“Fumava com Buffon e o técnico no vestiário da Itália”, revela Loco Osvaldo
Tales Torraga
E Loco Osvaldo apareceu!
Quase um ano depois de ser ejetado do Boca Juniors e anunciar a aposentadoria, o picante ex-jogador de 31 anos (!), que largou o futebol para ser vocalista de uma banda de rock (!!), deu uma saborosa entrevista à FOX Sports de Buenos Aires.
Osvaldo é portenho, mas cumpriu a maior parte da sua carreira na Itália. Ele defendeu a seleção italiana de 2011 a 2014, com 14 jogos e 4 gols pela Azzurra.
Em maio do ano passado, foi expulso do Boca pelo técnico Guillermo Barros Schelotto por fumar no vestiário nas quartas-de-final da Libertadores, contra o Nacional, no Uruguai – quando mostrou os testículos para a torcida adversária.
Questionado sobre o cigarro, Osvaldo respondeu: ''Eu vinha de outro mundo. Fumava com Buffon e com o técnico no vestiário da seleção da Itália. Talvez estivesse errado, sei lá. Não gosto dessas coisas meio militares, de ditador, acho que o cigarro foi só um motivo para ele me tirar do Boca. Devia ter outras razões. O importante é que hoje posso fumar o quanto quiser'', debochou, tomando um gole de cerveja em pleno programa – onde fez questão de aparecer com um digno visual roqueiro e promover sua banda, Barrio Viejo, ''Bairro Velho'', pelas suas origens.
Como me diz um amigo: imaginem a cabeça da torcida do Boca que menos de um ano atrás via o rapaz em campo e agora o vê cantando nos shows?! Osvaldo integrou até um maiores festivais argentinos, o Cosquín Rock, em fevereiro.
Ironias à parte, a declaração de Osvaldo reabriu em Buenos Aires a antiga discussão sobre fumantes no futebol. Com o tempero extra de ele revelar que compartilhava o momento ''vamos estragar nossa saúde'' com o seu comandante (era Cesare Prandelli) e com a estrela do grupo, o goleiro Buffon, hoje com 39 anos, exemplo de longevidade esportiva. E que o fumo rolava solto em pleno ambiente de trabalho de uma seleção nacional – e de extrema tradição no futebol, como a Itália.
A nossa opinião? Antes de atletas, os jogadores de futebol são seres humanos em constante conflito com suas atitudes. Bilionários, famosos, bajulados, sim, deveriam dar exemplo, mas…humanos. Um ideal é um ideal, um humano é um humano. Os humanos falham. A estrutura do humano é a falha, a falta – inclusive de bom senso e respeito em um ambiente de alto rendimento impondo o ''fumo passivo'' aos demais jogadores que lidam ali, juntos, com os rigores de ser um atleta de ponta.
Adultos são adultos. Fazem o que querem e arcam com as consequências. A ressalva vale mesmo só para o convívio profissional – e o treinador designado em prezar pelo ambiente nesta situação não via problemas. Pelo contrário, fumava junto. Sem patrulhas, óbvio. Não vivemos no mundo perfeito. Tudo o que o mundo de hoje faz questão de jogar na nossa cara é que ele pode ser tudo, menos perfeito.
Os jogadores incomodados com o cigarro também poderiam abrir diálogo e levar, com respeito, suas posições ao técnico. Não são coitados. São igualmente adultos que podem, a todo momento, tomar a iniciativa de ser ou não coniventes.
Outra ressalva: confiamos cegamente no que diz um tipo tan loco como Osvaldo?
E você? O que acha dos jogadores fumantes?
E Loco Osvaldo? Cairia bem no seu time?