Gallardo estuda surpresas na escalação do River
Tales Torraga
Quem convive com Marcelo Gallardo está surpreso. O técnico mergulhou na preparação para a partida de volta contra o Grêmio de uma maneira rara, reconhecendo a necessidade de assumir riscos e criar surpresas que possam dar a classificação para o River Plate, que precisa descontar o 1 a 0 recebido no Monumental de Núñez na semana passada. Por isso, a equipe de trabalho do ''Napoléon'' Gallardo, como é chamado pelos argentinos, não descarta uma formação inédita na equipe que entra em campo às 21h45 (de Brasília) desta terça-feira (30) na Arena do Grêmio.
De acordo com a avaliação do técnico do River, os dois meias de criação da equipe, Pity Martínez e Juanfer Quintero, renderam muito abaixo do esperado na semana passada. Uma das alterações que a equipe pode ter nesta terça é exatamente a saída de Quintero para a entrada de Nacho Fernández, um volante que tem a velocidade e a capacidade de ir e vir como maior virtude. Quintero seria guardado para o segundo tempo – quando, de fato, entra melhor e tem capacidade de decidir partidas, como ocorreu na vitória por 3 a 1 contra o Independiente.
Outra alteração analisada por Gallardo – esta sim surpreendente – é a entrada de Enzo Pérez no lugar de Exequiel Palacios. Enzo, convocado para a última Copa do Mundo, ficaria mais fixo na posição de volante central e daria a Ponzio uma liberdade maior para conectar o jogo com Pity e Nacho. Outra boa possibilidade de mudança está na saída do atacante Scocco para a entrada de Pratto. A tentativa será insistir em um dianteiro com capacidade de jogar de costas para o gol e fazer o pivô constantemente.
Surpreender na escalação não é uma raridade para aqueles que acompanham o trabalho do Muñeco Gallardo. Há um antecedente bastante vivo que merece ser lembrado: o 3 a 0 no Cruzeiro em pleno Mineirão nas quartas de final da Libertadores de 2015. O que ocorreu na ocasião realmente lembra bastante o que está acontecendo agora. O River perdeu a primeira partida por 1 a 0 e se viu obrigado a ganhar no Brasil.
Naquela série, todos achavam que Gallardo escalaria uma equipe ofensiva, formando um meio-campo com Sánchez, Kranevitter e Pity Martínez. Que nada. Colocou no banco Pity e Pisculichi, o outro armador, e escalou os volantes Ponzio e Chino Rojas.
Aquele River entrou em campo com: Barovero; Mercado, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Kranevitter; Sánchez, Ponzio e Rojas; Mora e Teo Gutierrez.
Gallardo usou Ponzio para sair com a bola e pressionar bem alto, afogando a armação do Cruzeiro, além de deixar sua equipe bem posicionada defensivamente para impedir qualquer gol adversário que seria fatal para a série. O que se viu foi um River com bom jogo, personalidade e contundência. Exatamente como precisa ser nesta terça.