Patadas y Gambetas

Maradona x Sampaoli: Como um pedido de foto desatou a guerra entre os dois

Tales Torraga

Diego Armando Maradona e Jorge Sampaoli jamais foram amigos, mas mantiveram um diálogo muy amable até um ano e meio atrás, quando houve o episódio que quebrou a relação e fez Maradona passar a chamar o técnico de ''traidor''.

O blog apurou que Maradona e Sampaoli estiveram perto de trabalhar juntos no Sevilla em 2016 – Jorge era técnico do time e deu o seu aval para Diego, então desempregado, ser embaixador do clube em ocasiões específicas. Maradona não aceitou, argumentando que tinha interesse em falar de trabalho apenas se o vínculo cogitasse também uma participação na organização técnica da equipe.

Maradona entrevista Sampaoli em 2015 – Reprodução TV

Diego, em entrevista ao jornal portenho ''Diario Popular'' neste final de semana, reforçou que o incômodo entre ele e o Pelado Sampa, como Sampaoli é chamado em Buenos Aires, virou rompimento em novembro de 2016, quando El Diez foi à Croácia para torcer pela Argentina na decisão da Copa Davis. Na ocasião, Maradona recebeu uma ligação de Sampaoli insistindo na proposta do Sevilla e propondo que os dois se juntassem para uma sessão de fotos porque o clube queria homenageá-lo – Diego, afinal, fez 25 jogos e 14 gols pelo Sevilla em 1992.

Diego interpretou este pedido de maneira bastante diferente.

Ele entendeu que Sampaoli já estava acertado com a AFA para ser o técnico da seleção argentina – que era então Patón Bauza, como seria pelos seis meses seguintes -, e que o chamado de Jorge na verdade era para que os dois aparecessem juntos em fotos como uma maneira de Sampaoli começar a criar vínculos com a torcida argentina, que até então não dava muita bola para ele.

A esquizofrênica ideia de Maradona gerou o distanciamento repentino. E, pior que isso, detonou uma guerra verbal por parte de Diego. Até uma guerra de verdade, a das Malvinas, é citada por Maradona para atacar Sampaoli, questionando seus anos à frente da seleção do Chile. Em uma tortuosa lógica própria, os chilenos são vistos com desconfiança por parte da Argentina pela ajuda à Inglaterra no conflito de 36 anos atrás. Vem daí também a insistência de Maradona em atrelar a figura de Sampaoli a um ''traidor'', que é a maneira depreciativa que muitos portenhos usam para falar – e como falam… – dos chilenos e do respectivo papel nas Malvinas.

Sampaoli, resta saber até quando, não entra na troca de farpas. Prefere enfatizar o que Maradona fez em campo, mas não sem antes falar também que considera Messi superior. ''Lionel é melhor que Maradona, Pelé ou qualquer outro'', costuma repetir, certamente alimentando a ira de um Diego que parece precisar ser bajulado – e se autodenominar – como o maior de todos os tempos com uma bola nos pés.