Patadas y Gambetas

Magoado e sem dormir, Bauza sofre (e preocupa) na chegada ao Brasil

Tales Torraga

Edgardo Bauza é um homem magoado, estressado e que coleciona madrugadas sem dormir direito. O blog apurou que a rotina do pressionado técnico argentino mudou drasticamente nos últimos dias – e para pior.

Bauza sabe que bons resultados contra Brasil (nesta quinta) e Colômbia (próxima terça) são cruciais para manter o emprego que definia como 'sonho de vida'.

Patón assumiu a Argentina há apenas quatro jogos, mas desde sua chegada há numerosos dirigentes, jornalistas e torcedores muy contrários ao seu trabalho.

Desequilibrada, parte da imprensa argentina, especialmente a portenha, o trata como ''cagão'', ''galinha'' e ''empregado de Messi'', entre outras grosserias.

A recente (e forte) mágoa vem daí.

A perturbação já alarmou sua comissão técnica, que sempre o viu como um profissional sereno e de fácil trato especialmente nos momentos cruciais.

Sempre metódico, Patón reconhece que sua vida mudou muito desde que assumiu a Seleção. Há cada vez menos tempo livre para a família e para o descanso.

Diz que analisa partidas sem parar e que as exigências estão impedindo seu relaxamento em uma Seleção à beira do caos esportivo, político e emocional.

Bauza e parte dos jogadores da Seleção chegam a Belo Horizonte nesta segunda (7). No caso de Patón, com um reforço: os constantes contatos com a filha Emiliana, de 34 anos, instrutora de yoga e especialista em práticas de bem-estar.

Emiliana Bauza, filha do técnico da Argentina

Patón quer evitar o sofrimento dos antecessores Alejandro Sabella e Tata Martino.

Sabella penou tanto na Copa de 2014 que sua saúde jamais foi a mesma. Não voltou a trabalhar desde então e esteve internado mais de uma vez sem a família revelar o motivo – a imprensa argentina publicou que era problema cardíaco.

Martino revelou profundo desgaste físico, emocional e crises de choro ao perder a Copa América para o Chile em junho: ''Me dói até hoje só de lembrar'', repete.

Bauza tem 58 anos. Está no meio do caminho entre Martino (53) e Sabella (62).

Nem veteraníssimos consagrados e com todo o respaldo ao dispor souberam lidar com este moedor de carne e nervos chamado seleção argentina.

Que mal y locos estamos los argentinos, che.