Não é Tevez: ex-corintiano desencanta e faz Boca rever hierarquia de países
Tales Torraga
O uruguaio Nicolás Lodeiro é disparado o destaque atual do Boca Juniors. Às 19h30 desta quarta (20) recebe o Deportivo Cali-COL na Bombonera para ser o 1º do grupo a caminho das oitavas. No mesmo horário, Bolivar e Racing jogam em La Paz.
Lodeiro cresceu demais de produção desde a chegada do técnico Guillermo Barros Schelotto, há um mês e duas semanas. Nico, 27 anos, fez o gol do 1×0 sobre o Racing no jogo mais recente do Xeneize pela Libertadores e marcou também contra o Aldosivi no sábado na Bombonera, onde participou de outros dois no 4×1.
A fase é tão boa que a torcida do Boca tem explodido em um cântico antes só reservado à hinchada do River Plate: ''Uruguayo! Uruguayo!''. Impensado.
Como nesta rivalidade o que é de um jamais é de outro, o River guarda a primazia de vibrar com uruguaios históricos como Enzo Francescoli, Walter Gomez (anos 50), Antonio Alzamendi (80) ou Carlos Sánchez (até dias atrás).
Ao Boca se reserva o brilho estrangeiro aos colombianos goleiros Navarro Montoya e Óscar Córdoba, o zagueiro El Patrón Bermúdez e o volante Chicho Serna.
O Uruguai é o país que na história cedeu mais estrangeiros ao Boca, 47 – nenhum de recente destaque, só El Maestro Óscar Tabárez como técnico.
A grande fase de Lodeiro é inédita desde sua chegada ao Boca, em fevereiro de 2015 – vindo do Corinthians onde não entregou o que esperava depois da Copa do Mundo de 2014. Apenas dez jogos e saída do clube sem gols e sem olhar para trás.
Lodeiro é constante também na seleção do Uruguai que conta com geração privilegiada – Sánchez, Arévalo Rios, Suárez, Cavani. É convocado com frequência, mas fica no banco, como no 2×2 Brasil. A fase no Boca deve ajudá-lo a reverter isso.
Outro destaque – muito negativo – da noite será o péssimo gramado da Bombonera, repleto de barro. ''Está fazendo nos lembrar da várzea'', resumiu o atacante Chávez.
Como lá será o Boca x River do domingo, há o temor de o piso não aguentar o uso e as chuvas contínuas em Buenos Aires e o superclássico ir para outro lado. Vexame.
''Olé!'' foi genial: Barro Schelotto, brincando com o sobrenome do técnico Guillermo.
O Boca hoje deve ir a campo com Sara (Orión machucou a coxa); Peruzzi, Tobio, Rolín e Fabra; Gago, Cubas e Lodeiro; Pavón, Tevez e Chávez.