Maradona (mais uma vez) detona Riquelme: “Ele quer fazer média com quem?”
Tales Torraga
O que era uma bonita relação entre dois gênios da bola virou uma feroz briga entre inimigos. Os anos passam, eis 2017, e Diego Maradona e Juan Román Riquelme fazem cada vez menos questão de esconder a mágoa que sentem um pelo outro.
O novo capítulo do conflito ganhou as ruas de Buenos Aires neste sábado com a polêmica entrevista de Maradona ao diário ''Olé''. El Diegote defendeu Tevez por deixar o Boca preferindo atirar contra Riquelme, contrário à saída do Apache.
''Se oferecessem US$ 50 milhões para Román, ele estaria falando chinês desde já'', disparou Diego. Ele voltou a atacar Riquelme em outro momento. Román elogiou o River e lamentou pelo Boca não jogar competições internacionais neste ano.
E a resposta de Maradona foi digna de uma patada de um zagueiro desvairado: ''O River jogou a Série B e o Boca não. E isso não ouço Riquelme falar. Ele quer fazer média com quem?''. Terrible, eh?!
Riquelme e Maradona jogaram juntos no Boca em 1996 e 1997, e a relação entre os dois foi mais que cordial até 2009, quando Román, camisa 10 da seleção de Alfio Basile, considerou que jogadores amigos de Maradona na seleção fizeram corpo mole, incentivados por Diego, para Basile cair e Maradona assumir o cargo.
Maradona, já técnico da seleção argentina, fez críticas públicas ao rendimento de Riquelme antes mesmo de dar o primeiro treino. A resposta de Román foi Riquelme em estado puro: ele largou Maradona falando sozinho, renunciou à Seleção, abriu mão de jogar a Copa de 2010, e jamais retomou contato com El Diez.
A distância machucou Maradona. Sempre que pode, Diego lança farpas na direção de Riquelme, tratando-o como ''traidor da torcida do Boca'', como quando o clube perdeu a final da Libertadores de 2012 para o Corinthians, ou quando puxava cantos no ônibus da seleção que comandava detonando Román e dizendo: ''Estamos todos aqui / Quem não está / Falta não faz / Quem renuncia / Não volta nunca mais''.
Tentar fazer Riquelme cair na provocação de Maradona é perder tempo. Suas respostas sempre são gambeteadoras: ''Maradona? Não sei quem é este senhor''.
No meio deste conflito todo, um gesto de paz por parte de Román. Foi ele, capitão do Boca, quem sugeriu ao clube cancelar uma ação promocional em 2011 em respeito à morte da mãe de Maradona, Doña Tota, que ocorrera no mesmo dia.