Patadas y Gambetas

Gol de Benedetto, vitória de Schelotto
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Tales Torraga

Sempre detonado na Argentina por suas muitas falhas na hora de armar o time, Guillermo Barros Schelotto hoje está caçando quem o chama de ''aprendiz de técnico'', como o apresentador Alejandro Fantino, um dos radialistas mais ouvidos do país. A cara visível da vitória de 2 a 0 do Boca sobre o Palmeiras foi a do enlouquecido Pipa Benedetto gritando os seus dois gols como Martín Palermo. Mas é preciso ressaltar que o treinador xeneize fez tudo certo e merece uma menção especial. Nem parecia o mesmo que havia falhado feio ante o Independiente del Valle na semifinal da Libertadores de 2016 e nem frente ao River tantas vezes.

Começando com o planteo – como os argentinos definem o sistema inicial de jogo. Guillermo prestou bastante atenção ao que aconteceu com o River contra o Grêmio. Escalou um meio-campo pesado e brigador, com Nández, Barrios e Pablo Pérez. Jogou como visitante em sua própria cancha. Tratou de primeiro neutralizar o Palmeiras para depois buscar os seus gols. Como definiu a maioria das rádios: cerró primero su arco y después abrió el del rival.

A qualidade do seu banco de reservas (e quando aqui falávamos do melhor Boca da história, era essa a reflexão) foi perceptível ao longo da partida. O colombiano Villa e especialmente Benedetto entraram muito bem. Tão chamado de caprichoso – pelo blog inclusive -, Guillermo ontem realmente atuou em ''modo Gallardo''. Reconheceu que o atacante escalado para furar a defesa palmeirense, Wanchope Ábila, não vinha bem, e a troca funcionou perfeitamente.

Para mostrar que nem tudo são flores na Argentina, nem em uma vitória eufórica como essas, vale, claro, ressaltar que o Boca segue devendo demais no volume de jogo. Gago continua no banco, e ontem Cardona sequer esteve entre os suplentes. Grandes individualidades, este Boca sempre teve. Grandes estratégias, não. Como diz o tango, primero hay que saber sufrir. E Guillermo soube.

Conferir as suas reações nos próximos dias é uma das chaves desta série que, convenhamos, está bem longe da definição.


Análise: ‘Loucura’ ameaça o Boca na semifinal
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Tales Torraga

Tão diferentes entre si, Diego Maradona e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, desta vez olharam para a mesma direção e definiram de forma precisa o que se passa no re caliente Boca Juniors, que encara o Palmeiras às 21h45 (de Brasília) de hoje (24) em uma Bombonera surtada e mais selvagem que de costume. Sorte que o River perdeu, senão a animosidade coletiva seria maior.

Zárate e Cardona brigam entre si; a torcida também – Reprodução/TV

Maradona, semana passada, falou que os jogadores deveriam sair na mão entre si e resolver as suas cada vez mais perceptíveis pendências. Já Macri, ontem, disse que não quer um River x Boca na decisão da Libertadores porque seriam meses e anos de um desgaste descomunal de ambos os lados por esta decisão.

É neste estado de ânimo – ou melhor, de ''loucura'' – que o Boca abre a sua disputa de vaga. Nada muito estranho para quem acompanha de perto o futebol argentino. Seria impossível algo diferente em um time treinado por Guillermo Barros Schelotto. Hostil e extremamente reclamão quando jogador, ele tem demonstrado, de traje, que os seus vícios de comportamento dos tempos de camiseta persistem. É uma pessoa caprichosa demais, de trato muito difícil, que não conseguiu em momento algum nesta Libertadores colocar o fortíssimo elenco do Boca nos trilhos.

É sintomático que este Boca, que deveria ser um enorme time, seja um grupo que dependa totalmente das suas individualidades. E é mais sintomático ainda que Schelotto já esteja fora da equipe em 2019 – vai trabalhar nos Estados Unidos, como informou o blog no começo do mês. Os bons modos que caracterizam um grupo de trabalho eficiente já foram deixados de lado. Técnico e jogadores estão em contagem regressiva para não conviverem mais juntos – o que, claro, enfraquece o trabalho coletivo e empurra ainda mais pressão para os jogadores.

Na falta de um senso coletivo que encare a forte equipe do Palmeiras, o Boca aposta em individualidades. E tais indivíduos, óbvio, flertam com o descontrole ao precisar arcar com uma pressão que beira o insuportável e em um estádio sufocante, onde é impossível pensar com clareza, como dizia Enzo Francescoli.

Entre os clubes da Argentina, o Boca, junto ao River, é aquele que oferece melhor auxílio psicológico aos seus atletas. E o blog apurou que o ambiente do clube nos últimos dias gerou tanto em torno de problemas de coração, pressão e ansiedade quanto da preparação esportiva em si. Por mais que este Boca tenha grandes jogadores, não está nem perto de possuir líderes em campo como eram, por exemplo, Patrón Bermúdez e Chicho Serna, na Era Bianchi. É um time que ainda tem muito a provar em termos de atitude, como escancarou Lucas Pratto.

Necessidade de afirmação, briga de egos, falta de controle emocional, jogadores prestes a sair  na mão, uma torcida que já brigou entre si várias vezes neste ano, uma pressão desmedida por uma Libertadores que não é conquistada desde 2007. Este é o Boca neste 24 de outubro. Prestes a se sabotar e se autodestruir.

O Palmeiras não pode cochilar. E sim tirar proveito deste estado bélico e de nervos tão alterados que surpreendem até quem está acostumado com a rotina caótica e estridente de Buenos Aires.


Opinião: Hoje é dia de o Brasil conhecer Marcelo Gallardo
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Tales Torraga

River Plate e Grêmio abrem hoje (23), às 21h45 (de Brasília), uma semifinal com todos os condimentos possíveis de um grande jogo de futebol no continente. A começar pelo estádio, um Monumental de Núñez que merece ser tratado como um dos templos do esporte em toda a América – um dos dois únicos lugares onde um país sul-americano organizou uma Copa do Mundo e deu a sua volta olímpica.

Outro ponto que chama a atenção desde o começo desta série é o que os argentinos chamam de ''Noite dos Museus''. Se o egocêntrico Renato Gaúcho pede aos gritos para que virar uma estátua pelos lados do Grêmio, o brilhante Marcelo Gallardo, maior técnico da história do River, não abre a boca para falar disso, mas mantém uma trajetória capaz de realmente terminar em busto, como os de Matías Almeyda e Ángel Labruna, dois que já estão imortalizados em Núñez.

Marcelo Daniel Gallardo, um ídolo que rompe barreiras na Argentina – Clarín/Reprodução

A chapa de Gallardo entre os argentinos é mesmo impressionante – é seguro que, desde os tempos de Carlos Bianchi no Boca, um condutor não era tão bem avaliado pelos conterrâneos. O plus de Bianchi são, claro, os títulos alcançados, incluindo três Libertadores (2000, 2001 e 2003) e dois Mundiais (2000 e 2003). Gallardo está em tempo. Bianchi rondava os 50 anos de idade quando encaixou o seu Boca supercampeão. E Marcelo anda pelos 42 anos – apenas começa a carreira, mas ainda assim é o técnico que há mais tempo está à frente de uma equipe de elite no continente. Já se vão quatro anos e quatro meses desde a sua chegada ao River.

Carreira que já varreu todos os times grandes argentinos em mata-matas. Do Boca nem é preciso dizer, pois até quem não vive na Argentina sabe a verdadeira surra que os xeneizes tomam desde que Gallardo assumiu o River. O bordão do momento é ''que os bosteros veem um Boneco e choram'', em referência ao apelido de Marcelo, ''El Muñeco'' Gallardo, pelo seu rosto estilo Chucky.

Gozação à parte, é mesmo impressionante que Gallardo e seu River tenham se imposto com tamanha autoridade perante o Boca e seus dois técnicos nos últimos anos, o Vasco Arruabarrena e agora o Mellizo Schelotto. E o domínio territorial de Marcelo vai muito além disso: bateu o San Lorenzo de Patón Bauza em uma decisão de Recopa e vem de eliminar Racing e Independiente da Libertadores.

A Gallardo, falta apenas o que ele tem diante de si na noite de hoje: uma instância decisiva ante um time brasileiro para ele mostrar ao poderoso país vizinho que qualidades realmente não lhe faltam. A torcida do River prepara, desde domingo (Dia das Mães, e com chuva, com a torcida no Monumental armando festa como se nada), um mosaico para celebrar justamente o seu grande ídolo, o técnico que é chamado de ''Napoléon'', ''Especialista'' e ''Estrategista'' a cada instante.

Não nos esquecemos do brilhante 3 a 0 em cima do Cruzeiro nas quartas da Copa de 2015, calando o Mineirão. Mas Gallardo, ali, era uma promessa, estava a caminho de conquistar a Libertadores pela primeira vez. Não é esta realidade palpável de agora.

Quem convive com o técnico garante que ele vive seu melhor momento no River. Pelas seguintes razões: 1) Por como joga seu time, que não à toa chegou a 32 partidas sem perder; 2) Por como os seus reservas são eficientes (uma das suas fraquezas até então); 3) Por estar rodeado de amigos; 4) Porque realmente curte cada instante de trabalho nas instalações que ele mesmo incentivou a modernizar; 5) Porque tem uma relação com Rodolfo D'Onofrio, presidente do River, que vai muito além de uma parceria de trabalho. São duas mentes brilhantes que se confiam como poucas outras na história do futebol argentino.

O clamor popular vivido por Tite, então no Corinthians, para assumir a seleção brasileira, nem se compara ao que os argentinos sentem por Gallardo no selecionado azul e branco. Mas a diferença de visão aqui é que Marcelo é tido como bom demais até mesmo para a equipe nacional, alguém que por princípios não trataria com dirigentes de condutas tão questionáveis como Chiqui Tapia e Daniel Angelici, os cabeças da AFA que têm notórios vínculos com o Boca.

Por falar em seleção argentina, para quê seleção?, se o River é um verdadeiro selecionado sul-americano em vermelho e branco. Dos 11 titulares para enfrentar o Grêmio nesta terça, nada menos que 10 já foram convocados para as suas equipes nacionais. São oito da Argentina (o goleiro Armani, os zagueiros Maidana e Pinola, o lateral-esquerdo Casco, os volantes Ponzio e Palacios, o meia Pity Martínez e o atacante Scocco) e dois da Colômbia (o meia Juanfer Quintero e o atacante Borré).

A exceção é o lateral-direito Ratón Montiel, de só 21 anos, que já demonstrou plenas capacidades para integrar a azul e branca em listas futuras.


Tabu contra brasileiros ameaça o River
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Tales Torraga

O River Plate, que às 21h45 (de Brasília) de amanhã (23) enfrenta o Grêmio no lotado Monumental de Núñez, vai ser ''avassalador'', segundo as palavras de Marcelo Gallardo, tido por muitos argentinos como o melhor técnico da história do clube. E é bom que o gigante vermelho e branco realmente dê algo a mais, pois pela Libertadores, na Era Gallardo, jamais venceu brasileiros em sua casa.

Gallardo assumiu o River em 2014 – é o técnico há mais tempo à frente de uma equipe na elite sul-americana. Desde então, cruzou com times do Brasil em três ocasiões, e em nenhuma delas conseguiu vencer em Buenos Aires.

O primeiro foi o Cruzeiro, nas quartas de final da Libertadores de 2015, com uma derrota por 1 a 0. Era o jogo seguinte à nefasta ''noite do gás'' na Bombonera. Na volta, no Mineirão, o River foi realmente ''avassalador'' e aplicou 3 a 0 no clube mineiro para avançar na competição continental e conquistá-la naquele ano.

Em 2016, o River encarou o São Paulo na fase de grupos da Libertadores. Empatou em Núñez (1 a 1) e perdeu (1 a 2) no Morumbi. Na mesma chave do Flamengo neste 2018, o Millonario obteve dois empates (2 a 2 no Rio e 0 a 0 em Buenos Aires).

Jogando em Núñez, a única vitória do River contra times brasileiros na Era Gallardo foi um 3 a 1 na Chapecoense pela Sul-Americana de 2015. O jogo de volta daquela série, válida também pelas quartas, terminou 2 a 1 para a Chape na Arena Condá.

Outro item histórico que o clube portenho vai encarar diante do Grêmio é a sina de derrotas contra brasileiros em semifinais de Libertadores. Foram três encontros até aqui – e três quedas, ante o Vasco (em 1998, 1 a 0 no Rio e 1 a 1 no Monumental), o Palmeiras (1999, 1 a 0 no Monumental e 0 a 3 no Parque Antarctica) e o São Paulo (2005, 0 a 2 no Morumbi e 2 a 3 em Núñez).

Gallardo participou das três séries como jogador. Era o maestro, a referência da criação do River. Amanhã, terá a chance de sacar, no banco de reservas, este incômodo espinho da garganta river platense.


Boca ‘tira o pé’ antes de batalha contra o Palmeiras
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Tales Torraga

O Boca Juniors entrou em campo, mas ''não jogou'' contra o Rosario Central na noite deste sábado (20) na cada vez mais obsoleta La Bombonera. O 0 a 0 chato, muy aburrido, nos fez lembrar Walter Abrahão em plena noite portenha: ''oxo''.

Pérez e Gago, do Boca, contra o Central – Olé/Reprodução

– O resultado gritou alto que o Boca não se importou em abrir mão da briga pela ponta no Argentino. Se vencesse, ficaria três pontos atrás do Racing, o líder. Como empatou, está a cinco de distância, mesmo com um jogo mais (nove até aqui). O Boca é o quinto, atrás da Academia, do Tucumán, do Unión e do Defensa y Justicia!

– Sempre sisudo, Guillermo Barros Schellotto esteve com um semblante muito menos carregado neste sábado. Pudera. Escalou um time reserva e ninguém saiu machucado. O Boca claramente guardou energias para a ''batalha'' contra o Palmeiras (voltamos já ao assunto) às 21h45 (de Brasília) de quarta-feira na própria Bombonera.

– O time neste sábado foi: Rossi; Peruzzi, Goltz, Balerdi e Más; Gago e Almendra; Villa, Zárate (Pablo Pérez, 18min do segundo) e Cardona; Benedetto (Tevez, 36min do segundo). Muy poco a ver com o time que vai enfrentar o Palmeiras.

– O Central tampouco buscou o jogo na Bombonera. Com um só ponto somado nos últimos 12 possíveis, claramente se contentou com a igualdade.

–  Mesmo sem esforço, o Boca reserva esteve perto de abrir o marcador, especialmente com Pablo Pérez, nos últimos instantes da partida, perdendo um gol feito. Antes, Tevez e Cardona já haviam desperdiçado suas chances.

– A concentração do Boca para a partida contra o Palmeiras é tamanha que o time até dispensou que titulares como Izquierdoz, Barrios, Nández, Pavón e Wanchope fossem até a Bombonera para acompanhar os colegas que entraram em campo. Integrantes do time misto (Goltz, Gago, Zárate, Cardona e Benedetto), porém, têm boas com chances de encarar o Palmeiras.

– O goleiro Rossi foi bem nas poucas vezes em que o Central levou perigo. Resta saber se ele será o titular contra o Palmeiras ou se será o recém-chegado Lampe, goleiro da seleção da Bolívia. Rossi é o favorito.

– O tom geral da cobertura – especialmente no rádio, mais espontâneo – do jogo deste sábado é que o Boca, time por time, não vai poder jogar de maneira franca contra o Palmeiras.

– A opinião geral – endossada por Roberto Leto, o comentarista que mais conhece o xeneize – é que o Boca vai entrar contra o Palmeiras na quarta para ensuciar el partido. Ou seja: sujar o jogo. Dar pontapé e catimbar. O Palmeiras é visto como um time melhor. ''Time'' no sentido de ''equipe e de jogo coletivo'', porque o Boca é uma reunião de grandes jogadores, mas ainda sem formar uma grande equipe no sentido exato da palavra.

– Por isso, o Boca jogar aberto e tentar se impor pelo futebol é pedir para perder do Palmeiras – a partida ou a chance de abrir a série com um placar neutro, que seja.

– A Libertadores vai ver um Boca afiado, jugando al limite, com a ''turma do mal'', Nández, Pablo Pérez, Magallán e Barrios, entre outros rústicos, abusando da intimidação e das entradas duras para tentar envergar o Palmeiras.


O que vale a pena saber sobre o fim da invencibilidade do River?
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Tales Torraga

Aleluya! O futebol argentino conferiu na noite desta sexta (19) uma cena que não se via desde fevereiro. O River Plate perdeu por 1 a 0 para o Colón de Santa Fé no Cemitério dos Elefantes (que nome de estádio…) e interrompeu a sua série de 32 partidas apenas somando vitórias e empates.

Borré, Pérez e Palacios lamentam – Olé/Reprodução

O Colón é um razoável conhecido dos brasileiros: foi a equipe que eliminou o São Paulo da Copa Sul-Americana há dois meses. Sobre a derrota do Millonario, a instantes de enfrentar o Grêmio pela Libertadores, nesta terça (23), às 21h45 (de Brasília), no Monumental de Núñez, vale ressaltar:

– O River jogou com sua equipe totalmente reserva ante o Colón. Os 11 de vermelho e branco em Santa Fé na noite desta sexta foram: Lux; Moreira, Lollo, Martínez Quarta e Mayada; Zuculini; De La Cruz, Nacho Fernández, Enzo Pérez e Mora; Pratto. Saíram do banco Palacios, Borré (dois titulares) e o volante Ferreira.

– Para terça, Gallardo deve escalar: Armani; Montiel, Maidana, Pinola e Casco; Ponzio, Palacios e Nacho Fernández; Pity Martínez; Scocco e Borré.

– Em que pese o resultado, é possível dizer que o River jogou melhor que o Colón. É esta análise, por exemplo, que circula no ''Olé'' deste sábado em Buenos Aires.

– O River começou melhor, pela mobilidade de De La Cruz e pelas chegadas de Pratto, mas sem ameaçar com tanta contundência o gol adversário.

– O Colón logo depois acertou duas bolas na trave e realmente conseguiu sufocar o River, que demonstrou fragilidade em ambas as laterais (com os reservas Moreira pela direita e Mayada pela esquerda).

– Uma bola parada, que ninguém conseguiu afastar, acabou parando no pé de Gonzalo Bueno, quase embaixo do gol, que apenas tocou para as redes de Lux, que não é um ''salvador'' como Armani. 1 a 0 Colón – e aos 30 do segundo tempo.

– A derrota pode ser definida pela falta de lucidez e eficiência do River para converter o domínio territorial em gols, embora no fim o Millonario tenha insistido no chute de De La Cruz, na cabeçada de Martínez Quarta no travessão e na falha de Mayada no passe em um contra-ataque de quatro contra dois.

– Com a derrota, o River fica a sete pontos do Racing, o líder do Argentino.

– O time titular já está concentrado em Cardales, uma área de muito verde na província de Buenos Aires, de onde só sai na terça, para enfrentar o Grêmio.


Maradona sofre de artrose no joelho e mal consegue caminhar
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Tales Torraga

Quem diria. El Dios Diego Armando Maradona, três décadas depois de deixar os ingleses no chão a pura explosão e gambeta, hoje mal consegue andar.

Maradona, paradito – La Nación/Reprodução

Os seus dois joelhos estão em frangalhos, ambos com artroses severas. Diego, a dias de completar 58 anos, mal põe os pés no chão e já sente dor. E mal consegue ficar muito tempo em pé.

Maradona faz tratamentos específicos para os joelhos na Colômbia desde junho, mas quem convive com ele percebe que os cuidados são muito mais teóricos que práticos.

Hoje técnico do Dorados de Sinaloa, da Segundona do México, Maradona não só ignora as recomendações médicas como se atreve a correr e jogar com os seus comandados.

''Ele entra em campo e parece que volta a ter 20 anos. Maradona não toma consciência das limitações físicas que tem'', diz seu advogado, Matías Morla, a pessoa que hoje mais convive com ele.

Outro tema de alerta para a saúde maradoniana foi dado pelo seu ex-preparador físico, Fernando Signorini nesta quarta em Buenos Aires ao jornal ''Clarín'': ''Está muito claro que Diego continua sofrendo pelos seus vícios. Em vez de saber se ele falou 'A' ou 'B' de Messi, precisam ajudá-lo''.

A pelearla, Diego querido. Con todo.


Opinião: Dybala segue empacado na Argentina
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Tales Torraga

Pobre Argentina. A tão pedida renovação da seleção chegou, mas o bom futebol, não. E a derrota de 1 a 0 para o Brasil nesta terça escancarou algo que tem incomodado os argentinos em especial: Paulo Dybala segue sem chegar perto de ser, com a azul e branca, aquilo que é com o preto e branco da Juventus.

Chega a ser cruel, mas Dybala, na seleção desde 2015, não fez um gol sequer com a equipe nacional. Nem em amistosos, muito menos em jogos oficiais.

O que deixa ainda mais claro que Dybala vai precisar melhorar seu nível, a ponto de sequer merecer novas convocações, é que todos os autores de gols no ciclo Scaloni o fizeram pela primeira vez: Pity Martínez, Lo Celso, Giovanni Simeone, Lautaro Martínez, Pereyra, Pezzella e Cervi. E nada de Dybala, que segue esperando.

Talvez poucos no Brasil estejam atentos, mas Dybala está sob o seu quarto comando na seleção. Estreou na equipe em outubro de 2015, com Gerardo Martino, para depois ser treinado por Patón Bauza, Jorge Sampaoli e Scaloni. São mais de 700 minutos, em 16 partidas, sem balançar as redes nem contra adversários decorativos como Iraque, Guatemala ou Cingapura.

Quem convive com a seleção responde que o mau futebol de Dybala, tal cual um certo Lionel Messi, passa mais pela cabeça do que pela sua condição técnica: ''É uma questão de timidez. Quando ele se soltar, decola'', repete mais de um integrante consultado pelo blog. ''Ele sequer jogou a Primeira Divisão na Argentina. Quando entra em campo, não se acha digno da convocação. Questões de pertencimento. São coisas que passam em um país tão passional e futbolero como o nosso.''

São poucas as outras possibilidades que justificariam ele ter 72 gols na Juve e nenhum na seleção.

Achavam até que enfrentar o Brasil deixaria Dybala mais motivado para ''guardar'' o seu primeiro gol para uma partida muito especial. Que nada. Os jogos e anos passam. E Dybala segue sem mexer nas redes – só no cada vez mais golpeado ânimo argentino.


Vencer o Brasil deve assegurar interino no comando da Argentina em 2019
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Tales Torraga

A seleção argentina está bem perto de colocar em prática algo que passou a ser comum também no futebol brasileiro. Sem opções tão acessíveis – e principalmente condizentes com o orçamento – em mãos, o técnico interino Lionel Scaloni hoje é o favorito para seguir no cargo e encarar ao menos a temporada 2019 no comando da azul e branca, segundo apurou o blog.

Scaloni é bancado até mesmo por opiniões pesadas, como a do zagueiro campeão mundial em 1986 Óscar Ruggeri, hoje comentarista do Fox Sports.

Chiqui Tapia, presidente da AFA, ainda paga multa rescisória a Jorge Sampaoli, valor total que girou em torno de US$ 2 milhões (com o agravante de o câmbio estar em torno dos 40 pesos argentinos a cada dólar). As frágeis cifras da associação ainda deixaram uma dívida em aberto com Tata Martino, que treinou a equipe de 2014 a 2016 e aparecia como um dos cotados para voltar – e justamente como uma maneira de acertar de vez suas pendências com a AFA.

Com o caos financeiro do país e com a recusa dos principais nomes em comandar a seleção – Diego Simeone, Mauricio Pocchetino e Marcelo Gallardo já deixaram claro que não querem trabalhar com esses dirigentes e jogadores -, pouco mais resta à AFA do que oficializar Scaloni que, verdade seja dita, não fez nenhuma barbaridade nos três jogos em que comandou a equipe até aqui, ante Guatemala, Colômbia e Iraque.

O jogo contra o Brasil será um sinal claro do caminho a seguir pela Argentina. Com os olhos mais nas cifras do que em prazos e planejamentos esportivos, o baixo custo de Scaolini, aliado à sua aceitação entre os veteranos e os novatos deste elenco, deve oferecê-lo um ano a mais de trabalho.

(Economia? O blog apurou que Sampaoli recebia cerca de R$ 460 mil mensais de salário da AFA, e o custo de Scaloni, que estava à frente do Sub-20, é de R$ 50 mil.)

Caso o interino vença o amistoso das 15h (de Brasília) desta terça (16), a sua continuidade está praticamente assegurada. O único resultado que abalaria a aceitação do seu trabalho seria um vexame diante do Brasil de Tite, o primeiro adversário de peso a ser encarado por ele.

Salvo alguma surpresa de última hora, os titulares argentinos na Arábia Saudita serão: Romero; Saravia, Otamendi, Kannemann e Tagliafico; Meza, Ascacibar e Lo Celso; Dybala, Icardi e Ángel Correa.


Atacante do Independiente suspeita de manipulação nas semis da Libertadores
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Tales Torraga

Ex-atleta do Boca Juniors e desde o ano passado defendendo o Independiente, o atacante Emmanuel ''El Puma'' Gigliotti lançou fortes suspeitas sobre as semifinais da Libertadores. Em entrevista à rádio La Red, de Buenos Aires, ele não mediu palavras na noite desta quinta ao analisar os próximos jogos da competição e a insana expectativa que os argentinos nutrem por um River x Boca na finalíssima.

''Para mim, e digo sem chorar, vão chegar [à final] os dois times que o VAR tiver vontade de classificar'', disparou o jogador de 31 anos, que costuma ser um dos mais lúcidos da Argentina ao comentar qualquer assunto. ''O que aconteceu com o River foi preocupante. Antes do jogo, falaram com a gente e nos disseram que as 16 câmeras do VAR seriam as da televisão. Todos sabem que houve uma jogada que merecia uma revisão. E o juiz nem se aproximou. Me causa desconfiança.''

Patadón de Pinola em Benítez – TV/Reprodução

Gigliotti se referiu ao carrinho dentro da área do zagueiro Pinola, do River, que acertou em cheio o atacante Benítez, do Independiente, em jogada avaliada como digna de marcação de pênalti e de expulsão do defensor do River. Estava 0 a 0, e o encontro terminou 3 a 1 para o Millonario, que se classificou para enfrentar o Grêmio. A outra semifinal da Libertadores será entre Palmeiras e Boca Juniors. Os jogos de ida serão nos dias 23 e 24, com a volta ocorrendo em 30 e 31 de outubro.

''Me causa estranheza que te falem da transparência que vai dar o VAR. Quando não se analisam jogadas deste tipo, te tira este pensamento de transparência'', seguiu. ''Acho sim que o VAR teve uma influência muito grande contra o River, não só pelo pênalti, mas pela possível expulsão.''

''Para mim, a 100 metros de distância, dava para ver a perna para cima do Pinola. Poderiam analisar. E a gente em campo não pode discutir, não pode reclamar…''.

O River x Independiente disputado no Monumental de Núñez teve o brasileiro Anderson Daronco como árbitro.