Patadas y Gambetas

Sem Brasil e Uruguai, Argentina se vê forçada a acabar com jejum de títulos

Tales Torraga

A Argentina nem fechou participação na primeira fase da Copa América e já encontra, na sua torcida, um total clima de 'já ganhou'. Motivos: o bom futebol desempenhado pelos comandados por Tata Martino e, claro, as precoces eliminações dos tradicionais e, para muitos, os únicos rivais Brasil e Uruguai.

Não passa pela cabeça de ninguém na sempre pensante Buenos Aires que a Argentina vai deixar escapar a chance de sair da fila de 23 anos sem títulos.

A adversária de hoje, a Bolívia às 23h, não inspira maiores emoções no país que já olha para a frente tanto como campeão (mirá vos…) quanto na inevitável passagem de coroa de Batistuta para Messi como maior goleador em 115 anos de seleção.

La Pulga está a apenas um de Batigol – 53 a 54 – e é bem provável que nesta terça haja a modificação nesta tabela. É o duelo de Superman contra Batman, brincam, com os nomes de Batistuta e Batman e com os três gols de Supermessi no Panamá.

Tanto a cabeça está adiante que Martino deve escalar um time misto. Mercado, Pastore, Di María e Biglia estão machucados; Augusto Fernández, Gaitán, Rojo e Mascherano, pendurados em dois cartões. Serão cuidados contra a lanterna Bolívia.

Com Messi no banco, a Argentina começaria com Romero; Roncaglia, Otamendi, Cuesta e Funes Mori; Banega, Kranevitter e Lamela; Lavezzi, Agüero e Higuaín.

E, seguro, já pensando na Venezuela nas quartas-de-final às 20h de sábado.

(A eliminação do Uruguai causou espanto. A do Brasil não. A Argentina olha hoje para o Brasil como um pálido retrato do passado, um sinal dos velhos tempos devorados pelos atuais. Um Falcon 73 do futebol. Não entendem Dunga como técnico, não entendem o infantil Neymar como craque da geração, não entendem como, mesmo com o mau momento do vizinho, não conseguem finalmente ser campeões. A ver agora. O fato é que a Argentina hoje vê o Brasil com indiferença, quase piedade. Falam de década perdida. Mundial 2006 adiante, ladeira abaixo.

'Tristeza não tem fim', canta Calamaro em um grande rock argentino. Fatal, che.)