O pai caçou Diego e Robinho. E o filho é hoje um dos craques da Argentina
Tales Torraga
Raúl Cascini. Seu nome diz pouco ao torcedor brasileiro. Mas ele é reverenciado como um dos maiores volantes da história recente do Boca Juniors, campeão da Libertadores de 2003 em cima do Santos e autor do gol de pênalti que deu o Interclubes do mesmo ano contra o Milan do goleiro Dida.
Qualquer um que percorra os arredores da Bombonera e pergunte por Cascini vai ouvir a mesma resposta: ''Aquele que caçou Diego e Robinho''.
Raúl, de fato, foi um volante infernal. Seus críticos dizem que ele não jogava futebol – que era, isso sim, uma máquina de chutar e socar o adversário.
Hoje com 46 anos, Raúl é comentarista da FOX Sports em uma das principais atrações da TV argentina, o programa 90 Minutos de Fútbol, transmitido no almoço.
E mostrando como o passar do tempo é implacável, seu filho, Juan Bautista Cascini, volante do Estudiantes, é apontado como um dos grandes jogadores do futebol argentino na atualidade.
''Bau'', como é chamado, tem 19 anos. Ontem, mais uma vez, formou a dupla titular de volantes do Estudiantes ao lado de Juan Sebastián Verón. La Brujita deixou o campo no começo do segundo tempo. E Bau Cascini foi até o fim, e acabou escolhido pela TV como melhor homem em campo na vitória de 1×0 do clube de La Plata sobre o Atlético Nacional pela Libertadores.
Cascini pai e filho dividem a discrição. Quando o pibe fez gol no dia do adversário do pai, o comentário do Cascini mais velho na TV foi despiste e deboche.
Vai ser difícil despistar e debochar o que vem a partir de agora.
Bau Cascini tem deixado o excelente Ascacibar no banco e já é tido como um dos substitutos do decadente Mascherano na seleção.
Qualidade não lhe falta. Tem fôlego, poder de marcação e inteligência no passe. E não herdou o jogo brusco do pai. É apontado como digno sucessor de Verón.
E com uma oportunidade que vai fazer toda a diferença: aprender, no dia-a-dia e ao lado, em campo, todos os segredos com seu grande professor.