Di María revela trauma na Copa de 2014: ‘Maior dor da carreira’
Tales Torraga
O jornal ''La Nación'' que circula hoje (23) nos kioscos de Buenos Aires traz uma excelente entrevista com Ángel Di María, ''o companheiro perfeito de Lionel Messi'', segundo a avaliação de Jorge Sampaoli, técnico da seleção argentina.
Di María, que completa 30 anos no mês que vem, afirmou que a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014 continua sendo um tema aberto – e negativo – para ele.
''A final que não joguei no Brasil segue me perseguindo [sofreu estiramento contra a Bélgica, nas quartas]. Tomara que eu possa jogar a da Rússia e ganhá-la. Seria a única maneira de esquecer dessa decisão do Maracanã. Todo mundo me criticou e suspeitou que não quis jogar a final pela carta que chegou do Real Madrid, mas mesmo comigo explicando a situação continuaram dizendo besteira.''
Sempre negada por Di María, a versão citada pela imprensa portenha aponta que o departamento médico do Real, então clube do jogador, vetou sua presença na final.
''Mandaram uma carta, isso é verdade. Eu a recebi e a rasguei sem ler. E disse: 'Ninguém opina nada, eu estou aqui para jogar'. Foi uma decisão de Alejandro [Sabella, o técnico] colocar quem estava melhor, e eu respeitei. Se a gente fosse campeão, ninguém iria falar nada. Mas perdemos e insinuaram que eu havia me borrado. A partida que eu não joguei é a que mais me dói na carreira.''
Di María contou também que recorreu à terapia para lidar com as pesadas críticas que passou a receber desde esta decisão. ''Passei muito, mas muito mal. Me matava psicologicamente'', afirmou, sobre o discurso ufanista e pouco coerente que predomina entre os torcedores argentinos ao falar da atual seleção.
Qualquer roda de conversa sobre as derrotas para a Alemanha nas finais de 1990 e 2014 aponta como razão para o vice de 1990 a ausência de Caniggia na final – o atacante cabeludo estava suspenso, por cartões amarelos. E o apertadíssimo 1 a 0 na prorrogação de 2014, o que explica? O fato de Di María não ter jogado, claro.
(Claro que são costumbres argentinas!
E não é muy loco que este clássico do rock argentino – de 1985! – tenha um trecho cantando ''Tengo en la mano una carta para jugar el juego cuando quieras?'')