Patadas y Gambetas

Gafes marcam apresentação de Bauza na Argentina

Tales Torraga

A melhor seleção do mundo segundo o ranking da Fifa enfim acordou com um treinador. Exatamente um mês depois da demissão de Tata Martino, Edgardo Bauza foi apresentado na noite desta sexta (5) no prédio da AFA em Ezeiza, colado ao aeroporto internacional de Buenos Aires.

Bauza estava emocionado. Repetiu o que vem dizendo desde a nomeação. Conta com Messi para o bem de todos. Mas deixou escapar, ante as inúmeras perguntas, que vai ''tentar convencê-lo'' a voltar.

Não é bem o que Patón vem falando nos últimos dias.

Compreensível ato falho decorrente de emoção e cansaço. Patón trocou a sisudez por sorrisos. Está diante de uma chance única na vida sempre dedicada ao futebol.

''Lo más importante es estar acá, con este buzo, es lo más valioso'', reforçando que até agora sequer falou de dinheiro com os dirigentes da AFA.

Bauza transmite a seriedade mais que esperada – e sim exigida pelos argentinos.

O momento é parecido com o brasileiro na conduta dos atletas. A Argentina rejeita com fúria – principalmente os portenhos, ácidos como nunca nas últimas décadas – o que o Brasil chama de 'geração ostentação'.

Está fula com posturas como as de Lavezzi, que parece jogar na Seleção como mero adorno de suas micagens nas redes sociais.

Mais futebol e menos Instagram, exigem.

A Argentina clama por animais competitivos como Funes Mori, zagueiro criado no River e apreciado até pela torcida do Boca. Tudo por dizer e repetir que, para ganhar, vai até arrancar a cabeça do adversário se precisar.

Menos, pibes.

Bauza jogava com a 6. Recebeu a 5 / Mauro Alfieri – LA NACIÓN

Outra gafe cometida na apresentação de Bauza foi a entrega de uma camisa com seu nome e o número 5. Bauza jogou a vida toda com a 6.

Seria como fazer o contrário com Dunga – clássico 8 e ser apresentado com uma 6.

Ou dar a 10 a Tite, outro histórico camisa 8.

Patón com a 6 em capa da revista El Gráfico em 1980. Ao seu lado, Amuchastegui, do Racing

No pasa nada. A Argentina sempre bipolar agora está feliz com Bauza. E excelente termômetro são os elogios a ele que vêm de Don Diego Armando Maradona.

Não ser metralhado por Maradó, muchachos, créanme, é a maior prova de carisma possível de se obter na Argentina.

Suerte, Patón! Ojalá salga todo bien!