‘Água batizada de Branco é desculpa’, dispara massagista da Argentina em 90
Tales Torraga
Fisioterapeuta e massagista da seleção argentina nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, Miguel Di Lorenzo, mais conhecido como Galíndez, declarou ao site ''Infobae'' nesta segunda-feira (17) que a famosa história da ''água batizada'' dada a Branco no Brasil x Argentina do Mundial de 1990 é uma ''desculpa'' entregue pelos brasileiros para justificar a derrota ocorrida no duelo de 28 anos atrás.
As duas maiores seleções da América do Sul se enfrentaram nas oitavas de final daquela Copa, realizada na Itália, e a Argentina venceu por 1 a 0, gol de Caniggia depois de uma jogada épica de Maradona. Tão relembrada quanto a maravilhosa sequência de dribles do gênio argentino é a escabrosa história que ele mesmo revelou 15 anos depois: o então técnico Carlos Bilardo incumbiu Galíndez de picar comprimidos de calmante em uma água que seria entregue ao lateral-esquerdo Branco, responsável pelas cobranças de falta daquele Brasil.
''Não sei porque continuam falando disso'', respondeu Galíndez ao ''Infobae'' sobre a famosa ''água batizada''. ''Não tenho nada o que dizer, absolutamente nada. É uma desculpa. Sempre uma coisa, a outra, e me metem no meio, mas aquela água o Carlitos Giusti tomou também. Eu dei água a todos, porque estava atendendo Pedrito Troglio'', declarou o massagista que hoje está com 73 anos, contrariando o vídeo que o mostra conversando com Giusti para trocar de garrafa.
Ele respondeu outras três perguntas referentes ao episódio:
Você pensava que seguiriam falando da água depois de tantos anos?
– É sempre o mesmo. Cada um que tire sua conclusão. Eu tenho a consciência tranquila.
Conversou alguma vez com Branco?
-Sim, nos cruzamos no Brasil. Ele me disse ''filho da puta, você me envenenou'', e eu respondi ''Te envenenei? Você está louco…''. Isso foi no Brasil. Depois, não o vi mais.
Te incomoda que sempre que falem de você, falem da água batizada?
-Me incomoda que só se fale disso. Não tem mais sentido.
Depois de passar por sérias dificuldades de saúde e dinheiro, Galíndez hoje trabalha na Secretaria de Esportes de La Matanza, nos arredores de Buenos Aires. E tem planos mais ousados: quer voltar à seleção como manager. E, por supuesto, dispara para todos os lados: ''Jorge Sampaoli resolveu lamber a bunda de jogadores como Messi, que não é campeão na Argentina como é na Europa'', disparou. ''A AFA precisa de gente lutadora. Estive 12 anos na seleção, conheço tudo de ponta a ponta.''