Análise: Este River tem mesmo cara de campeão
Tales Torraga
Andrada, goleiro do Lanús, começou a fazer cera aos 20 minutos de jogo.
O gol pode esperar, diz o folclore argentino. E numa guerra assim, com a perna fortíssima e com a cara cheia de sangue, como a do zagueiro Maidana, este fantástico River escancarou suas entranhas e mostrou que está pronto para o tetra.
É para jugar? Jugamos. É para meter patadas? Metemos.
Nos bancamos, disseram os 11 homens do Napoleón Marcelo Gallardo que a cada batalha mostra por que é considerado o maior técnico da centenária história do River Plate. O 1×0, gol de Scocco, o sexto em dois jogos, poderia ser 2×0 ou 3×0.
A loucura no Monumental foi tamanha que aos 40 do segundo tempo as populares estavam mais preocupadas em acender rojões do que com o jogo em si.
O ferro forte que esperávamos invadiu mesmo o Festival, quer dizer, o Monumental.
A rispidez comandou as ações. Os dois times estavam preparadíssimos taticamente, mais preocupados em machucar o rival do que em buscar o gol.
O próximo round desta pelea infernal será terça (31) que vem, às 22h15 (de Brasília), em Lanús, com a torcida do River já comprando as entradas do time local e obrigando a polícia a estudar um esquema de segurança para saber o que fazer com os fanáticos que estão mais loucos do que nunca – e pior que é possível.
Toda a Argentina olha para este River como o virtual campeão da Libertadores. O vermelho e branco não dá sinais de amarelar. O país mais vitorioso da história da Copa se prepara para erguer mais uma – e que seria extremamente especial.
Começar a campanha em greve e terminá-la com uma volta olímpica. E os brasileiros falando de ''crise, papelão e decadência'' da Argentina. Me hace reir!
E agora apostam tudo no Grêmio, o time mais argentino do Brasil!
O Grêmio de Kanemann, Gata Fernández e Lucas Barrios – Scotta e Sabella!
Oito vagas, recorde de participantes, canchas nababescas, parcerias milionárias.
Para isso?
A que ponto chegamos. El punto argentino, já cantava El Salmón Andrés Calamaro.