Qual vai ser a pancadaria da vez no Boca x River?
Tales Torraga
Boca Juniors e River Plate medem forças pela primeira vez em 2018 já neste domingo (21). Será às 23h10 (de Brasília), em Mar del Plata, a metros da praia.
Não vale pontos e não integra campeonato nenhum, mas é impossível chamar o confronto de ''amistoso''. São nessas partidas que os dois clubes mais repartem pancadas e aproveitam a ausência de punições para marcar o corpo e o ânimo de um adversário que ultimamente tem sido tratado quase como um inimigo de guerra.
Jamais Boca e River viveram ânimos tão exaltados e nutriram uma vontade tão grande de acabar com o rival. E este tom atual surge dentro do pesado contexto de violência esportiva que passa para outras esferas. Faz parte até da letra da música ''9 de Julio'', grande sucesso da banda de rock Callejeros, que cantava ainda em 2006 que ''Otra vez, otro Boca y River, que termina a las piñas, arañando al final''.
''Outra vez, outro Boca e River, que termina na porrada, arranhando o final''.
O problema é que as ''piñas'' viraram voadoras, pontapés maldosos, tentativas de lesões, cotoveladas, gestos ofensivos à torcida adversária e até a criminosa Noite do Gás, quando um torcedor do Boca tentou queimar os olhos dos jogadores do River no jogo de volta das oitavas da Libertadores de três anos atrás.
O que pode ser mais covarde do que tentar queimar o olho de alguém?
O último ''superclássico de verão'' terminou com seis expulsos e briga generalizada. Em 2016, o mesmo: o Boca terminou com oito, e o River com dez. Foi o jogo em que o zagueiro Maidana deu uma cabeçada na cara de Tevez e o jogou no chão. No ano anterior, 2015, outra pancadaria. O Boca aproveitou que o River teve três expulsos e ganhou por 5 a 0. E a briga seguiu no vestiário do River, entre os próprios jogadores, então revoltados com o colombiano Teo Gutiérrez.
Os jogos oficiais, claro, seguem o tom bélico, mas cuidando das punições.
Basta lembrar do último, em novembro, com o 2 a 1 do Boca em cima do River no Monumental, com a voadora de Nacho Fernández, do River, no peito de Cardona, do Boca. ''Um atentado contra a humanidade'', como definiu uma narração de rádio.
O que esquenta demais o clássico de hoje em Mar del Plata com as duas torcidas lotando as arquibancadas é também o momento de cada um. O River ainda busca explicações e forças para se levantar da monstruosa virada do Lanús na semifinal da Libertadores – por falar em Libertadores, o Boca vive nela o maior jejum desde a Era Carlos Bianchi: não a vence há 11 anos. Os dois times portenhos investiram como nunca e são favoritíssimos para conquistar a Copa no final deste 2018.
O River escala Lux; Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Saracchi; Ponzio, Enzo Pérez, Nacho Fernández e Pity Martínez; Scocco e Borré. Pratto começa entre os reservas e entra no segundo tempo, pelo que já falou o técnico Marcelo Gallardo.
O Boca vai de time misto neste domingo (21), mas com a presença de três dos quatro contratados. Rossi; Peruzzi, Goltz, Magallán e Más; Chico, Buffarini (de volante!) e Nández; Espinoza, Pavón e Tevez. Wanchope Ábila começa no banco.