgas são como os argentinos.''

''Um belga te ajuda. Dois te salvam. Três, já deu. Juntam 11 jogadores bárbaros, mas não vão a lado algum. E esses portugueses ganharam peidando [com sorte].''

Dos trechos mais engraçados da conversa, a análise da criação da Superliga, forma como os clubes grandes chamam o novo modelo do Campeonato Argentino: ''Superliga! Pensei que viessem o Real, o Barcelona, o Bayern, mas de que Superliga me falam se vão jogar os mesmos times de quando eu tinha 18 anos!? Qual é a Superliga? Ao contrário! A decadência social das instituições é espantosa''.

Aos 77 anos, confessou que fica incomodado ao ouvir Maradona, Passarella e Gallego – atletas seus – falando de futebol: ''Não têm poder [intelectual] algum''.

E ironizou o excesso de jogos na TV argentina: ''As milanesas são lindas? Sim, são, são deliciosas, mas uma ou duas, comer dez [bifes] vai te explodir o fígado''.


Boca assegura que Tevez fica e explica por que ele jogou tão mal
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Tales Torraga

O Mundo Boca está sem dormir e sem descansar desde a saída da Libertadores na quinta-feira. Discute-se à exaustão o que fez a equipe jogar tão mal e, principalmente, o que ocorre com Tevez, apático e longe de render como esperado.

Juan Carlos Crespi, diretor de futebol do Boca, acompanhou Tevez por todo o tempo e revelou o que o deixou tão abatido: ''Estava muito mal com o roubo ao seu irmão''.

O assalto ocorreu na quarta-feira, na porta da casa de Diego Tevez, 30, em Villa Devoto, bairro portenho de classe média. Dois assaltantes armados em uma moto renderam o irmão do jogador e levaram seu carro, um Passat 2009.

A família é tema sensível para Tevez, que desde que voltou ao Boca, há um ano, faz críticas públicas às complicadas condições sociais e de segurança na Argentina.

Nascido em uma das zonas mais pobres de Buenos Aires, a favela Fuerte Apache, Tevez sofreu bastante em julho de 2014 com o sequestro de seu pai na capital.

Uma iniciativa sua de sair do Boca estaria mais ligada à segurança da família. Carlitos é pai de duas filhas (Florencia, 10, e Katie, 7) e um menino (Lito Junior, 2), e recentemente pediu em casamento sua companheira há 20 anos, Vanesa Mansilla.


O Boca, porém, assegura que Tevez ficará, e que ele é a peça-chave de sempre na reconstrução do time que tentará incorporar os jogadores que precisa, não os que vieram por improvisação de calendário. Tentar ganhar a Libertadores contratando Bou, Zuqui e Benedetto é o argumento mais repetido pelos que apontavam a inapelável soberba bostera diante da 'Libertadores mais fácil que temos em mãos'.

O erro de ontem que colocava o jogador perto do Corinthians não gerou mais que um riso de desprezo em Buenos Aires. Chavo Fucks, biógrafo do jogador, logo publicou no Twitter que Kia Joorabchian não representa Tevez desde 2006 (!).

Os argentinos estão acostumados aos disparates sazonais que insistem em colocar Tevez no Brasil, país ao qual jamais demonstrou vontade pública de retornar desde que saiu do Corinthians, há uma década. Portenhos fanáticos até criaram gíria para grandes mentiras: dizem que tal coisa é ''mais falsa que Tevez no Corinthians''.

Tevez quer paz. Para si e para os seus. E se quiser sair da Argentina, sairá obviamente para onde pode obtê-la. As turbulências de sua passagem pelo Brasil, quando foi agredido pela torcida, dificultam qualquer movimento nesta direção.


Bombonerazo. Tevez some e sofre maior tristeza no ‘mi Boca Juniors querido’
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Tales Torraga

Acabou a ilusão do Boca Juniors. Poucos minutos, os primeiros, deram a impressão de avançar à final. Sua desordem e o bom Independiente del Valle machucaram como o frio e a chuva da noite portenha: 3×2 para os equatorianos, 5×3 no geral.

Com toda justiça. Só por 22 minutos dos 90 o Boca esteve classificado.

Já é dos maiores 'Bombonerazos' da história. Lamentaram, em casa, uma eliminação em semifinal para um clube do Equador. Jamais um equatoriano havia vencido na Bombonera. E 20 dias depois de perder uma Copa América para o Chile.

Está cada vez mais para trás o tempo em que Argentina, Brasil e Uruguai eram o trio do ferro do continente. Só precisam avisar os portenhos que esse momento acabou.

Além da bagunça que foi o Boca, chamou a atenção a apatia de Carlos Tevez.

Sua condição de rockstar europeu que vinha da melhor temporada da sua vida na Juventus não se confirmou em momento algum da Libertadores. Fez cinco gols nesta campanha – muito longe do artilheiro Calleri, nove.

Carlitos nem se candidatou a cobrar o pênalti desperdiçado bisonhamente por Lodeiro no meio do segundo tempo no arco em que fica a La Doce. Na primeira metade, já perdera gol cara a cara com o de novo heroico arqueiro Azcona.

Já era esperado que Tevez sofresse bajón parecido ao de Messi na Copa América. Uniu os dois o protagonismo exagerado para um único jogador que precisaria bancar toda a mortífera pressão cultural argentina do hay que ganar sí o sí.

Tevez, até então com muitas alegrias e poucas tristezas pelo Boca, saiu da Ribera hoje amargando sua maior decepção vestindo azul e ouro. E justamente quando completava um ano exato do retorno ao time.

Outro mito que desmorona é o que punha a Bombonera como estádio especial que jogava por si só. No ano passado, sofreu seu maior escândalo de violência, a torcida queimar a cara dos jogadores do River Plate com gás pimenta.

Agora, a decepção ficou só em campo, sem nenhuma apelação dos selvagens. Diante do triste histórico, o jogo chegar ao fim surpreendeu mais até que o placar.


Maradona esteve no seu palco como prometera. Riquelme, sempre mais ácido com o desempenho desta equipe e desses dirigentes, não.

Nem os medalhões, nem a Bombonera, nem a tradicional predisposição dos árbitros em ajudar, nem o fato de ter o ex-mandatário Mauricio Macri como presidente da Argentina e a peça mais influente possível em qualquer bastidor no mundo todo.

A eliminação oferece munição de sobra aos contrários que vão passar o fim de semana em Buenos Aires repetindo o que se escuta há dez anos na capital:

''A história do Boca é Carlos Bianchi e pouco mais''.


‘Estádio sem o mesmo peso’: Nem a Bombonera resiste à fixação pelo celular
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Tales Torraga

Famoso 'caldeirão mais selvagem das Américas', a Bombonera, nesta noite, pode mesmo se recolher no passado. O Boca Juniors decide 21h45 sua ida à final da Libertadores contra o Independiente del Valle-EQU para descontar o 1×2 de Quito.

Conta com a insana torcida que vai lotar os 49.000 lugares do Alberto Jacinto Armando, nome oficial da Bombonera que…


…já não pesa como antes.

Esta é a opinião de parte da torcida do Boca, ao menos os realistas, porque os neutros ou rivais cravam sem piedade: a Bombonera hoje é mera cancha a mais.

A discussão, claro, chegou à estridente TV argentina. A bola foi levantada por um dos mais respeitados comentaristas da Fox Sports, Carlos Aimar, ex-jogador de Central e San Lorenzo e ex-técnico do próprio Boca Juniors em 1989 e 1990.

Resta ver se ele vai à Bombonera nesta noite – habitualmente sim para trabalhar –  e como vai entrar e sair.

Entre as razões que fazem o estádio perder o protagonismo, o fenômeno de comportamento mais marcante dos tempos modernos: a fixação pelo celular.

Até os bosteros, sempre re locos, hoje dividem a atenção entre apoiar o Boca, mi buen amigo, e registrar suas visões próprias para depois subir e esperar o me gusta.

No ano passado, o Boca já foi eliminado em sua própria casa, na lamentável Noite do Gás em que a torcida queimou os olhos dos jogadores do River Plate.

Cair pelo segundo ano seguido na Bombonera seria sim sinal dos novos tempos.

E este novo tempo já se desenhou nas quartas-de-final contra o Nacional-URU, quando o Boca esteve a uma mera de cobrança de pênalti da eliminação.

Ou, como sintetizou Cai Aimar para o mundo Boca ouvir: ''Classificou peidando''.

Sim, essas coisas são ditas no ar na Argentina sem dramas.

Sim, a Bombonera vai explodir, sim, a polêmica já deixa a torcida pronta para despejar toda a raiva em cima dos azarões equatorianos, sim, Maradona e Riquelme estarão nos camarotes para apoiar o time de Guillermo Barros Schelotto, bostero de quatro costados que jogou com ambos.

Apesar do exagero argentino, é claro que o estádio incomoda os rivais e segue programa imperdível para quem o visita. Mas hoje muitos tiram sarro. Está mais para Heladera (geladeira) que Bombonera.

O refrão 'La Bombonera no tiembla, late', 'A Bombonera não treme, pulsa', é de outros tempos, os que não voltam nunca mais, esses aqui.


Três anos sem ir à final: Nem Argentina salva pior Brasil desde a Era Telê
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Tales Torraga

A queda do São Paulo 'argentino' cavou mais o já fundo poço do futebol do Brasil.

Agora são três Libertadores seguidas sem brasileiros na final. Isso não ocorria desde 1992, quando o São Paulo de Telê começou a fazer dela a obsessão de hoje.

Última decisão brasileira na Libertadores: 2013, o único título do Atlético-MG.

A campanha do São Paulo já feriu o orgulho verde-amarelo pelo time contratar técnico (Patón Bauza) e dupla de ataque (Calleri e Centurión) da Argentina, pátria cada vez mais disparada na condição de maior ganhadora da Libertadores.

Com o favorito Boca Juniors na Bombonera, a Argentina tem nesta quinta-feira a chance de alcançar a 34ª final e brigar pelo 25º título. O Brasil? 17 títulos e 32 finais.

Considerando os técnicos, diferença igualmente grande. Com Guillermo Barros Schelotto seriam 42 os treinadores argentinos na decisão continental; 34 brasileiros.

Se não pode com eles, junte-se a eles? Nem assim. O Brasil não é mais protagonista nem quando esvazia o bolso atrás de argentinos.

Finalistas brasileiros na Libertadores:

2013 – Atlético-MG (campeão)
2012 – Corinthians (campeão)
2011 – Santos (campeão)
2010 – Internacional (campeão)
2009 – Cruzeiro (vice, Estudiantes-ARG campeão)
2008 – Fluminense (vice, LDU-EQU campeão)
2007 – Grêmio (vice, Boca-ARG campeão)
2006 – Internacional (campeão) e São Paulo (vice)
2005 – São Paulo (campeão) e Atlético-PR (vice)
2003 – Santos (vice, Boca-ARG campeão)
2002 – São Caetano (vice, Olimpia-PAR campeão)
2000 – Palmeiras (vice, Boca-ARG campeão)
1999 – Palmeiras (campeão)
1998 – Vasco (campeão)
1997 – Cruzeiro (campeão)
1995 – Grêmio (campeão)
1994 – São Paulo (vice, Vélez-ARG campeão)
1993 – São Paulo (campeão)
1992 – São Paulo (campeão)
(….)
1984 – Grêmio (vice, Independiente-ARG campeão)
1983 – Grêmio (campeão)
1981 – Flamengo (campeão)
1980 – Internacional (vice, Nacional-URU campeão)
1977 – Cruzeiro (vice, Boca-ARG campeão)
1976 – Cruzeiro (campeão)
1974 – São Paulo (vice, Independiente-ARG campeão)
1968 – Palmeiras (vice, Estudiantes-ARG campeão)
1963 – Santos (campeão)
1962 – Santos (campeão)
1961 – Palmeiras (vice, Peñarol-URU campeão)


‘Técnico da Fé’: A virada épica que Patón Bauza busca reviver na Colômbia
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Tales Torraga

Faz 20 anos, mas Edgardo Bauza não acredita.

Faz menos. Claro que faz menos.

Se falassem 'faz dois anos' faria mais sentido.

Só não faz sentido que já tenha passado 20, e em dezembro passará mais um, 21.

El Patón terá nesta noite, em Medellín, a chance de oferecer ao São Paulo um pouco da maior alegria que seu coração de 58 anos já latiu.

Foi em 19 de dezembro de 1995, noite em que a Terra parou em Rosário.

Zagueiro Carbonari, trepado no alambrado e cravado na história

Bauza era coordenador da base do Central. Trabalhava lado a lado com Don Ángel Zof, técnico do time principal, o mesmo que o fez virar, em 1977, atleta profissional.

Profissional. Tudo que a noite em Rosário não era. Mesmo perdendo a final de ida da Copa Conmebol por 4×0 para o Atlético Mineiro, a torcida enlouquecida transbordou o Gigante de Arroyito como se o 4×0 fosse a favor.

Falar deste jogo com qualquer canalla é ver o olho brilhar e ouvir a voz quebrar.

A do Patón quebra. Testem.

Um, dois, três gols no primeiro tempo. Ninguém acreditava no 3×0 que deixava o Central a apenas um gol da maior façanha de todos os tempos. Ninguém acreditava que um estádio resistia a tamanha festa sem quebrar en mil pedazos.

Da festa para a baldúrdia, um 4×0 no penúltimo minuto que fez la gente não se beliscar para acreditar – mas se espancar com o placar que levaria o título para os pênaltis contra o Atlético do goleiro 'Acabou, é tetra!' Taffarel.

A bola que subiu na final da Copa do Mundo entrou na Copa Conmebol. O Central saiu campeão desatando o maior descontrole já visto em um estádio de futebol. Nem um mestre da ilusão como El Negro Fontanarossa faria melhor.

Bauza sempre escancarou a alma canalha. Que, certeza, jogará pelo São Paulo na desforra contra outra virada, mais recente, menos dramática, a do Atlético Nacional sobre o Central aos 184 minutos das quartas-de-final.

Não é uma Libertadores qualquer, não é uma noite qualquer, não é um clube qualquer, não é um técnico qualquer, a fé não é para qualquer.

Hoje, 15 milhões cantam 'Sólo le pido a Dios' e a Patón.

– Que la noche no me sea indiferente…

– El San Pablo es un monstruo grande y pisa fuerte


Boca sofre para encontrar o parceiro de Tevez: Pavón, Benedetto ou os dois?
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Tales Torraga

Antes, a dúvida era Loco Osvaldo ou Comandante Chávez.

Agora, Pavón ou Benedetto.

O Boca Juniors, se sabe, é Tevez e mais dez. O difícil é encontrar seu companheiro de ataque. E justamente no jogo para provocar ataque cardíaco na Bombonera: a semifinal das 21h45 de quinta (14) contra o Independiente del Valle e do Equador.

Pavón, 20 anos, e Tevez, 32

O favorito para ser titular é Pavón, de 20 anos, que fez gols em todos os mata-matas na Bombonera nesta Libertadores. No último, contra o Nacional, empurrou para a rede e levou o vermelho de Héber Roberto Lopes por tirar a camisa. Suspenso no 1×2 da ida em Quito, voltaria ao time normalmente.

O plano B de Guillermo Barros Schelotto para furar a esperada retranca equatoriana é a manutenção de Darío Benedetto, 26, que estreou (mal) no time em Quito.

Intenso, o dilema na Casa Amarilla, como é conhecido o CT do Boca.

Até o sistema de jogo pode ser trocado, saindo do 4-3-3 preferido por Schelotto para um 4-4-2. Lodeiro treinou deslocado para o ataque com o recuo de Benedetto – saiu Zuqui, outro estreante em Quito.

Walter Bou, irmão de Gustavo, foi testado para fazer sua estreia no ataque justo em jogo tão importante. A variante que põe o trio Tevez, Pavón e Benedetto é mais improvável – porém possível no mar azul e ouro de incertezas.

A ganar sí o sí. O retrospecto nesta Libertadores é promissor. O Boca fez gols em todos os jogos com público na Ribera (o 0x0 de estreia contra o Racing teve portões fechados): um no Nacional, três no Bolivar, três no Cerro e seis no Deportivo Cali.

A defesa, porém, jamais manteve o arco em zero. Levou dois do Deportivo e um em todos os outros três jogos.

Muitas dúvidas e única certeza: a Bombonera vai explodir como nunca neste ano.

Diego Armando Maradona já marca presença antes mesmo de entrar no camarote e se juntar a la hinchada bostera: ''Nesta quinta, jogamos a final do mundo''.

Partidazo, che. Para arder los buenos aires.