Testículos em carne viva: a loucura do zagueiro do Boca em uma Libertadores
Tales Torraga
O Boca Juniors completa, nesta terça (3), 113 anos de sua fundação. E para provar que é o clube argentino mais valente – que pone más huevos, como dizem os xeneizes -, uma história das mais inusitadas está sendo repetida por dois a cada três bosteros neste aniversário em Buenos Aires.
E ela tem a ver com o zagueiro Rolando El Flaco Schiavi, que passou pelo Grêmio e que deveria ser um ídolo também para os corintianos: foi ele quem errou o passe que deu o segundo gol a Emerson Sheik na decisão da Libertadores de 2012.
Schiavi é um símbolo bélico do Boca, clube que defendeu de 2001 a 2005 e em 2011 e 2012. Zagueiro que se orgulhava de ser violento inclusive com os companheiros nos treinos, ele acabou sendo vítima de uma brincadeira (?) das mais maldosas em uma concentração.
Foi na Libertadores de 2003, a que o Boca conquistou em cima do Santos.
Boca e Independiente Medellín jogariam na Colômbia pela primeira fase, quando ocorreu o que Schiavi contou à TV Arroban:
''Na concentração, eu era o responsável por encher as garrafas de água quente para tomar mate e levar para os companheiros. Enchi a dos companheiros, normal, enchi a minha, normal, e quando fui colocar água quente no meu mate, percebi que alguém tinha soltado um pouco da tampa. Derramei toda a água quente aqui (sinalizando para os testículos).''
''Fiquei com uma dor terrível. Me matava. Era a véspera do jogo. No dia seguinte, chamei o doutor e mostrei para ele. Estava em carne viva, tinha uma porção de bolhas. Fiz um curativo com gaze e um monte de pomadas, e aí fui para o campo.''
''Você tem ideia da dor que eu sentia? Você tem noção de como eu dava carrinho, como abria a perna, como eu tinha medo de levar uma bolada? Bem, não sei do que eu tinha mais medo, se era de tomar um bolada bem aqui ou de o Bianchi [Carlos, o treinador] ficar sabendo. Foi uma loucura. Voltei ao normal só dois meses depois.''
O Boca perdeu aquela partida por 1 a 0. Mas Schiavi ganhou o amor incondicional dos xeneizes por não largar a camisa nem com os testículos pegando fogo.