Opinião: o campeão da Libertadores será aquele que operar melhor o VAR
Tales Torraga
O futebol não é uma bola e nada mais. E quem me pergunta quem vai ganhar a final da Libertadores, se River Plate ou Boca Juniors, eu respondo que vai ser campeão aquele que opere melhor, dentro e fora de campo. E com o VAR, claro, com o amplo conceito que ele significa.
E o que é operar? É jogar bem dentro de campo. Operar é conduzir bem fora de campo, que aquele que está em cima com o VAR chame sempre, e não apenas quando convém a ele, o controlador.
É o árbitro de campo que precisa pedir o VAR, e não o controlador do VAR que deve impor a imagem ao árbitro de campo. Se há esta inversão de caminhos, você dá o poder supremo a quem controla o VAR. Por exemplo: quando surge um cruzamento e há uma mão na bola, e os 11 jogadores da equipe que seria beneficiada reclamam com o árbitro, é porque houve algo. No Grêmio x River, foi o contrário. Ninguém pediu nada.
Para ajudar, quem teria a pedir, que foi Scocco, que chutou a bola, pediu escanteio. Todos interpretaram que não foi pênalti, exceto o VAR, que produziu o penal.
Sobre a presença de público nessas finais, devo dizer que o contexto atual da Argentina não permite duas torcidas no mesmo estádio. A verdade é que, se Rosario Central e Newell's precisaram jogar em Sarandí sem público pela Copa Argentina, eu não me espantaria com nada nesta decisão de Libertadores, nem que a joguem com uma bola de rúgbi.
* Por Guillermo Marconi, presidente da SADRA (Sindicato de Árbitros da Argentina), com agradecimento à agência de notícias do governo, a ''Télam''