Rival vai pedir para River ser desclassificado da Libertadores por doping
Tales Torraga
Adversário do River Plate nas oitavas-de-final da Copa Libertadores, o Guaraní, do Paraguai, vai apresentar à Conmebol nesta semana uma solicitação para o clube argentino ser desclassificado da competição. Foi o que adiantou o capitão da equipe, o uruguaio Marcelo Palau, à rádio Belgrano.
Palau criticou muito o escândalo detonado na semana passada em Buenos Aires: ''Estamos bastante descolocados, principalmente com a maneira como o assunto foi manejado. Primeiro era um, depois dois [jogadores], logo seis ou sete e alguns que nem haviam sido sorteados. Vai ser uma bagunça quando sair a punição. Se a pena for grande, imagine o que o River vai dizer. E se não for uma pena grave como se supõe, as demais equipes vão reclamar demais'', declarou.
“A ideia do Guaraní é pedir uma pena deste tipo e passar de fase sem jogar, mas não me parece realista que a Conmebol tome uma decisão tão drástica contra uma equipe como o River'', reconheceu o jogador, reforçando o discurso do sempre explosivo Chilavert. El Gordo Chila cravou semana passada que o River mandava na Conmebol, e a equipe deveria ser justamente excluída da Libertadores.
O regulamento da Confederação que prevê a eliminação de uma equipe por doping está estabelecido no artigo 41, mas a possibilidade vale para mais de dois testes positivos em um mesmo time – o River foi comunicado de dois até o momento, o zagueiro Martínez Quarta e o lateral/volante Camilo Mayada. Houve fervor na imprensa portenha de que seriam sete casos, o que não foi oficializado até aqui.
Diego Benítez, um dos diretores do Guaraní, foi outro a atacar o clube argentino: ''O River está protegido pela Conmebol. Estamos impressionados com a rapidez em que subiram de três para seis trocas na lista de jogadores justo no dia do doping”.
O time de Núñez se defende dizendo que o aumento das trocas foi permitido também na Sul-Americana – e um dia antes de ser anunciado na Libertadores.
É esperada uma conversa oficial entre Conmebol e River nesta segunda-feira para definir se há outras notificações de doping e se a participação do clube argentino na Libertadores está ameaçada.
Enquanto isso, Buenos Aires, claro, arde com a polêmica envolvendo o River.
O Boca, em sua comemoração de título neste domingo na Bombonera, teve como grito de guerra um ''E quem não salta / Se drogou''.
Lamentável, mas até então, normal. Todos sabem que, mais que rival, o Boca nutre um verdadeiro ódio pelo River. O mais absurdo nesta história é que o animador oficial contratado pelo clube para puxar este cântico era Ari Paluch, alguém que se define no Twitter como jornalista e…difusor espiritual.
Para provar que nem tudo está perdido:
1 – Advogados e torcedores do Boca vão pedir para Ari ser expulso do quadro de sócios para ''preservar a honra e o bom nome do Club Atletico Boca Juniors''.
2 – Marcelo Gallardo ontem à noite abriu sua entrevista coletiva parabenizando o ''justo e merecido'' campeão Boca Juniors.
Em meio ao ódio e à intolerância, um bem-vindo sinal de paz.