‘Meu irmão se perdeu na droga e me roubou’, conta campeão mundial pelo Boca
Tales Torraga
Jogador ''cuja cabeça explodia de tanta violência'', segundo ele próprio, Antonio ''El Chipi'' Barijho é amado pelo Boca Juniors, que não cansa de celebrar sua loucura como atacante reserva no Mundial de 2000 e nas Libertadores de 2000 e 2001.
Poucos, porém, sabiam que enquanto ele rodava o mundo correndo atrás das Copas, atravessava também sérias brigas com o irmão 12 anos mais velho.
''A gente dividia um quarto. Lembro bem: tínhamos um balde de tinta, uma televisão apoiada em cima e um guarda-roupa pequeno. Mas aí ele começou a se perder na droga. Às vezes, vinha chapado e levava o que conseguia'', contou Chipi ao canal de TV TyC Sports. Ele hoje é técnico das divisões de base do Huracán. Está com 40 anos – o irmão, José Luís, está com 52 e é procurado pela polícia por tráfico.
''Ele nunca me roubou dinheiro porque eu escondia bem. Isso começou quando eu tinha 17 anos e precisava sair para me concentrar pelo Huracán. Eu ia treinar com muita raiva, não queria aceitar a vida que eu tinha. Posso dizer que no Huracán eu era duas vezes mais rebelde do que fui no Boca. Cresci na pobreza extrema.''
Barijho perdeu contato com o irmão: ''Ele segue na droga, segue lutando. Foi tudo muito sofrido, muito duro para a gente. O futebol salvou minha vida. Eu era um índio louco, não tinha regra nenhuma, era totalmente desordenado. Por isso posso olhar no olho de cada um dos meninos que treino. Eu tenho o que ensinar a eles''.