Má notícia para o Brasil: o River está voando
Tales Torraga
E deu River Plate no tão aguardado superclássico contra o Boca na Bombonera.
Foi bem mais fácil que o imaginado: um 3×1 um pouco mentiroso – o placar mais justo seria um tranquilo 4×2 ou 5×2 para o Millo na fria noite portenha.
(Que Bombonerazo, che…)
Faltam agora seis rodadas para o fim do Campeonato Argentino. O River está quatro pontos atrás do líder Boca, e com um jogo a menos para cumprir.
O resultado deixou a Argentina vermelha e branca em êxtase – e já, acredite se quiser, cogitando quem vai ser melhor enfrentar na decisão do Mundial de Clubes, se Juventus ou Real Madrid.
Não há a menor dúvida: o atual River está jogando muito, mas melhor que aquele que foi campeão da Libertadores em 2015.
O time de Marcelo Gallardo superou o Boca de Schelotto em plena Bombonera em todas as linhas do campo. Mesmo na defesa, com o lateral-esquerdo Casco fora de combate logo no primeiro minuto em virtude de uma patada de Gago, o treinador millonario encontrou soluções: foi exatamente no lado esquerdo que saíram os dois gols que abriram a contagem – o primeiro, um golaço histórico de Pity Martínez, de voleio, e o outro de Pipa Alario, delantero de seleção, o melhor hoje no país.
(Toda a Argentina olha para Gallardo como o mais brilhante técnico da América do Sul – e disparado. Ele quer encerrar sua obra-prima no River com os únicos títulos que faltam ganhar, ainda que tenha só 41 anos: o Mundial e o Argentino.)
Os volantes combateram e os meias criaram tudo o que era preciso na Bombonera totalmente sob controle. Não houve afobação nem quando o Boca encontrou o seu gol na última bola do primeiro tempo, na cobrança de falta de Gago que contou com a falha do goleiro Batalla, que se redimiu plenamente no segundo tempo.
Negar que este River está provando a cada semana que é forte favorito na Libertadores é brigar com os fatos – e eis a classificação às oitavas-de-final da Copa com duas rodadas de antecedência para acabar com qualquer discussão.
O desempenho do Millo no Monumental em competições internacionais é espetacular. São 17 vitórias em 23 jogos, mais de 80% de efetividade.
O mata-mata é traiçoeiro?
São nesses cruces que o River se fortalece – vide a Libertadores, a Sul-Americana, as duas Recopas e a Copa Argentina que lhe deu a vaga nesta Libertadores 2017.
Jogar como visitante é duro?
Está aí o baile no Boca na Bombonera, exatos dois anos depois do covarde ataque do gás pimenta, mandando o recado aos times brasileiros e uruguaios.
Em Núñez e Belgrano preferem que o adversário seja o Real. Na Recoleta e na Villa Crespo, leve tendência para ser a Juve. Um trâmite, esta Libertadores, segundo os enlouquecidos millonarios que vão festejar este 3×1 a semana, o mês, o ano inteiro.
O River não passeava sobre o Boca na Bombonera desta maneira fazia 15 anos, desde o histórico 3×0 de Ramón Díaz e de, mirá vos, Vaselina Rojas…