Patadas y Gambetas

Brasil x Argentina já vale o emprego de Bauza

Tales Torraga

Brasil e Argentina jogam pelas Eliminatórias em Belo Horizonte daqui a três semanas – e esse período será de extrema pressão para o técnico Patón Bauza.


Ou Bauza termina 2016 em posição melhor que a atual quinta colocação ou será sacado. Simples assim, indicaram dirigentes ouvidos pelo blog. O trabalho de Patón foi dos temas mais falados na reunião da AFA na noite de terça em Buenos Aires.

Tal rumo nos bastidores transforma o jogo do Mineirão crucial para seu emprego. Bauza precisa pelo menos empatar com o Brasil e vencer a Colômbia em casa (San Juan) dia 15. Se não somar quatro pontos, dará adeus depois de só seis jogos.

Patón vem de uma vitória (Uruguai), dois empates (Venezuela e Peru) e uma derrota (Paraguai). Passando novembro, a Argentina voltaria a jogar pelas Eliminatórias somente no fim de março, o que facilitaria a eventual mudança de comando.

Para sua instabilidade contribui também a eterna crise política da Associação. A chegada de Bauza foi determinada por Armando Pérez, presidente do Comitê de Regularização da AFA, cujo poder é encolhido pelos dirigentes a cada semana.


Ontem (19), o jornal ''La Nación'' publicou que uma das determinações da AFA nesta semana foi limitar o atual contrato de Bauza até junho, como mostra acima.

Terrible, eh.

Quem colocou mais pressão ainda sobre Bauza foi o último treinador campeão mundial pela Argentina em 1986, Carlos Salvador Bilardo. Ele simplesmente pediu a cabeça de Patón: ''Se quer fazer média com a imprensa ou com os jogadores, que não dirija mais'', disparou ontem El Narigón Bilardo, já cotado a assumir o cargo.

Pegou mal contra Bauza sua entrevista dada semana passada no Fox Sports ao jornalista Fernando Niembro. Em declaração bastante criticada pela opinião pública, Patón afirmou que a Argentina ''sairia campeã da Copa do Mundo da Rússia''.

Como dizer isto se já sofre horrores só para garantir a presença no Mundial?

Mais sério, Bauza falou que vai formar a Argentina com duas linhas de quatro ante o Brasil. Ele avalia de perto três jogadores em atividade na Argentina: Marcos El Huevo Acuña (Racing), Fernando Belluschi e Sebastián Blanco (ambos do San Lorenzo). Os três são meio-campistas de pegada e bom toque de bola. Ocupariam as vagas deixadas pelos lesionados Augusto Fernández e Lucas Biglia.

* Atualizado às 10h05: Armando Pérez acaba de dizer que não vê a hora de sair do comitê da AFA: ''Uma bagunça bárbara''. Patón está muito enfraquecido. Seu único respaldo precisará vir unicamente e exclusivamente do campo. Será?

A ver.