Brasil demite, Argentina ri: cinco técnicos classificados na Copa América
Tales Torraga
A terça-feira que entrou para a história pela demissão de Dunga terminou com a constatação do chocante abismo que separa os técnicos brasileiros dos argentinos.
Enquanto a CBF se vira para arrumar quem treine sua equipe, a Argentina põe cinco técnicos entre as oito seleções classificadas às quartas-de-final da Copa América.
A lista:
– Tata Martino, Argentina
– José Pékerman, Colômbia
– Juan Antonio Pizzi, Chile
– Gustavo Quinteros, Equador
– Ricardo Gareca, Peru
Único argentino a não se classificar: Ramón Díaz, que pediu demissão do Paraguai.
As outras três seleções vivas na Copa América têm técnicos alemão (Klinsmann, EUA), colombiano (Osorio, México) e venezuelano (Rafa Dudamel, Venezuela).
Os cinco classificados repetem a Copa América 2015, quando os técnicos argentinos foram além. Dominaram as quatro primeiras posições na competição vencida pela anfitriã Chile – então comandada por Jorge Sampaoli, hoje no Sevilla.
O desempenho se soma ao brilho nos clubes. O Atlético de Madri de Diego Simeone há anos é sensação na Liga dos Campeões. Edgardo Patón Bauza carrega o sonho do tetra do São Paulo na Libertadores – desde 2014, só vencida por DTs argentos.
A razão do sucesso argentino é básica: sede por conhecimento, literatura farta, incentivo ao desenvolvimento intelectual e quase um século estudando o futebol em todas as frentes, especialmente táticas e psicológicas. Uma gigante pátria do saber.
Melhor técnico do mundo nos últimos anos, Pep Guardiola é habitué de Buenos Aires para encontrar dois ídolos seus, César Luis Menotti e Marcelo Loco Bielsa.
Tite, o preferido para assumir o Brasil, é um reconhecido admirador/discípulo do Mister Libertadores Carlos Bianchi. Foi à capital portenha em 2014 só para vê-lo.