Patadas y Gambetas

Técnico do Boca vai deixar equipe em dezembro

Tales Torraga

Guillermo Barros Schelotto está em contagem regressiva para deixar de ser o técnico do Boca Juniors. Ele já havia declarado em uma entrevista coletiva no mês passado que não assegurava a sua permanência na equipe para além de dezembro, quando chega ao fim o seu atual contrato. Mas o blog apurou que Schelotto já decidiu sim o que fazer em 2019: será técnico nos Estados Unidos e é quase certo que o time a contar com os seus serviços seja o Columbus Crew, onde jogou entre 2007 e 2010.

Tal definição pode ser uma boa notícia para o Cruzeiro nesta véspera de choque fatal para seguir na Libertadores. Não é segredo para ninguém aqui na Argentina que a relação entre Schelotto e os seus jogadores é no mínimo complicada. Tido pelos seus comandados como alguém pouco claro e muito teimoso, Guillermo não conseguiu se livrar de muitos dos obstáculos que já demonstrava quando era jogador, quando se destacava muito mais por irritar os adversários do que pela sua capacidade com a bola nos pés (que era, convenhamos, muito boa).

Se Schelotto já causava dificuldades quando estava activo y electrico no posto, é provável que tal contagem regressiva para a sua saída faça com que os jogadores não sigam suas ordens com o devido afinco. Claro que isso não dará a vaga por si só ao Cruzeiro, mas o bom ambiente de trabalho necessário aos times vencedores está muito longe da Casa Amarilla, o QG do Boca aqui em Buenos Aires.

A diretoria azul y oro tampouco vai fazer qualquer esforço para mantê-lo, pois há a avaliação que a atual – e caríssima – equipe montada não rendeu o esperado justamente por dificuldades de relacionamento do corpo técnico com os atletas.

O único ponto de apoio de Schelotto é a torcida. A vitória por 3 a 1 sobre o Colón na Bombonera mostrou que ele segue bastante apoiado pelos fanáticos xeneizes pelo atleta re campeón que foi, mas o nível demonstrado pela sua equipe nesta partida da noite de domingo não inspira maiores confianças. Este Boca mostrou que não é contra o Colón que sofre, e sim nos duelos mais agudos pela Libertadores ou contra o River Plate – que, afinal, fez 2 a 0 no Boca em plena Bombonera há dez dias, animando o Cruzeiro a atingir o mesmo placar no Mineirão nesta quinta.