Patrocinadores pressionam contra silêncio de Messi e da seleção argentina
Tales Torraga
O boicote à imprensa anunciado por Lionel Messi na seleção argentina já rende consequências. E elas são sentidas onde dizem que dói mais – no bolso.
O blog apurou que os patrocinadores da Seleção pressionaram ontem (16) a AFA para reverter o silêncio. A razão é cristalina: as marcas pagam milhões à Associação para aparecer nas mídias que os atletas agora renegam.
O responsável pela mediação entre as marcas e os jogadores é Armando Pérez, líder do Comitê Regularizador da AFA, informado do boicote só quando ele tinha se concretizado – prova cabal do mau comando dos dirigentes argentinos.
São os patrocinadores que bancam hospedagem e transporte dos jogadores da seleção argentina. É este o fluxo de dinheiro de uma AFA falida e afogada em escândalos financeiros depois da morte do ex-presidente Julio Grondona.
Encabeçada por Adidas e Coca-Cola, a lista dos patrocinadores da Argentina está aqui. Estima-se que a Adidas pague à AFA R$ 108 milhões por ano até 2022.
E o que pensa la gente argentina disso tudo?
A opinião pública em Buenos Aires trata este ''caso Lavezzi'' como demonstração de força do ''núcleo duro'' da Seleção, formado por Messi e Mascherano.
Para a maioria na capital portenha, ambos erradamente protegem Lavezzi, um atleta de fraca qualidade e que humilhou o então técnico da Seleção Alejandro Sabella ao jogar água na sua cara em pleno jogo da Copa do Mundo de 2014.
Para muitos portenhos, o ''núcleo duro'' é ''duro de inteligência''.
Há críticas neste caso também a Patón Bauza.
Consideram que técnico ''sério e responsável'' jamais convocaria um problemático como Lavezzi – ainda mais voltando de lesão e sabendo que não iria jogar.
(Ainda mais preterindo Mauro Icardi!)
Se o Brasil é o país do futebol, a Argentina é o país da crítica. Seguro.