Para River, chance de título do Boca no tapetão é zero
Tales Torraga
O River Plate viaja para a reunião que vai traçar o desfecho da Libertadores, nesta terça (27), com total segurança de que não há chances de o Boca Juniors ficar com o título no tapetão. O blog apurou que o clube de Núñez está seguro de que o lugar onde ocorreu o ataque será o suficiente para a Conmebol isentar o River de qualquer responsabilidade no lamentável episódio.
O ônibus do Boca foi alvejado no cruzamento das avenidas Libertador e Lidoro Quinteros, a oito quadras do Monumental. O River garante ter em mãos todo o operativo de segurança traçado para a decisão, e que no documento que será apresentado ficará claro que a zona onde houve a agressão estava sob responsabilidade das forças federais, e não do clube.
O River vai usar também as declarações dos comandantes pelo efetivo policial, que já assumiram publicamente as suas falhas no sábado.
De acordo com o clube de Núñez, o caso não se compara à noite do gás pimenta em 2015, quando o ataque aos seus jogadores ocorreu na saída do vestiário da Bombonera, e não a oito quadras do estádio.
Outra diferença com relação ao confronto de três anos atrás, válido pelas oitavas de final da Libertadores, diz respeito ao resultado. Segundo o River, a partida – que não teve o segundo tempo disputado – foi suspensa com o 0 a 0 vigente, e a vaga nas quartas foi obtida pelo 1 a 0 na partida de ida. Não houve desclassificação do adversário e vitória do River por 3 a 0.
Como o Boca quer usar o caso de 2015 como exemplo, será alegado pelo clube de Núñez que as situações não podem ser equiparadas. Uma partida (a do Monumental) sequer começou. E a outra (a da Bombonera) foi suspensa quando se iniciava o segundo tempo.
Uma reflexão interessante que circula hoje em Buenos Aires é a de Ricardo Roa, editor do ''Clarín'', o principal jornal da Argentina. Para ele, a decisão não ser disputada foi, enfim, algo positivo. Uma sorte. O estádio estava em tamanho colapso que seria impossível não ocorrer uma tragédia, com título do River ou do Boca. O blog assina embaixo. Muitos torcedores viraram a madrugada nas imediações do Monumental, com elevadíssimo consumo de álcool e drogas, e as primeiras invasões ao estádio ocorreram antes mesmo de os portões serem abertos ao público, às 13h (de Buenos Aires, 14h de Brasília).
Tal situação de loucura será alegada pelo Boca em sua defesa, por supuesto.