Patadas y Gambetas

Quase amputado, Batistuta volta a jogar e chora

Tales Torraga

Gabriel Batistuta está com 47 anos. Mas sentia seu corpo com mais de 90.

Tamanhas as dores nas pernas, em 2012 pediu para amputá-las, difícil que era lidar com o sofrimento dos dois tornozelos infiltrados por 15 anos de golaços e patadas.

Nesta segunda (3), em Florença, na Itália, comemorando três anos da cirurgia que o resgatou da dor, jogou futebol em público pela primeira vez nos últimos anos.

Foi no amistoso Resto do Mundo contra Itália (12×6 para o Resto do Mundo). El Bati fez três gols. Pouco antes, emocionado pelo drama físico e pelo carinho, chorou ao receber o título de cidadão de Florença, onde suou pela Fiorentina de 1991 a 2000.

As dores de Batistuta são muito comentadas na Argentina – sem elas, pediriam sempre para ele voltar ao futebol a cada gol perdido por Higuaín na Seleção.

Un chiste, eh. Mas não há brincadeira em relação ao corpo. Batistuta revelou que urinava na cama à noite justamente para não precisar suportar a dor de levantar.

Como de costume em Buenos Aires, há um verdadeiro Boca x River para falar de Batigol. Amado por muitos, sí. Mas também detestado em grande proporção.

Os que os amam lembram que ele foi, de fato, El Matador na grande área. Compensava a técnica limitada com bombas nos chutes e nas cabeçadas.

Os que os odeiam citam uma frase famosa do técnico Daniel Passarella, que o dispensou do River em 1990 porque ''era um burro que mal sabia parar uma bola''.

Tão verdade não era, pois Bati logo em seguida foi brilhar no Boca.


Os portenhos guardam de Bati um lance em especial: sua bomba na trave da Holanda nas quartas do Mundial 98 (vídeo aqui). Era metade do segundo tempo e iria para Argentina 2×1 Holanda. Centímetros a menos e teríamos uma semi Argentina x Brasil, Passarella x Zagallo, Batistuta x Ronaldo, Simeone x Rivaldo.

Me quedó la espina clavada con ese pelotazo, muchachos…