Patadas y Gambetas

Pânico dos jogadores assusta Sampaoli. Técnico está sem saber o que fazer

Tales Torraga

A contagem regressiva para um dos jogos mais picantes da história da Argentina já está en marcha. Daqui a uma semana, às 20h30 (de Brasília), todo o país estará paralisado em drama, euforia e fúria para saber como a seleção vai se sair contra o – quem diria! – temido Peru, que vem de três vitórias – enquanto a Argentina soma a derrota para a Bolívia e os preocupantes empates contra Uruguai e Venezuela.

Dúvidas e desespero no semblante do Pelado Sampa – La Nación/Reprodução

Sampaoli, todos sabem, viajou à Europa para conversar com seus principais jogadores na semana passada. Messi, Mascherano, Biglia, Di María e Icardi foram alguns dos visitados. O blog apurou que a comissão técnica encontrou um estado de ânimos extremamente preocupante às vésperas desta decisão.

Os jogadores estão praticamente em pânico, e a linguagem corporal de Messi ontem (27) contra o Sporting já foi lida na Argentina como uma prova cabal de que tanto ele como os demais demonstram estar re contra tensos para o jogo que pode selar o céu ou o inferno argentino rumo  – ou não – à Copa do Mundo de 2018.

Pudemos saber também que Sampaoli reconheceu, diante dos jogadores, que errou o planejamento para as partidas contra Uruguai e Venezuela – as suas duas primeiras partidas oficiais pela Argentina, afinal.

O ''mea culpa'' do Pelado Sampa admitiu que os jogadores estavam – e estão – bloqueados emocionalmente para receber tamanha quantidade de informações táticas. O pedido de Sampaoli para a decisão jogo contra o Peru é o mais básico de todos: explorar a valentia que caracteriza o argentino. O famoso ¡poné huevo, loco!

Sampaoli está estressado e angustiado exatamente por isso.

Que rebeldia esperar de Messi e Mascherano (Agüero, Di María, Biglia, quem quer que seja?) se todos, absolutamente todos os medalhões na seleção argentina estão destroçados e traumatizados com tantas derrotas seguidas nos últimos anos?

E que confiança tais jogadores – em tal momento delicado – podem receber de uma comissão técnica que também é novata?

Sampaoli não tem cacife para mandar – só para pedir.

O Pelado Sampa está praticamente perdido, e daqui a apenas uma semana vai enfrentar a arena – no sentido medieval, não atual – mais hostil e insana de todas.

Confiar nos líderes golpeados? Abrir espaço aos novatos? Chamar os jogadores do Boca, mais ambientados à infernal Bombonera? O técnico convoca neste fim de semana os atletas que atuam na Argentina, e há a expectativa de que os volantes Pablo Pérez e Gago e o atacante Benedetto sejam chamados.

Uma sugestão. Só uma, Pelado Sampa.

Suas soluções têm nome e sobrenome: Leonardo Ponzio.

O capanga do River tem sangue e caráter de sobra para esta decisão, por complicada que esteja. Chame, escale e ponha Ponzio de capitão. Ya tá. Te juro que nem Messi – nem Macri, nem ninguém – vai dizer um ''ai''.

Os peruanos sim. Todos eles.

Leonardo Ponzio – River/Divulgação