Fim da fila ou olho da rua: ‘tudo ou nada’ pressiona técnico Tata Martino
Tales Torraga
A fila argentina de 23 anos sem títulos pesa bastante sobre os jogadores. Mas muito, muito mais, sobre quem está há menos tempo na seleção: o técnico Tata Martino.
Rosarino de 53 anos, no cargo desde agosto de 2014, sua escolha ignorou os portenhos. Seu nome em Buenos Aires, capital também do futebol no país, é muito criticado – e muito por jamais ter trabalhado na cidade. Só Rosário com o Newell´s.
Tata é o Dunga argentino. No lo quieren.
Saudosistas suspiram pela volta de José Pékerman ou Marcelo Loco Bielsa. Torcedores mais jovens pedem por Diego Simeone ou Marcelo Gallardo.
A decisão das 21h deste domingo é mesmo céu ou inferno para Tata.
Céu porque seria o primeiro técnico campeão pela seleção desde Coco Basile em 1993, conseguindo o que os respeitadíssimos Bielsa e Pékerman não conseguiram.
Inferno porque sua permanência na seleção em caso de derrota será insustentável.
Seus números são bons – melhor aproveitamento entre os 'técnicos da fila', embora com menos partidas – e sua equipe joga bem como pouco se viu nos últimos anos.
Mas sua pecha de perdedor aumentaria a ponto de mandá-lo embora.
Todos os treinadores dos últimos anos não tiveram segunda chance depois de um vice-campeonato. Martino já está na segunda. Uma terceira não seria inviável, e sim impossível na estridente Argentina que, afinal, conta com Messi (Agüero, Higuaín…) e não entende como pôde perder a última Copa América para o então virgem Chile.
Muitos acham que sua presença no cargo se dá mais pela amizade rosarina com Messi que pelos seus méritos. Do Newell's para o Barcelona e para a seleção.
E agora da seleção para a redenção – ou a demissão.
A) Sai da fila de títulos ou B) Entra para a fila de demitidos. Não há alternativa C.
Seu duelo contra Juan Antonio Pizzi, também rosarino, porém canalla, foi bastante explorado pelo blog nas Eliminatórias aqui.
OS OITO TÉCNICOS DOS 23 ANOS DA FILA ARGENTINA
GERARDO TATA MARTINO
Desde agosto de 2014
Jogos: 28 / Vitórias: 19 / Empates: 6 / Derrotas: 3
Aproveitamento: 75%
Melhor resultado: vice-campeão na Copa América 2015
ALEJANDRO SABELLA
De 2011 a 2014
Jogos: 41 / Vitórias: 26 / Empates: 10 / Derrotas: 5
Aproveitamento: 71,54%
Melhor resultado: vice-campeão na Copa do Mundo 2014
SERGIO CHECHO BATISTA
De 2010 a 2011
Jogos: 17 / Vitórias: 8 / Empates: 6 / Derrotas: 3
Aproveitamento: 58,82%
Melhor resultado: quartas da Copa América 2011 (campeão da Olimpíada de 2008)
DIEGO MARADONA
De 2008 a 2010
Jogos: 25 / Vitórias: 18 / Empates: 0 / Derrotas: 7
Aproveitamento: 72,00%
Melhor resultado: Quartas-de-final da Copa do Mundo 2010
ALFIO COCO BASILE
De 2006 a 2008
Jogos: 28 / Vitórias: 14 / Empates: 8 / Derrotas: 6
Aproveitamento: 59,52%
Melhor resultado: Vice-campeão da Copa América 2007
JOSÉ PÉKERMAN
De 2004 a 2006
Jogos: 28 / Vitórias: 15 / Empates: 7 / Derrotas: 6
Aproveitamento: 61,90%
Melhor resultado: Vice-campeão da Copa das Confederações 2005
MARCELO LOCO BIELSA
De 1999 a 2004
Jogos: 85 / Vitórias: 56 / Empates: 18 / Derrotas: 11
Aproveitamento: 72,94%
Melhor resultado: Vice da Copa América 2004 (campeão da Olimpíada de 2004)
DANIEL PASSARELLA
De 1994 a 1998
Jogos: 57 / Vitórias: 33 / Empates: 13 / Derrotas: 10
Aproveitamento: 65,49%
Melhor resultado: Vice-campeão da Copa das Confederações 1995