Cinco razões para prever (e temer) o ouro da Argentina no futebol masculino
Tales Torraga
A sempre forte Argentina abre hoje sua campanha no futebol masculino, a mais esperada pela torcida do país na Rio-2016. Enfrenta Portugal às 18h no Engenhão.
Encara pelo Grupo D ainda Argélia (domingo) e Honduras (quarta).
É uma Argentina menos brilhante que os times de ouro de 2004 e 2008 – que tinham, para ficar só em três nomes, Messi, Tevez e Riquelme.
Mas conta com talentos já valorizados entre os adultos, como o zagueiro Cuesta (Independiente), o meia Lo Celso (PSG) e os atacantes Pavón (Boca), Correa (Atlético de Madri) e Calleri (artilheiro da Libertadores pelo São Paulo).
É time para chegar à decisão do dia 20 e brigar pelo ouro contra o Brasil no Maracanã. Seria épico. Cinco razões para acreditar no avanço argentino até lá:
NOVO 'PATO'. Esta Argentina conta com aquele que é apontado como o melhor goleiro do país desde Ubaldo Fillol: Gerónimo Rulli, ex-Estudiantes, hoje na Real Sociedad. Tem 1m89 e 24 anos (ele e o zagueiro Cuesta, os únicos acima de 23).
20 ANOS SEM PERDER. Incrível: a última derrota argentina no futebol olímpico foi a final de 1996 (!) com gol da Nigéria aos 43 do segundo tempo. São 12 jogos e só vitórias – e ante rivais como Itália, Holanda e Brasil. Não disputou 2000 e 2012.
HUMILDADE. Esta Argentina está cerrada como raras vezes se viu no país. Até profissionais de limpeza, cozinha e segurança participaram de entrevistas coletivas. O grupo se fortaleceu nas muitas dificuldades. Nada (nada mesmo) mais argentino.
CABEÇA TRANQUILA. A missão argentina nesta Olimpíada é mais que conhecida: estragar a festa brasileira como no 3×0 e baile de 2008. Se o Brasil joga aflito pelo inédito ouro (e pelo eterno 7×1), a Argentina está pronta para ser a nova algoz.
TORCIDA. Os argentinos serão os estrangeiros em maior número no Rio. E como as chances de medalha em outras modalidades são reduzidas, a bagunça ficará toda no futebol. Levar o ouro em pleno Maracanã? Vai valer por uma Copa do Mundo, sí.
OS OUROS DA ARGENTINA NO FUTEBOL OLÍMPICO
ATENAS-2004
1ª fase: 6×0 Sérvia, 2×0 Tunísia, 1×0 Austrália
Quartas-de-final: 4×0 Costa Rica
Semifinal: 3×0 Itália
Final: 1×0 Paraguai
Time: Lux; Ayala, Coloccini e Heinze; Mascherano, Kily Gonzalez, D'Alessandro e Lucho Gonzalez; Delgado (Clemente Rodriguez), Tevez e Rosales.
Técnico: Marcelo Loco Bielsa.
PEQUIM-2008
1ª fase: 2×1 Costa do Marfim, 1×0 Austrália, 2×0 Sérvia
Quartas-de-final: 1×1 Holanda (1×0 na prorrogação)
Semifinal: 3×0 Brasil
Final: 1×0 Nigéria
Time: Romero; Garay, Monzón, Zabaleta e Pareja; Gago, Mascherano, Riquelme (Sosa), Di Maria; Messi (Lavezzi) e Agüero (Sosa). Técnico: Sergio Batista.
'Ouro em pó', já cantava em 1987 Federico Moura, vocalista do grupo de rock Virus, um dos maiores de todos os tempos. Que voz! E como sabia das coisas…