Opinião: Sem Messi, Argentina vira a Bolívia
Tales Torraga
A primeira derrota argentina para o Paraguai em casa na história das Eliminatórias afundou mais ainda a seleção de Patón Bauza sem Lionel Messi.
Com Messi, ganhou do então líder Uruguai por 1×0.
Sem, sofreu para empatar com Venezuela (!) e Peru (!!) e perdeu do Paraguai (!!!).
Com Messi, tem 100% de efetividade, três vitórias em três jogos nas Eliminatórias.
Sem ele, em sete jogos, uma vitória, quatro empates e duas derrotas, aproveitamento de 33% – ali, coladinho a Bolívia ou Peru, hoje ambas com 27%.
Curioso que isso ocorra justamente pouco depois de Messi anunciar a saída da Seleção e voltar atrás. Curioso que há ainda quem defenda que o craque tem mais é de ficar longe do selecionado. Instabilidade econômica é bobagem – a grande instabilidade argentina é a psicológica, e agora a da Seleção com e sem Messi.
Pênalti perdido (ay ay ay, Agüero…), defesa do goleiro no cara a cara, gol anulado. Tudo o que poderia dar errado, deu. A fase é terrível, muchachos.
Mas é sinal também de um confuso e incompreensível time que de novo não atacou, não defendeu e não melhorou. Só somou mais minutos de um terrible futebol.
Bauza precisa se cuidar. Buenos Aires está mais cáustica que nos tempos de Martino. Diz que esta Argentina é a Argentina dos ''amigos de Messi''.
Mas sem Messi.
A Argentina saiu de campo vaiada em Córdoba. É a primeira vez em décadas – quiçá na história – que isso ocorre fora do Monumental de Núñez.
Papelão futebolístico, cravou a TV TyC Sports no encerramento da transmissão.
Nem Charly García ou Pity Álvarez em delírio vão negar.
A colocação nem é tão crítica. Segue em quinto e na repescagem, um ponto atrás de Colômbia e Equador, mas agora só um à frente de Paraguai e dois do Chile.
Mas a tabela que vem por aí é sim preocupante.
A Argentina joga contra o Brasil no Mineirão. Contra o Uruguai em Montevidéu.
E na altura ante Bolívia e Equador.
Pior que perder três finais é ficar fora de uma Copa.
Líder do ranking da Fifa e ausente do Mundial.
A Rússia está longe. Mas a Villa Freud, ali em Palermo Sensible, está pertinho.
Vámonos.