Maradona reforça o Lanús na final da Libertadores
Tales Torraga
''Yo nací en Lanús, hermano!''
Uma das frases preferidas da torcida do Lanús foi dita por ninguém menos que Diego Armando Maradona, El Más Grande, que nos emociona neste mundo desde 30 de outubro de 1960, quando chegou a este planeta justamente como morador do município, mais precisamente da Villa Fiorito, onde viveu até os 15 anos.
Maradona faz questão de reforçar sempre seu amor pelo Lanús. Nas últimas semanas, foi além: abraçou o papel de ''paizão'' da equipe que inicia às 21h45 (de Brasília) de amanhã (22) a decisão da Libertadores da América contra o Grêmio.
Diego já publicou um vídeo desejando sorte à torcida e aos jogadores do Lanús. O clube despista, mas o blog apurou que o fluxo de contatos entre Maradona e o plantel tem sido mais constante que aquela saudação. Antes mesmo da partida contra o River – clube que Diego, Boca Juniors de coração, detesta -, Maradona já havia trocado palavras de incentivo com Jorge Almirón, o excelente técnico que hoje comanda o Lanús. Agora nesta finalíssima Brasil x Argentina, El Diez fará questão de oferecer seu apoio ao grupo – distante fisicamente esteja.
A figura de Maradona é mais que explorada pelo esporte argentino em decisões.
Ele marcou presença em finais recentes do país como a Copa Davis de tênis e o Mundial de Rúgbi, e seu carisma segue intacto mesmo com esportistas que sequer o viram em ação. E é este magnetismo que o Lanús quer aproveitar. Diego está em Dubai, onde é treinador do Al Fujairah, mas suas aparições nas redes sociais demonstram sua total familiaridade com a tecnologia para ser um confidente e oferecer toda a motivação ao clube grená neste instante único, histórico de verdad.
Maradona – aliás! – vestiu a camisa do Lanús até mesmo dentro das quatro linhas.
Foi um amistoso em 11 de junho de 2008, quando se juntou ao time contra o Talleres de Escaladas. A partida contou com arquibancadas lotadas e cofres cheios. O Lanús ficou com parte da receita, mas a maior parte da renda foi para o Talleres, que corria o risco de fechar as portas e agradece Diego pelo seu gesto até hoje.
Maradona estava com 47 anos e tabelou com José ''Pepe'' Sand, o veterano atacante que eliminou o River e põe medo no Grêmio para a decisão de amanhã. El Diez fez um gol, de pênalti, logo no começo. Participou do primeiro tempo e trocou de time aos 25 do segundo. A partida terminou 3 a 1 para o Lanús. Além de Maradona, o próprio Sand anotou um gol. O terceiro foi de Sebastián Blanco.
A bola e a camisa usada por Maradona neste dia estão expostas, claro, com destaque na sede do clube que fica na periferia de Buenos Aires.
Como prova das injustiças do futebol (que no fim das contas é só um jogo, e não um tribunal de direitos e deveres), Maradona jamais disputou uma Libertadores.
Mas que ninguém duvide que o Lanús lhe dê uma taça e o chame para ''a volta olímpica da loucura'' caso conquistem, juntos, a Libertadores em cima do Grêmio.
Mais que merecido.
Se o Lanús dá a vida para ficar com esta Libertadores, os jogadores vão dar duas.
Diego Armando El Diez Maradona está conosco. Nos vê e torce por nosotros.