Argentina corre risco de cair fora logo de cara
Tales Torraga
A Argentina de Jorge Sampaoli sofreu com Venezuela e Peru nas Eliminatórias. E agora, na estreia da Copa, não conseguiu vencer a Islândia, a adversária teoricamente mais fraca do difícil Grupo D, que tem também Croácia e Nigéria.
O cenário é tão óbvio quanto alarmante: ou a equipe melhora bastante desde agora ou o risco de eliminação logo na primeira fase é sim muito grande, como falamos desde o sorteio, ainda em dezembro do ano passado.
O mais preocupante nem é o rendimento da equipe, que não conseguiu ganhar nem este típico jogo do ''ataque contra a defesa''. O que inspira total desconfiança é a linguagem corporal de todos – jogadores e principalmente do apavorado técnico.
Son los nervios, muchachos.
Este jejum argentino de 25 anos sem títulos está transformando qualquer jogo da seleção em um caminhão de cobrança insuportável para esta geração já tão golpeada pelas derrotas e pela desorganização endêmica do futebol do país. Desde a chegada ao estádio dava para perceber que o time ainda carrega uma espécie de bloqueio mental que causa situações bizarras como esta, a de não vencer, em plena Copa, uma adversária que tem apenas 10% da população de Buenos Aires.
E se esta pilha de nervos foi verificada logo na estreia, é muito difícil imaginar que a tranquilidade venha na decisiva e complicada próxima partida, contra a Croácia, às 15h (de Brasília) de quinta. O cenário da Argentina é mais que turvo, e sim delicado. E nem por quem está em frente – e sim pelo que ela carrega dentro de si.
Em sua primeira declaração depois do jogo, Mascherano foi direito ao ponto: ''É proibido desanimar''. Resta saber se isso vai ser possível com tamanha estridência dos torcedores e com esta terrível carga negativa que segue sem conhecer seu fim.