Por que os argentinos estão debochando tanto da volta de Tevez?
Tales Torraga
E Tevez voltou ao Boca. Quem lê o blog deve ter dado risada do anúncio oficial, pois postamos ainda em 21 de agosto do ano passado que já estava tudo certo.
Era plenamente possível antecipar também o verdadeiro escárnio argentino que o jogador recebe agora. Tevez precisa se cuidar, pois corre sério risco de apanhar de algum inadaptado – e esse tipo de revoltado brota pelos bueiros portenhos. Até Maradona e Messi já levaram socos, cabeçadas e cusparadas em algum momento.
Tevez, antes de deixar o Boca, em novembro de 2016, mentiu descaradamente na rádio e na TV dizendo que ''não poderia abandonar o Boca, que não jogaria a Libertadores, passar uma temporada na China, enchendo o bolso de dinheiro, e depois, com a classificação garantida, voltar à Argentina para jogar a Copa''.
Foi, ipsis litteris, exatamente o que ele fez.
Fez também um péssimo uso da palavra, um precedente perigoso que coloca para sempre mais uma interrogação em tudo o que ele falar ou realizar.
O que Tevez fez na China está entre as maiores vergonhas da história do futebol. Ele recebeu R$ 400 mil por dia (!!!), mas simplesmente se recusou a jogar em um nível decente. Fez só quatro gols no ano todo e engordou tanto que viveu machucado. Foi colocado no time reserva e…simplesmente não apareceu.
E sua magreza na apresentação ao Boca, treinando antes mesmo do anúncio oficial, foi realmente chocante, um desrespeito profundo a quem lhe pagou tanto.
Que ninguém caia na mentira do ''Tevez é um ídolo histórico do Boca e está sendo muito elogiado'', pois a irritação com ele é gigante – dos bosteros ou não.
''Nada resiste ao arquivo'', é uma máxima forte também em Buenos Aires, e as contraditórias entrevistas de Tevez são reproduzidas sem parar. Muitas artes nas redes sociais também batem forte no seu duplo discurso e na questionável maneira que o Boca voltou a abrir as suas portas a um jogador que mais parece um parceiro comercial do clube do que um atleta no qual se deva confiar – vide o fiasco na Libertadores-2016, sendo eliminado pelo Del Valle em plena Bombonera, e no recente péssimo exemplo dado na China.
O mais irônico é saber o significado do número da sua atual camisa: 32.
Segundo a Quiniela, loteria argentina que guarda certa semelhança com o Jogo do Bicho, o número 32 significa o…dinheiro!
Quem te viu, Fuerte Apache, quem te viu, Jugador del Pueblo…
El Jugador del Sueldo. E da mentira.