Patadas y Gambetas

Opinião: Renegados dão paz à Argentina

Tales Torraga

As TVs e redes sociais na Argentina enfatizaram mais de uma vez: o Argentina x Colômbia foi um jogo de baixo nível no qual se salvaram apenas Messi e Cuadrado.

Mas a vitória por 3×0 que permite a Patón Bauza imaginar a sequência de seu trabalho se deu também pelo mérito dos mais detonados pós-surra ante o Brasil.


O primeiro deles é o próprio Bauza, que conseguiu encontrar uma formação mais coerente com o momento argentino. Sacou Higuaín – e seu substituto Pratto fez o gol. Colocou Mercado e Más nas laterais e ambos deram total conta do recado.

O mesmo pode se dizer de Banega escalado perto de Messi para fazer as aproximações com o craque. Messi esteve particularmente enchufado – seus defensores na imprensa argentina dizem que depois de hoje os detratores não podem mais acusá-lo de se esconder em finais. Esta era uma. E era mesmo.

Mascherano, ''mentalmente queimado, sem conseguir encontrar caminho de reação, em vias de se aposentar'', foi quem mais roubou bolas na noite de San Juan e mostrou as patas a Falcao García para provar quem mandava em campo. El Jefe.

Por fim, Ángel di María, que passou de potencial deprimido a jogador de positiva atuação e autor do terceiro gol. Mostrou enfim sinais do encantador Fideo – Macarrãozinho, seu apelido – das últimas duas Copas Américas.

A Argentina vai virar o ano na quinta posição – a da repescagem.

Mas já pode enxergar dias menos confusos e mais pacíficos.

E que vêm justamente pelas ideias e pelos pés dos que eram mais questionados.

Não é nada suficiente para garantir o ciclo de Bauza no comando da Seleção – mas hoje, antes da virada do ano e dos próximos capítulos do dramalhão argentino, sacá-lo seria mais equivocado do que tê-lo escolhido para o cargo há só 105 dias.

* Atualizado à 1h16: Como paz e Argentina são palavras que dificilmente podem ser escritas juntas, veio logo depois do jogo o anúncio de Messi de que a Seleção não vai mais falar com a imprensa argentina até segunda ordem.

É a repetição do que houve na Copa do Mundo de 1998. Há 18 anos, noticiaram que Verón havia sido flagrado no anti-doping por cocaína, o que não se confirmou.

O jornalista a informar que Lavezzi estaria fumando maconha na concentração é o locutor e apresentador Gabriel Anello, da Rádio Mitre, a mais ouvida da Argentina. Ele faz toda sua defesa deste episódio no Twitter, aqui, e diz ter vídeos e fotos que comprovam o que contou no microfone. Anello é experiente, premiado e respeitado. Não fosse, não ocuparia um dos cargos mais cobiçados da imprensa portenha.

Além da maconha fumada duas vezes por Lavezzi, Anello noticiou também que os jogadores beberam vinho além do desejado no hotel de San Juan. Fuerte, eh.