Vale título: cinco motivos para acompanhar Boca x River neste domingo
Tales Torraga
A Argentina já conta os minutos para as 17h de domingo e para o pontapé inicial de Boca Juniors x River Plate, times cujas torcidas somam 75% da população do país. A partida será na Bombonera e pode encaminhar o título nacional ao clube xeneize.
Esta será a 24ª rodada de um total de 30.
O Boca lidera o torneio com 49 pontos, seguido por Newell's (45) e San Lorenzo (43). O River tem 42 e joga sua cartada final se quiser ser campeão.
Este superclássico é tão especial que até o presidente da Argentina Mauricio Macri, torcedor-símbolo e ex-mandatário do Boca, foi almoçar com os xeneizes na quinta.
Fez um único pedido – que transpirassem a camisa.
A Argentina olha para este embate como ''o maior clássico do mundo'', o que só a mania de grandeza pode afirmar – mas é inegável que Boca e River fazem sempre duelos pegados e com as duas equipes no limite. Neste domingo não vai ser diferente. Listamos cinco outros motivos que tornam esta partida imperdível.
1) GÁS PIMENTA FAZ DOIS ANOS. O mesmo estádio e o mesmo dia. Foi em 14 de maio de 2015 que a torcida do Boca tentou queimar os olhos dos jogadores do River com spray de gás pimenta na volta do intervalo – e em plena Libertadores. Este aniversário já dá o que falar. Haverá remissões ao ataque em campo e fora dele. A Argentina é passadista que só – e está aí a melancolia do país como prova.
Torcedores do River até criaram música: ''Iba 0 a 0, gracias Panadero''.
2) SUPERATAQUES. Tevez e D'Alessandro foram embora e Boca e River melhoraram. O xeneize tem uma delantera de respeito: Pavón, Benedetto e Centurión. O River não fica atrás com sua dupla cuestión de peso formada por Gordo Driussi e Pipa Alario. O Boca marcou 48 gols – dez a mais que o River.
Os dois artilheiros do torneio estarão em campo – Driussi e Benedetto, com 14 gols.
3) SUPERTÉCNICOS. Pelo Boca, El Mellizo Guillermo Barros Schelotto; pelo River, El Muñeco Marcelo Gallardo. São os dois melhores treinadores da Argentina. E brigam por um título inédito. Schelotto ainda não ergueu taça alguma pelo Boca como técnico. E Gallardo, o ''Rey de Copas'', está obcecado em juntar o campeonato nacional às já obtidas Libertadores, Sul-Americana e Recopa.
São a elite da nova geração no continente. Gallardo tem 41 anos; Guillermo, 44.
4) TORCIDAS. Os fanáticos pelo River passaram a semana tirando sarro pela classificação às oitavas-de-final da Libertadores, competição que o Boca não está disputando neste ano. No microcentro portenho surgiu uma bandeira com um porco vendo uma TV, em referência ao Xeneize acompanhar a competição apenas à distância. O jogo na Bombonera vai ter torcida única – e um óbvio revide do Boca.
Em 2013, até interromperam o jogo para lembrar da queda do River à Série B.
5) GAGO x PONZIO. O duelo mais quente vai ser entre os dois volantes. Gago já se lesionou com gravidade duas vezes contra o River. E Ponzio, o capanga, o enlouquecido leão das patadas, deve fazer seu último jogo na Bombonera. Aos 35, cogita aposentadoria para dezembro – e a torcida já planeja sua merecida estátua.
A rixa vem do patadón terrible de Ponzio em Gago em plena La Boca em 2014.
Times:
Boca Juniors (4-3-3) – Rossi; Peruzzi, Vergini, Insaurralde e Fabra; Pérez, Gago e Betancur; Pavón, Benedetto e Centurión. Técnico: Guillermo Barros Schelotto
River Plate (4-3-1-2) – Batalla; Moreira, Maidana, Quarta e Casco; Fernández, Ponzio e Rojas; Martínez; Driussi e Alario. Técnico: Marcelo Gallardo
Árbitro: Patricio Loustau
Será a rodada dos clássicos, com também Independiente x Racing, Newell's x Central e Huracán x San Lorenzo, entre outros. A programação completa está aqui.