Menotti: Dunga, vazio, parece um pedreiro. E Palmeiras, time de 2ª divisão
Tales Torraga
A imprensa argentina não vê mais graça em tirar sarro do Brasil. Depois do 7×1 Alemanha, o tom é muito mais de análise que de ironia com os vexames do rival.
O jornal ''Olé!'' de hoje é neutro – quase indiferente – com o Paraguai 2×2 Brasil. E isso porque a grande fama do jornal vem das provocações: ''Dunga rouba. Ao time de Ramón se escapou (a vitória) outra vez em cima da hora. Os dois estão fora''.
A crítica forte vem do ''La Nación'' e de seu colunista César Luis Menotti. Antes mesmo da partida contra o Paraguai o técnico campeão mundial de 1978 cravava:
''Com Dunga nunca se sabe ao que joga. Se sabe que exige sacrifício, mas isso me soa vazio. Sacrifício é trabalhar 12 horas por dia de pedreiro, não jogar futebol.
Vejo muito mal o Brasil em todos os níveis. Outro dia vi o Palmeiras contra o Rosario Central na Libertadores e parecia time de Segunda Divisão.
Como técnico, enfrentei um Palmeiras de Edmundo, Roberto Carlos…
Como jogador, então, nem te conto: Ademir da Guia, Artime…
Tampouco o São Paulo joga bem. Não vejo um único clube sequer regular.
O futebol brasileiro está atravessando uma crise que a gente viveu na Argentina. A nossa, pelo menos, parece que vai se superando lentamente, enquanto a brasileira cada vez se acentua mais.
Mas ainda assim a seleção brasileira segue com jogadores muito bons e com capacidade de improvisação''.
O raciocínio completo de Menotti está aqui, a partir de 3min10s.