Vencer o Brasil deve assegurar interino no comando da Argentina em 2019
Tales Torraga
A seleção argentina está bem perto de colocar em prática algo que passou a ser comum também no futebol brasileiro. Sem opções tão acessíveis – e principalmente condizentes com o orçamento – em mãos, o técnico interino Lionel Scaloni hoje é o favorito para seguir no cargo e encarar ao menos a temporada 2019 no comando da azul e branca, segundo apurou o blog.
Scaloni é bancado até mesmo por opiniões pesadas, como a do zagueiro campeão mundial em 1986 Óscar Ruggeri, hoje comentarista do Fox Sports.
Chiqui Tapia, presidente da AFA, ainda paga multa rescisória a Jorge Sampaoli, valor total que girou em torno de US$ 2 milhões (com o agravante de o câmbio estar em torno dos 40 pesos argentinos a cada dólar). As frágeis cifras da associação ainda deixaram uma dívida em aberto com Tata Martino, que treinou a equipe de 2014 a 2016 e aparecia como um dos cotados para voltar – e justamente como uma maneira de acertar de vez suas pendências com a AFA.
Com o caos financeiro do país e com a recusa dos principais nomes em comandar a seleção – Diego Simeone, Mauricio Pocchetino e Marcelo Gallardo já deixaram claro que não querem trabalhar com esses dirigentes e jogadores -, pouco mais resta à AFA do que oficializar Scaloni que, verdade seja dita, não fez nenhuma barbaridade nos três jogos em que comandou a equipe até aqui, ante Guatemala, Colômbia e Iraque.
O jogo contra o Brasil será um sinal claro do caminho a seguir pela Argentina. Com os olhos mais nas cifras do que em prazos e planejamentos esportivos, o baixo custo de Scaolini, aliado à sua aceitação entre os veteranos e os novatos deste elenco, deve oferecê-lo um ano a mais de trabalho.
(Economia? O blog apurou que Sampaoli recebia cerca de R$ 460 mil mensais de salário da AFA, e o custo de Scaloni, que estava à frente do Sub-20, é de R$ 50 mil.)
Caso o interino vença o amistoso das 15h (de Brasília) desta terça (16), a sua continuidade está praticamente assegurada. O único resultado que abalaria a aceitação do seu trabalho seria um vexame diante do Brasil de Tite, o primeiro adversário de peso a ser encarado por ele.
Salvo alguma surpresa de última hora, os titulares argentinos na Arábia Saudita serão: Romero; Saravia, Otamendi, Kannemann e Tagliafico; Meza, Ascacibar e Lo Celso; Dybala, Icardi e Ángel Correa.