River treina até gandulas do Real para encurralar o Boca
Tales Torraga
O famoso ''sangue nos olhos'' que o River Plate adota como motivação para a final da Libertadores da América está mexendo até com quem não tem nada a ver com a rivalidade com o Boca Juniors. Quem revelou a estratégia usada pelo gigante de Núñez foi Óscar Ruggeri, zagueiro que teve passagens por ambos os clubes e também pelo Real Madrid, além de ter sido capitão da seleção argentina.
Hoje comentarista do Fox Sports na Argentina, Ruggeri é um dos especialistas mais procurados para falar da decisão que será disputada às 17h30 (de Brasília) deste domingo (9) no Santiago Bernabéu. E em entrevista nesta quinta-feira à Rádio La Red, de Buenos Aires, o ex-zagueiro afirmou que nem bem Marcelo Gallardo pisou em Madri, já fez questão de se encontrar com o também argentino Santiago Solari, atual técnico do Real. Solari e Gallardo jogaram juntos no River entre 1996 e 1998 e conservam boa relação até hoje.
''Os clássicos são vencidos em detalhes'', analisou Ruggeri. ''Quem vai colocar os gandulas? O Real. Eles são de Solari. Pronto. Gallardo já falou com ele. Se sou o Gallardo, eu até concentro o Solari comigo, levo para jantar, faço de tudo para insistir nas orientações. Você não vê que os gandulas do River no Monumental têm um ritmo diferente se vão ganhando ou perdendo?'', seguiu.
A análise de Ruggeri sobre Gallardo foi extensa e elogiosa: ''Este time tanto presta atenção aos detalhes que é só perceber que, quando há uma falta, o jogador do River não coloca a bola no chão, ele entrega na mão do adversário para não sofrer uma surpresa. A Copa América de 1993 ganhamos com um lateral'', concluiu.
Gallardo segue suspenso pela Conmebol e não vai poder comandar o River no banco de reservas do Bernabéu. Resta saber se a ajuda de Solari será limitada aos gandulas ou se o atual técnico do Real dará também uma mãozinha ao comandante do River para driblar a sua ausência no gramado e no vestiário.