Centurión já é passado. A 10 do Boca agora é de Cardona, o “Crackdona”
Tales Torraga
Quem atacava a conduta e o futebol de Ricardo Centurión ganhou um prato cheio com a contratação de Edwin Cardona. Colombiano de 24 anos, ele até aqui fez só dois amistosos com a 10 xeneize, mas já passou a ser chamado pela maior torcida da Argentina de um jeito muito especial. Cardona virou o ''Crackdona''.
(Em castelhano não se ouve este K, então é como chamar Cardona de 'Crádona'.)
Caradona – ou melhor, Crádona – está emprestado por um ano, vindo do Monterrey, do México. Seu estilo de jogo é comparado, e sem tanto exagero, com o de Juan Román Riquelme, o maior ídolo da história do Boca.
O colombiano realmente tem técnica admirável. Dá canetas, esbanja boa visão de jogo e cobra faltas com a maestria característica de Román. Só precisa controlar seu temperamento um pouco louco. No México, ficaram famosas suas brigas com os técnicos e com a balança, além de uma propensão a cortes de cabelos chamativos demais, para não dizer agressivos.
Cardona é convocado para a seleção colombiana desde 2014, mas a grande ilusão da torcida do Boca foi a bênção de Riquelme: ''Ele pode jogar melhor que eu. Tomara que jogue''.
Por enquanto, nos dois amistosos – 1×1 e vitória nos pênaltis sobre o Nacional do Uruguai e um 1×0 ontem (2) no Villarreal, na Bombonera – , Cardona fez um golaço no Bolso e deu uma caneta espetacular ante o time espanhol.
Não são poucos os que falam que Cardona vai fazer a torcida esquecer rápido de Centurión. São igualmente muitos os que exageram e dizem que até Carlitos Tevez vai cair no esquecimento ante a maestria de Crádona.
Não é mero papo de fanático. Até a imprensa portenha já bate nesta tecla.
Os brasileiros, porém, vão precisar esperar 2018 para vê-lo em ação contra suas equipes. Este Boca só volta às competições internacionais no ano que vem. Atual campeão argentino, o clube já tem vaga garantida na Libertadores do próximo ano ao lado de – ¡Mamita querida! – River, Racing, Estudiantes e Banfield.