Patadas y Gambetas

Daniel ‘Loco’ Osvaldo volta ao Boca. Seis motivos que justificam o apelido

Tales Torraga

Eis Daniel Osvaldo. Depois de 33 dias tratando o pé quebrado, foi titular ao lado do amigo Tevez no Boca Juniors que neste domingo (20) jogou muito mal e perdeu por 2×0 fora de casa para o Lanús, líder do Grupo 2 no Campeonato Argentino.

Osvaldo e Tevez em má noite contra o Lanús / Olé!

Lanús também é onde Osvaldo nasceu há exatos 30 anos. De larga carreira no futebol europeu, seu apelido na Argentina é 'Loco'. Bem louco. Seis ''loucuras'' suas:

1) ROCK, DANISTONE!
''Música é estado de espírito'', costuma dizer o roqueiro/atacante Osvaldo. Está sempre nos palcos de Buenos Aires com os amigos da banda La 25. Uma das aparições, às vésperas do superclásico contra o River na Libertadores, pegou mal.

Na Europa, Osvaldo já pediu para deixar o estádio mais cedo e chegar a tempo em show dos Stones. Outro apelido seu na capital argentina: DaniStone.

2) QUER GRAMA, CAVALO?

O estilo encarador de Osvaldo é prato cheio para os zagueiros. Socos, chutes e provocações são seu ''dia no escritório'' no pesado Campeonato Argentino. Em um desses confrontos, bravo com Desábato, do Estudiantes, pegou um pedaço da grama da Bombonera e colocou em sua boca: ''Você é cavalo? Quer?''.

3) PROVOCADOR DE MÃO CHEIA

Osvaldo chegou ao Boca no começo do ano passado, dias depois do 5×0 amistoso imposto ao River. Não perdeu a chance. Pisou em Ezeiza, aeroporto internacional de Buenos Aires, com camiseta de cinco dedos para tripudiar o rival pela goleada.

4) BOCAS E SORRISOS

Osvaldo é fanático pelo Boca desde criança. A paixão é tamanha que, mesmo jogador de clube grande na Europa, frequentava a Bombonera como torcedor qualquer. Fez juramento com o amigo-irmão Tevez para jogar juntos no clube.

A pica Boca-River é das razões apontadas para ter saído na mão com o ex-colega de Roma Erik Lamela, revelado na outra zona (a norte, em Núñez) de Buenos Aires.

5) SEM CAMISA

Osvaldo tem 11 anos de carreira. E 13 trocas de clubes – sem contar a seleção italiana defendida em 14 jogos. A lista: Huracán, Atalanta, Lecce, Fiorentina, Bologna, Espanyol, Roma, Southampton, Juventus, Inter de Milão, Boca Juniors, Porto e Boca de novo. A sudar la gota gorda, che!

6) BARRA BRAVA NO MARACANÃ

Osvaldo e a então mulher, Jimena Barón, estavam no Maracanã na final da última Copa do Mundo. Nada de tribuna. No gol do Alemanha 1×0 Argentina, o atacante da Inter de Milão Osvaldo distribuiu murros e pontapés aos contentes com o resultado.

Mesmo loucos bélicos têm ternura. Como Osvaldo em entrevista à revista El Gráfico:

''Meu ídolo é meu pai. As moedas para tomar o ônibus e treinar no Huracán, quando eu começava no futebol, era ele quem colocava. Quando não as tinha, dava jeito de conseguir. E quando tinha que economizar, economizava em outra coisa, porque as moedas eram para mim. Essa era a prioridade. A prioridade dele.

Meu velho era um trabalhador [em mercadinho de Lanús]. Quebrava a cara para meus quatro irmãos e eu termos o mínimo. Nunca nos faltou para comer. Jamais. Se o momento era bom, talvez fôssemos a um restaurante uma vez por mês. Mas também passamos por momentos em que nos ajustávamos bastante, sobretudo quando minha velha, que também quebrava a cara trabalhando 12 horas por dia, foi despedida do trabalho em um supermercado.''

Como se diz em Buenos Aires:

La carroza del loco se va. Un loco sin remedio, este Osvaldo.

Caricatura de Osvaldo na revista El Gráfico

Arrimo mi voz
Y parece que no hay nada que contar
El coyote nos comió, el bolsillo se agujereó
La balada para un loco se escuchó

Arrimo canción
Y la fiesta de la gente cantará
El fuelle suspiró, el bombo amaneció
La esquina, la vereda se inundó

Loco sin remedio
Ya ni el mundo te gira
Loco sin consuelo

Arrimo mi sol
Y el invierno de la mente cambiará
No importa lo que sos, renace la ilusión
Aunque el mundo ande mudo y solo

La carroza del loco se va
Con lunas y soles
Y promesas de amores
Y todo lo que quiera puede imaginar
Y las penas olvidar