Patadas y Gambetas

‘Abraço de amizade’, o sucesso roqueiro que pede paz nos estádios

Tales Torraga

Domingo é dia de futebol no mundo todo. Na Argentina, igual. Milhares de famílias fazem de estádios suas casas para viver um fanatismo mais intenso que a violência.

Torcida do Rosario Central, das mais fanáticas do mundo

O tema das brigas e das mortes que ocorrem nas canchas é longo e será retomado adiante. Passa por política, por tráfico de drogas e por disputa de dinheiro.

Mas fiquemos pelo menos hoje com o lado curioso da história. Até jogadores são vistos pulando e torcendo nas arquibancadas. Como Diego Maradona – nos tempos de atleta! – na Bombonera em 1992 com a mulher, Claudia.

Outro grande jogador e ídolo mostrado na popular foi Cavenaghi, do River Plate. Apareceu em 2004 no setor onde ficam os violentos e incomodou pela proximidade com a barra pesada. ''Todos se portaram muito bem. Estava ali só pelo sentimento.''

O hino da paz no futebol da Argentina hoje é ''Las Paces'', ''As pazes'', da banda de rock Las Pastillas del Abuelo (em português, ''As pastilhas do avô''. Genial).

O refrão resume o futebol: um abraço de amizade, um monumento.

No habrá pilchas que reemplacen camisetas
cuando bajen las banderas de los clubes
Si en tu rostro se reflejan otras jetas
El cemento se hace carne en multitudes

Que fue mi padre, fue mi hermano, fue un amigo
o tal vez el resultado de un partido
De este dulce de agridulces que se encarga
del futuro de otro lunes sin destino

Pero vos que sos mi amigo de la infancia
nos críamos en potreros y baldíos
De Patricios a Boedo la ignorancia
puso bombas en el medio del camino

Cuantas veces he sufrido tus cargadas
Cuantas veces fui verdugo a tu lamento
para luego festejar a carcajadas
en un abrazo de amistad que es monumento

Que haya cuervos, que también haya quemeros
diablos rojos que se van a la academía
Que haya templos, bomboneras, gallineros
y que acabe de una vez esta pandemia
Arroyitos en el parque independencia
agua fresca del tatengue al sabalero
Un refugio cuando acecha la tormenta
sea un bosque para pinchas y triperos

Que haya puertos que reciban a piratas
y talleres por la gloria del humano
Que el aguante ya no sea más por plata
y que limpias se alcen siempre nuestras manos

Que así sea para todos los equipos
que así sea para todas las hinchadas
Rían llantos, lloren risas, peguen gritos
Que el sudor no sea sangre derramada

Que en mis ojos brille siempre la inocencia
disfrutemos todos juntos el partido
Que el folclore no sea un himno a la violencia
que el rival no se convierta en enemigo

Si hubo justos que abrazaron una causa
si hubo Ringos que abrazaron a Bambinos
Que la euforia se haga calma en una cancha
Enemigo es el que invade no el vecino

Pero vos que sos mi amigo de la infancia
nos críamos en potreros y baldíos
De Patricios a Boedo la ignorancia
puso bombas en el medio del camino

Cuantas veces he sufrido tus cargadas
Cuantas veces fui verdugo a tu lamento
para luego festejar a carcajadas
en un abrazo de amistad que es monumento

***

Não haverá roupas que substituam camisetas
Quando baixem as bandeiras dos clubes
Se seu rosto tem outras caras feias
O cimento se faz carne em multidões

Que foi meu pai, foi meu irmão, foi um amigo
Ou talvez o resultado da partida
De este doce de agridoces que se encarrega
O futuro de outra segunda sem destino

Mas você, meu amigo de infância
Nos criamos em campinhos e baldios
De Patricios a Boedo a ignorância
Colocou bombas no meio do caminho

Quantas vezes sofri suas gozações
Quantas vezes fui carrasco do seu lamento
Para logo festejar com gargalhadas
Em um abraço de amizade que é monumento

Que haja cuervos (San Lorenzo), que também haja quemeros (Huracán)
Diabos vermelhos (Independiente) que vão à academia (Racing)
Que haja templos, Bomboneras, Galinheiros (Monumental)
E que acabe de uma vez esta pandemia
Arroyitos (Rosario Central) no Parque Independencia (Newell´s)
Água fresca do Tatengue (Unión) ao Sabalero (Colón)
Um refúgio quando chega a tormenta
Seja um bosque para pinchas (Estudiantes) e triperos (Gimnasia)

Que portos recebam piratas (Belgrano)
E Talleres (clube que remete às oficinas) pela glória do humano
Que aguentar não seja mais por dinheiro
E que limpas se levantem sempre nossas mãos

Que assim seja para todos os times
Que assim seja para todas as torcidas
Sorriam choros, chorem risadas, soltem gritos
Que o suor não seja sangue derramado

Que em meus olhos brilhem sempre a inocência
Aproveitamos todos juntos a partida
Que o folclore não seja um hino à violência
Que o rival não se converta em um inimigo

Se houve justos que abraçaram uma causa
Se houve Ringos (boxeador do Huracán) que abraçaram Bambinos (San Lorenzo)
Que a euforia se acalme em uma cancha
Inimigo é o que invade, não o vizinho

Mas você, meu amigo de infância
Nos criamos em campinhos e baldios
De Patricios a Boedo a ignorância
Colocou bombas no meio do caminho

Quantas vezes sofri suas gozações
Quantas vezes fui carrasco do seu lamento
Para logo festejar com gargalhadas
Em um abraço de amizade que é monumento