Patadas y Gambetas

Derrota põe fim à invencibilidade argentina de 20 anos em Olimpíadas

Tales Torraga

A desastrosa estreia da Argentina na Olimpíada representou mais que uma derrota por 2×0 para a apenas modesta seleção de Portugal. Foi também o fim de uma invencibilidade de 20 anos e 12 partidas em Jogos Olímpicos.

A última derrota argentina na competição havia sido a final da Olimpíada de 1996, um 3×2 para a Nigéria com gol aos 43 do segundo tempo. Desde então, só vitórias com duas campanhas com 100% de aproveitamento e ouro em 2004 e 2008. A Argentina não disputou os Jogos nem em 2000, nem em 2012.

12 jogos, 12 vitórias, 28 gols pró e só 2 gols contra. Uma série e tanto. Se terminó.

(Dado incrível: a então última derrota argentina em Olimpíada ocorreu com Diego Simeone em campo. Nesta quinta, foi a vez do seu filho, o atacante Giovanni.) 

Faltou tudo à Argentina de Calleri e Olarticoechea nesta quinta (4) no Engenhão. Não foi um resultado circunstancial, e sim gerado nas deficiências claras do time.

Tão atípica, a vitória portuguesa se consolidou aos 36 minutos do segundo tempo com uma bola que passou fraca por entre as pernas de Rulli, o bom goleiro que salvou a Seleção no primeiro tempo e que era apontado como garantia de eficácia.

Em bom português: foi um frangaço.

O sinal de otimismo veio de Pavón, hoje talvez o melhor atacante em atividade no futebol argentino. O companheiro de Tevez no Boca demonstrou mobilidade e pasta para ser titular no próximo encontro, domingo, às 18h, contra a Argélia. Uma nova derrota pode representar a eliminação argentina já na primeira fase.

As fáceis críticas a Olarticoechea não foram tão acintosas desta vez. Reconhecem que ele armou um time com o que tinha – muitos astros estão fora – e que a preparação foi precária. A Argentina confia que a Seleção desta vez vá de menor a maior. Evoluirá no decorrer.

As más estreias de Argentina e Brasil podem fazer com que ambas se encontrem na semifinal, e não na decisão. Sim, é cedo, mas para que isso ocorra o passo inicial já foi dado nesta surpreendente quinta – uma avançar como primeira no seu grupo e a rival se classificar na segunda colocação.

A Argentina jogou com Gerónimo Rulli; Lisandro Magallán (Pavón), Lautaro Gianetti, Víctor Cuesta e Alexis Soto; José Luis Gómez, Santiago Ascacibar e Mauricio Martínez; Cristian Espinoza (Lo Celso) e Ángel Correa (Simeone); Jonathan Calleri.