Patadas y Gambetas

D’Alessandro brilha e Tevez decepciona no arranque do Campeonato Argentino

Tales Torraga

D'Alessandro muito bem. Tevez muy mal. O Campeonato Argentino arrancou neste fim de semana com os veteranos craques ex-Brasil vivendo domingos opostos.

Começamos com D'Alessandro, que fez no Monumental, opinião unânime em Buenos Aires, sua melhor atuação desde que voltou ao River. Tabelou, foi inteligente nos passes e marcou o terceiro no convincente 4×1 sobre o Banfield.

Temendo alguma lesão sua, o técnico Marcelo Gallardo o tirou a 15 minutos do fim. E D'Alessandro armou um piti daqueles por sair. Ambos conversaram e se resolveram depois do jogo. Gallardo elogiou Andrés. Andrés elogiou Gallardo.

No pasó nada.

Incrível. D'Alessandro, 35 anos, se calentar assim ao sair no fim (!) de um jogo com goleada (!!). Calmá, Cabezón. Seja brilhante (e maduro) também sem a bola no pé.

O River foi quem mais encantou na primeira rodada, a ponto de o ''Olé'' de hoje brincar com a cor do uniforme e com o jogo de uma tal Laranja Mecânica.

Essa terceira camisa do Millo vem dos 30 anos do gol de Beto Alonso com a bola laranja contra o Boca na Bombonera. Valeu o celebrado título do Argentino de 1986.Quem não está para brincadeiras é Tevez. Com ele de capitão, o Boca jogou mal e perdeu fora de casa para o Lanús, atual campeão, por 1×0 na noite de domingo.

Tevez foi opaco. Como na Libertadores e na Copa Argentina. O ''Olé'' foi crítico como poucas vezes se leu com o Apache: o chamou de jogador de escritório, egoísta e sem a raça característica que sempre acompanhou sua carreira.


Em artigo assinado pelo experiente jornalista Pablo Ramón, a síntese: ''Tevez está vazio e saturado. Foi o mesmo que deixou de cobrar o pênalti no dia em que o Boca saiu da Libertadores. O mesmo que foi jogar golfe no meio do naufrágio''.

''O povo mastiga na espera sem fim. É uma promessa repetida, como a volta de Perón. Mas chega o domingo e Carlitos não resolve. É hora de ele voltar a ser ele.''