Patadas y Gambetas

Newell’s 0x0 Central: patadas, pedradas e vidros rompidos. Agora, o Grêmio
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Tales Torraga

Newell's Old Boys e Rosario Central ficaram no 0x0 hoje no Marcelo Bielsa superlotado. Capacidade 38.000, mas mais de 40.000 almas colmaran a tarde de 20 graus na cidade das mulheres mais lindas da Argentina. É o que falam na capital.


O Central pelea título. Põe o melhor. Sosa; Salazar, Cetto, Donatti, Villagra; Musto, Cervi, Colman (Montoya 76'), Lo Celso (Delgado 82'); Aguirre (Herrera 59'), Ruben.

O jogo? Não houve. Muy friccionadoMucha patada, poco fútbol. Patada e pedrada. Um inadaptado mandou isso no lateral – 26 minutos de partido e 0x0, pensem!

Muitos coices, nenhum machucado. Rispidez, questão cultural nos clássicos argentinos. Se não tem porrada não é clássico. Clássicos não se jogam. Se ganham. Se não tem futebol, que tenha patada. A Argentina escuta isso há décadas.

Quer mais? Escudos e policiais acompanhavam cada escanteio do Central. Quebraram os vidros do camarote onde ficariam os dirigentes canallas.

Arbitragem pouco rigorosa. Aliviou para ter 22 em campo. Conseguiu. O vermelho só saiu aos 43 minutos do segundo tempo – Musto, volante Central, expulso mão na bola. Sem desgaste aos que correram por ele no fim.

Sete cartões amarelos, um vermelho e 41 faltas. Foi light, absurdo pareça.

Assim o Grêmio se prepara às 21h45 de Porto Alegre na quarta (27). Clássico rosarino, um ferido – volante Colman, cortou a cara e se juntou a Coudet no banco.

Sosa, goleiro uruguaio do Central, sensacional. Defesa do ano em chutaço diagonal de Maxi Rodriguez dentro da área aos 33min do segundo. Aos 42min, Scocco teve a bola roubada em um mano a mano na cara com ele. Melhor goleiro na Argentina.

Todos os números – todos mesmo, são feras demais – do clássico aqui. O minuto a minuto do portal Rosário 3, fotos e redes sociais, aqui.


Copa só depois. Boca, River, Central e Racing ‘deixam a vida’ nos clássicos
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Tales Torraga

Torcedores de Corinthians, São Paulo e especialmente Grêmio e Atlético-MG, ojo hoje nos clássicos argentinos de Boca, River, Central e Racing. Vão deixar a vida, a perna e a energia que pode vir a faltar já neste meio de semana pela Libertadores.

BOCA JUNIORS x RIVER PLATE, 16h15
O maior cheiro de quilombo é Boca Juniors x River Plate na Bombonera pela 1ª vez desde a Noite do Gás. Para muitos acá os veteranos vão pacificar o jogo. Tevez e D'Alessandro. Esperar calma dos calentitos El Apache e El Mandrake. Que risco.

Risco mesmo é o gramado – pior que o lamaçal das últimas partidas porque choveu muito no sábado em Buenos Aires. Muitos gols, lesões e expulsões. A aposta geral nos cafés e bares é de jogo descontrolado. Pelo piso e pelos pisões da rivalidade.

Ingenuidade querer jogar mais com a cabeça e menos com a perna dura. Difícil de pensar e de respirar. A Bombonera é perturbadora. Por isso a patada reina por lá.

O presidente do River quis ser guapo. Falou que mandaria o time treinar na praia para se acostumar com o gramado. Ouviu de volta de um dirigente do Boca: ''Quem passa um ano jogando em campos da B Nacional não merece chorar com a gente''.

Último confronto, 0x0 aburrido mês passado no Monumental.

NEWELL'S OLD BOYS x ROSARIO CENTRAL – 14h
Este é um jogo re contra complicado pela barra do Nils. Na quinta, escreveram ''Matar ou Morrer'' em encontro público. Ontem, triste, 30 homens exigiram a vitória na concentração do time. Armados, ameaçaram: se perder, voltamos para quebrar.

A bronca vem da recente freguesia contra o Central e a boa fase do rival que na quarta visita o Grêmio pela Libertadores. O operativo de segurança vai para as ruas de Rosário às 7h (!). O Central tem chances de título e joga com força máxima.

Em casa, última vez, ganhou como vem ganhando sempre: 2×0, gols de Larrondo.

RACING x INDEPENDIENTE, 18h45
O adversário do Atlético-MG nas oitavas vai receber o Rojo em Avellaneda pensando sim na Copa e na quarta. Vai de misto. Saja; Díaz, Sánchez, Cabral, Voboril; Noir, Vismara, Aued, De Paul; Martínez e Milito. Nada de Bou ou Romero.

O Independiente quer a todo custo a desforra do mata-mata que ambos jogaram pela vaga na Libertadores. Deu Racing, apertado. Último confronto, no Rojo, 1×1 – gols aos 40min e aos 45min, com Licha Lopez calando os vermelhos. De bicicleta. Épico.


Guerra em campo e fora. Violência assusta Argentina na rodada dos clássicos
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Tales Torraga

De hoje (sexta 22) a segunda (25) o Campeonato Argentino oferece ao mundo 15 clássicos com os famosos condimentos – paixão, entrega, patadas y gambetas.

É também a rodada que grita: hay que bajar un cambio e rolar a bola sem violência.

A semana foi bélica como de costume. Picharam ''Clássico ou Balas'' e outras ameaças em vários times. Bateram em Alan Ruiz, ex-gremista e agora ex-Colón.

E ontem, no bandeirazo da torcida do Newell's no Estádio Marcelo Bielsa, usaram fogos para mandar ''Matar o Morir'' com trapo do Rosario Central ao fundo. Estão que não suportam os canallas na Libertadores. Querem desforra domingo 14h em casa.

São fanáticos, perfecto, os cânticos são reproduzidos no mundo todo, mas tudo fica para trás quando a torcida – como a do River – investe todo segundo tempo de jogo de Libertadores – ontem com o Trujillanos no Monumental – para insultar o Boca.

Nem só insulto. Não pedem para ganhar. Gritam que vão bater até matar.

''Vamo' a pegarle a Boca hasta que muera / Hasta que muera / Vamo' Millonario / Ustedes pongan huevo que ganamos / Vamo' a quemar los ranchos en la Ribera''


''Boca te vamo' a matar / No te va a salvar ni la (Policia) Federal / Cantemos todos que Núñez está de fiesta / Cantemos todos que Núñez es Carnaval / Cantemos todos que La Boca está de luto / Son todos negros putos / De Bolivia y Paraguay''

''Quiero la Libertadores / Y un bostero matar / Yo te quiero Millonario / De verdad''

Citar o River é só isso – uma citação. Todas as organizadas (barras bravas) têm canções violentas. Matar, em Buenos Aires, não tem necessariamente conotação literal. É comum pedir informação e ouvir um ''Me mató''. Não sei. Ni idea.

Mas não é o caso aqui. O Boca, por exemplo, clama jogar contra o River para ''matar o terceiro'', por dois assassinados numa briga. ''Quiero jugar contra River / Y matarles el tercero / Quiero correrlos de nuevo / De La Boca al Gallinero / River sos  cagón / No tenés aguante / Los pibes están en cana / Porque vos sos vigilante''

Serão guerras dentro de campo. Sempre são. Pouco indica que fora também não será. Que a gente olhe com cuidado e use a conectividade para tentar mudar.

E ficar só mesmo com o que o futebol tem de bom. De verdad.

CLÁSSICOS ARGENTINOS, SEXTA-FEIRA (22)
19h: Atlético de Rafaela x Patronato
21h15: Olimpo x Aldosivi
21h15: Vélez Sarsfield x Argentinos Juniors

SÁBADO (23)
14h: Unión x Colón
14h15: Arsenal x Defensa y Justicia
16h15: San Lorenzo x Huracán
16h30: Godoy Cruz x San Martín de San Juan
18h30: Lanús x Banfield
20h45: Gimnasia x Estudiantes

DOMINGO (24)
14h: Newell's x Rosario Central
16h15: Boca x River
18h45: Racing x Independiente
20h: Belgrano x Atlético Tucumán

SEGUNDA (25)
19h: Tigre x Sarmiento
21h15: Quilmes x Temperley

11/15 rodadas, Grupo 1 – 1) Godoy Cruz, 21 pontos; 2) San Lorenzo, 21; 3) Arsenal, 20; 4) Independiente, 19; 5) Rosario Central, 18. Grupo 2 – 1) Lanús, 28 pontos; 2) Estudiantes, 25; 3) Atlético Tucumán, 22; 4) Huracán, 20; 5) Boca, 17.

Campeões de cada grupo jogam entre si pelo título. Os segundos colocados das zonas também passam para a Libertadores 2017. 

 


Cuidate, brazuca. Libertadores segue com recorde de times argentinos: cinco
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Tales Torraga

Listo. Se agora a Libertadores começa de verdade, arrancará com o maior batalhão argentino já visto nas oitavas-de-final. Cinco times a pelear a muerte por la Copa.

Cinco argentinos, cuatro de Brasil, dos de México y uno de Uruguay, Venezuela, Colombia, Ecuador y Paraguay.

Três campeões – River Plate, Boca Juniors e Racing, 10 títulos somados – e Rosario Central e Huracán que buscam a primeira taça.

Cuidem-se, brasileiros. Ou como se escuta em Buenos Aires: ¡Cuidate, brazuca!

Argentinos em 2016 buscam a terceira Copa seguida, o que não passa há 30 anos. Independiente (1984), Argentinos Juniors (1985) e River Plate (1986). Rojo, Bicho y Millo. No total, ni hablar: são 24 títulos, quase a soma de Brasil (17) e Uruguai (8).

O único antecedente do atual volume argentino vem de 2008, ano da LDU campeã com Patón Bauza – também cinco. Três campeões: River, Estudiantes e Boca. Mais Lanús e San Lorenzo (então CASLA – Club Atlético Sin Libertadores de América).

Dos argentinos de então a posição média era 9,6. A deste ano é 10.

Argentinos nas oitavas desde 2005 (adoção dos confrontos entre posições gerais):

2016 – cinco. Boca (6), River (7), Rosario Central (8), Racing (13) e Huracán (16)
2015 – quatro. Boca (1), Racing (5), Estudiantes (11) e River (16)
2014 – quatro. Vélez (1), Arsenal (9), Lanús (14) e San Lorenzo (15)
2013 – quatro. Vélez (5), Newells (12), Boca (13) e Tigre (14)
2012 – três. Vélez (6), Lanús (7) e Boca (9)
2011 – dois. Vélez (10) e Estudiantes (12)
2010 – três. Estudiantes (3), Vélez (4) e Banfield (11)
2009 – dois. Boca (2) e Estudiantes (10)
2008 – cinco. River (3), Estudiantes (6), Boca (12), Lanús (13) e San Lorenzo (14)
2007 – dois. Vélez (6) e Boca (11)
2006 – quatro. Vélez (1), Estudiantes (12), River (14) e Newell’s (16)
2005 – três. River (1), Boca (2) e Banfield (9)


Biografia de Bauza é lançada hoje – hoje! – na Feira Internacional do Livro
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Tales Torraga

O São Paulo luta na altitude da Bolívia às 21h45 para respirar na Libertadores.

Hoje. Justo hoje. Dia de Edgardo Bauza virar livro em Buenos Aires.

Nesta quinta (21) começa na capital portenha evento esperado no mundo – e pelo ano – todo: a Feira Internacional do Livro. Poucos têm tanta riqueza cultural.

A obra de Bauza (assina a capa) e Ariel Ruya (jornalista) aproveita o fértil período editorial. Está à venda desde fevereiro – prévia para o calendário que engrena hoje.

O Método Bauza prega que jogar bem é conseguir equilíbrio. Repassa sua história por 186 páginas em papos bem boleiros com o bem capaz Ruya, do ''La Nación''.

Descreve também o papo Papa-Patón. Bauza: ''Não o conhecia. Veio, me abraçou e falou 'Oi, Bauza. Não sabe como fiquei feliz'. Esse abraço guardo para sempre''.

O livro custa 300 pesos, aqui.

E tem capa curiosa – ainda mais nesses dias sensíveis: Bauza mostra quatro dedos.

Quatro gols do Audax?

Quatro dias (segunda, terça, quarta, quinta) de intervalo entre suas eliminações?

Quatro títulos do São Paulo na Libertadores com arrancada hoje?


Bombonera, onde até o barro tem história, discussão e suspeita de sabotagem
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Tales Torraga

No placar, nos conformes. O Boca Juniors pintou a cara do Deportivo Cali-COL por 6×2 na Bombonera. Gols de Fabra, Tevez (dois), Chávez, Palacios e Jara. Passou como líder do Grupo 3. O Racing – 1×1 com o Bolivar em La Paz – em segundo.

Já no gramado, tudo mal. A Bombonera esteve horrorosa como há muito não se via. Impraticável e cheia de lama. Para o ídolo Patrón Bermúdez, uma forçada de barra – ou barro? – para construir o novo estádio como quer a diretoria, não a torcida.

 

Sempre irônico, o  jornal ''Olé!'' cravou na manhã desta quarta (20): Barro Schelotto, trocadilho com o técnico Guillermo Barros Schelotto.

Conspirações à parte, o barro e a Bombonera se confundem. A ponto de a torcida criar durante a partida a hashtag #bocajuegaenelbarro. Boca joga no barro.

Erguida em 1940, a Bombonera fez até Maradona chafurdar no começo dos 80.

Entrou para a história um festejo seu no vestiário com Brindisi e o goleiro Gatti.

No começo dos anos 90 também era comum adversários saírem de campo repletos de lama – como o Newell's campeão nos pênaltis em 1991.

Riquelme, outro ídolo xeneize, também amassou barro quando fez o ''Topo Gigio'' pela primeira vez – 2001, para o mundo ouvir sua briga com Mauricio Macri.

Ou teve a bola travada pela drenagem (?) do gramado em 2010.

Incrível. O time de atacantes de renome planetário (Tevez, Osvaldo, Lodeiro), seis Libertadores, três Mundiais e o atual presidente da Argentina como ex-mandatário não consegue algo tão primário: só um gramado decente. Verde césped, papá!


O rival River Plate tripudia. Seguro.

Já há mais de 40 anos – desde quando o técnico Angelito Labruna gozava as más condições da Bombonera tapando o nariz e simulando mau cheiro.

No último River x Boca com torcida visitante, Monumental, 2012, los hinchas de Riverplei levaram porco inflável – 'Riqueeeelmeeee!' – para passear em frente à tribuna onde estavam os torcedores do Boca, a Centenário Alta.

18h30 domingo pelo Argentino.

É esta rivalidade que será retomada na própria Bombonera. Resta ver como.

Temperada com pimenta ou suja de barro.


Não é Tevez: ex-corintiano desencanta e faz Boca rever hierarquia de países
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Tales Torraga

O uruguaio Nicolás Lodeiro é disparado o destaque atual do Boca Juniors. Às 19h30 desta quarta (20) recebe o Deportivo Cali-COL na Bombonera para ser o 1º do grupo a caminho das oitavas. No mesmo horário, Bolivar e Racing jogam em La Paz.

Lodeiro cresceu demais de produção desde a chegada do técnico Guillermo Barros Schelotto, há um mês e duas semanas. Nico, 27 anos, fez o gol do 1×0 sobre o Racing no jogo mais recente do Xeneize pela Libertadores e marcou também contra o Aldosivi no sábado na Bombonera, onde participou de outros dois no 4×1.

A fase é tão boa que a torcida do Boca tem explodido em um cântico antes só reservado à hinchada do River Plate: ''Uruguayo! Uruguayo!''. Impensado.

Como nesta rivalidade o que é de um jamais é de outro, o River guarda a primazia de vibrar com uruguaios históricos como Enzo Francescoli, Walter Gomez (anos 50), Antonio Alzamendi (80) ou Carlos Sánchez (até dias atrás).

Ao Boca se reserva o brilho estrangeiro aos colombianos goleiros Navarro Montoya e Óscar Córdoba, o zagueiro El Patrón Bermúdez e o volante Chicho Serna.

El Patrón Bermudez

O Uruguai é o país que na história cedeu mais estrangeiros ao Boca, 47 – nenhum de recente destaque, só El Maestro Óscar Tabárez como técnico.

A grande fase de Lodeiro é inédita desde sua chegada ao Boca, em fevereiro de 2015 – vindo do Corinthians onde não entregou o que esperava depois da Copa do Mundo de 2014. Apenas dez jogos e saída do clube sem gols e sem olhar para trás.

Lodeiro é constante também na seleção do Uruguai que conta com geração privilegiada – Sánchez, Arévalo Rios, Suárez, Cavani. É convocado com frequência, mas fica no banco, como no 2×2 Brasil. A fase no Boca deve ajudá-lo a reverter isso.

Outro destaque – muito negativo – da noite será o péssimo gramado da Bombonera, repleto de barro. ''Está fazendo nos lembrar da várzea'', resumiu o atacante Chávez.

Como lá será o Boca x River do domingo, há o temor de o piso não aguentar o uso e as chuvas contínuas em Buenos Aires e o superclássico ir para outro lado. Vexame.

''Olé!'' foi genial: Barro Schelotto, brincando com o sobrenome do técnico Guillermo.

O Boca hoje deve ir a campo com Sara (Orión machucou a coxa); Peruzzi, Tobio, Rolín e Fabra; Gago, Cubas e Lodeiro; Pavón, Tevez e Chávez.


Novo Batistuta, Ábila brilha pelo Huracán e já se vê ao lado do ídolo Tevez
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Tales Torraga

Ramón Ábila. Assim se chama o atacante sensação do momento na Argentina. Seu apelido – mais citado que o nome – é Wanchope por ele ser a cara do ex-jogador da Costa Rica e do Manchester City. Atua pelo Huracán que às 19h30 desta terça (19) visita o Atlético Nacional-COL para passar às oitavas-de-final da Libertadores.

Com 26 anos, 1,75 quilos e descomunais 80 quilos, Ábila é chamado de ''Besta'' pelo jogo duro com os zagueiros e pelos gols. Fez quatro nesta Libertadores, melhor marca dos times argentinos – mesmo em equipe limitada como o Huracán. Marco Ruben, do Central, também tem quatro, 1 de pênalti. Ábila, nenhum na marca da cal.

''Ele põe a bunda na área e ninguém o tira de lá'', elogiou Carlitos Tevez, que já o pediu publicamente no Boca Juniors. Sua contratação na Argentina é dada como questão de tempo. São amigos, e Ábila vive repetindo que Tevez é seu ídolo.

Seu desempenho lembra Gabriel Batistuta – a ponto de ser chamado de ''novo Batigol''. Semana passada o ex-atacante elogiou o Cordobês, outro apelido de Wanchope. ''Faz gols em todos os jogos. Tem raça e carisma para brilhar no Boca.''

O Huracán é do bairro de Parque Patrícios, de Buenos Aires. Segundo em seu grupo na Libertadores, leva 3 pontos de vantagem (7 a 4) para o terceiro, o Sporting Cristal-PER, com 5 gols a mais de saldo. Os peruanos também jogam fora: em Montevidéu contra o Peñarol. O Atlético Nacional tem 15 pontos em 15 disputados.


Gaúcho no Boca Juniors: barro, soco, vaias e final perdida para o Newell’s
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Tales Torraga

Há um mês morria Gaúcho. Atacante de Palmeiras e Flamengo, jogou também pelo Boca Juniors, sufoco que, poucos no Brasil sabem, durou dez dias do julho de 1991.


Gaúcho trocou a Barra da Tijuca pelo barro da Bombonera. O Flamengo pelo Boca. E as praias do Rio pelo cruel inverno portenho para jogar uma final de Argentino.

O Boca havia perdido Batistuta e Latorre para a Seleção que ganharia, no Chile, a Copa América de 1991. E uma das vagas foi ocupada por Gaúcho, então 27 anos.

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Escalação do Boca no jogo de volta na Bombonera

Ansioso para voltar a ser campeão – a última conquista havia sido em 1981 com Maradona -, o Boca foi atrás de Gaúcho muito pelo que havia demonstrado no Flamengo nas quartas-de-final da Libertadores 1991 contra o próprio Xeneize.

Mas o atacante brasileiro não esteve à altura das guerras – sem exagero – que foram aquelas finais contra o Newell's Old Boys do técnico Marcelo Bielsa.

A cara de Gaúcho à direita resume a passagem xeneize

No 1º jogo, em Rosário, Gaúcho durou os 90 minutos, mesmo caçado pela dupla de zaga Berizzo e Pochettino. Patadas y trompadas. Pontapés e socos. E 1×0 Newell's.

Na volta, na Bombonera cheia de barro e papeis picados, o Boca devolveu o placar, mas Gaúcho já não estava no gramado. Saiu aos 33 minutos do segundo tempo sob todas as vaias possíveis. Da chegada à saída no Boca, vale reforçar, só dez dias.

''Deixou o campo sem barro nas meias. Imperdoável'', resumiu o Imborrable Boca.

O Boca perdeu aquele título nos pênaltis em decisão celebrada até hoje em Rosário.

O time voltaria a ganhar o Argentino em 1992 – com Gaúcho, de novo no Flamengo, conquistando o Brasileiro com o vovô Júnior e companhia.

1992 foi o ano também em que o Newell's, graças à vaga obtida na Bombonera, decidiu a Libertadores contra o São Paulo. De novo levou a decisão para os pênaltis. Mas Zetti levou a melhor sobre Scoponi e Telê superou Bielsa no Morumbi.

O sempre ótimo Futebol Portenho contextualiza mais o cenário que Gaúcho herdou em 1991. Sua passagem por La Ribera tem mais detalhes no Historia de Boca.


Verón no Boca, Maradona no Racing; 7 argentinos em times pouco lembrados
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Tales Torraga

Craques, tradição, canchas apertadas e torcidas enlouquecidas. Rico em história, o futebol argentino tem duos times-jogadores que muitos não lembram ou conhecem.

Sete craques que vestiram camisas diferentes das quais se consagraram foram:

VERÓN NO BOCA (1995 e 1996). O grande nome do Estudiantes teve excelente passagem pelo Boca Juniors de Caniggia, Maradona e Kily Gonzalez. Jogou 14 partidas e fez 4 gols. Tinha 20 anos e já era chamado para a Seleção. Depois do Boca foi para a Europa, onde atuou na Itália e Inglaterra por 9 temporadas.

MARADONA NO RACING (1995). Um jogo só – amistoso 2×2 com o Estudiantes de Buenos Aires. Mas está na história do Racing a atuação e os dois gols de Diego Maradona pelo clube no qual foi também técnico no mesmo ano. Estava suspenso pelo doping na Copa 1994. Voltou para o Boca dos seus amores em setembro 1995.

BATISTUTA NO NEWELL'S (1988). Antes de brilhar no River (menos) e Boca (mais), Batigol despontou em Rosário aos 19 anos. No primeiro mês já fazia final de Libertadores – superado pelo Nacional (Uruguai). Saiu do clube com 9 gols em 28 jogos. Deve perder a artilharia da Seleção para outra cria do Newell's, Messi.

CANIGGIA NO RIVER (1985 a 1988). El Pájaro viveu um caso de amor com o Boca, mas foi campeão mesmo em Núñez na casa dos 20 anos. Jogou 53 vezes e fez 8 gols con la banda. Ganhou Argentino, Libertadores e Intercontinental em 1986, quase sempre reserva. Em seu lado no banco, Goycochea, outro ás da Copa 1990.

CHILAVERT NO SAN LORENZO (1985 a 1988). O paraguaio entra nesta lista pela sua importância na Argentina – onde muitos pensam que ele nasceu no país e se naturalizou. Defendeu o Ciclón aos 20 anos. Lembram de suas primeiras tentativas de cobrança de falta e sua agressividade com dirigentes do clube e atacantes rivais.

SIMEONE NO VÉLEZ (1987 a 1990). O hoje badalado técnico tinha 17 anos quando deu suas primeiras entradas no Vélez Sarsfield. Aos 18 já era convocado para a Seleção. Aos 20, foi para a Europa e só voltou aos 35, para o Racing.

FILLOL NO VÉLEZ (1990). O histórico goleiro de River, Flamengo e Seleção se aposentou aos 40 anos com as luvas do Vélez. Nesta foto estão também Mancuso (primeiro em pé) e Ruggeri (à esquerda de Fillol na foto). Seu último ato foi pegar pênalti do River no Monumental, resultado que deu o Argentino 1990 ao Newell's.