Patadas y Gambetas

Maradona lança autobiografia e escancara mágoa com técnico campeão em 1986
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Tales Torraga

Buenos Aires receberá nesta quarta (1º) a nova autobiografia de Diego Armando Maradona – focada nos 30 anos do Mundial de 1986. 'Mi Mundial, mi verdad'.

São 240 páginas editadas pela Sudamericana, 19 euros (R$ 76) e já à venda.

Diego dedica a obra a 49 nomes – Cristina Kirchner, Raúl e Fidel Castro, Hugo Chávez e Che Guevara. Sem a ex Claudia Villafañe, mãe de suas duas filhas.

Entre os pensamentos que Maradona oferece agora, um em especial intriga o público: sua mágoa com o então técnico da seleção, Carlos Salvador Bilardo.

Bilardo escolheu Maradona como o capitão daquela Argentina. Seria também em 1990. Os dois reeditaram a dupla no Sevilla em 1992, quando, segundo contou Maradona em outro livro, uma briga fez com que ele acertasse um soco e machucasse o nariz de Bilardo – conhecido como 'Narigón' por óbvias razões.

Maradona atribui a Bilardo a sua demissão como técnico da seleção em 2010.

Trabalhavam juntos. Bilardo seguiu. Maradona caiu depois do 4×0 para a Alemanha nas quartas-de-final do Mundial da África do Sul em 2010. Triste sina argentina: três derrotas para a Alemanha nas últimas três Copas, 2006, 2010 e 2014.


O trecho que Maradona escancara sua mágoa é este aqui:

Por isso digo hoje que gostaria, tantos anos depois, que Bilardo fizesse por mim o mesmo que em seu momento eu fiz por ele. Nada mais. Que jogasse por mim como joguei por ele. Ele sabe melhor que ninguém como me joguei no meio da guerra do menottismo contra o bilardismo.

Joguei por uma causa que deveria ser de todos. Coloquei a camiseta por cima dos meus gostos, porque a mim o Flaco [Menotti] chegava ao coração, mesmo que não falasse publicamente. O resto está na história. E cada um lembra como sente.

A revista dominical do jornal ''La Nación'' antecipou outras partes da obra. Está aqui.

@daniarcucci

Daniel Arcucci, excelente jornalista que transportou as ideias de Maradona para o papel, falou sobre o livro na DirecTV Sports no último fim de semana.

Eis um compilado da relação (e das brigas) entre Bilardo e Maradona.

Falando de traição, como atribui Maradona, é contando uma que a banda La Beriso emplacou o rock de maior sucesso das paradas argentinas nos últimos meses.

Traicionero. Temazo!

Cuantas noches de gira
Días llenos de melancolía…


Lanús ganha o Argentino: sétimo campeão diferente nas sete últimas edições
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Tales Torraga

O San Lorenzo não deu nem para saída. O Lanús confirmou o favoritismo, fez 4×0 no lotado Monumental de Núnez neste domingo (29) e é o novo campeão argentino.

'Novo' é mesmo o mais adequado. O Lanús agora junta-se a Boca Juniors, Racing, River Plate, San Lorenzo, Vélez Sarsfield e Newell´s Old Boys. Sete campeões diferentes nas sete últimas edições. Equilíbrio para muchacho nenhum pôr defeito.

Os gols foram marcados por Benítez, Almirón, Sand e Acosta. Um baile impressionante do time de Jorge Almirón, ex-treinador do Independiente.

Segundo título da história do Lanús, o de hoje foi conquistado en la cancha de River. O anterior, em 2007, havia saído na Bombonera. A grande curiosidade: tanto há nove anos como agora, José Sand, o goleador da equipe, marcou 15 gols.

Ele está com 35 anos e foi o artilheiro também do campeonato.

A campanha do Lanús foi das melhores da história. Em 17 jogos, 13 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Contribuiu, claro, a rapidez do campeonato que não permitiu recuperações de River, Boca e Central, focados na Libertadores.

Mas falar só disso é ignorar a boa base deixada por Guillermo Barros Schelotto e a ótima condução de Almirón, técnico de bajo perfil que chega à sua maior conquista.

Aos times brasileiros, mais que nunca ávidos por importações, olho nos paraguaios Gustavo Gómez (zagueiro) e Miguel Almirón (meia), dois dos destaques do Lanús.

Além de Lanús e San Lorenzo, a Libertadores da América 2017 teve Godoy Cruz e Estudiantes de La Plata como classificados no Argentino. Há ainda as vagas da Copa Argentina e ao melhor representante do país na Sul-Americana.

O próximo Argentino repetirá o calendário europeu e começa em agosto. Terá de novo 30 times, embora haja pressões dos clubes grandes para a criação de uma Liga e uma profunda mudança na maneira como o futebol é conduzido no país.


Retranqueiro e destemperado. Argentina critica Simeone em nova Liga perdida
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Tales Torraga

A Argentina esteve longe de entrar em vigília e torcer junta por Diego Simeone na Liga dos Campeões. Pelo contrário. A derrota do Atlético de Madri adoçou a noite de boa parte do país. Sim. Simeone sofre rejeição – principalmente em Buenos Aires.

Os muitos portenhos que seguem futebol não esquecem sua passagem pelo River Plate. Campeão do Clausura 2008, foi lanterna pela única vez na história do clube, no Apertura 2009. A caótica campanha teve influência direta na queda à Série B.

Estimativa do blog: 40% dos portenhos torceram pela derrota de Simeone.

Houve pesada audiência e investimento da TV. O FOX Sports mandou a Milão os comentaristas Gabriel Batistuta e Diego Latorre, ex-colegas de Simeone na seleção.

Outra característica de Cholo (mestiço) Simeone que alimenta a eterna dicotomia argentina é sua característica defensiva, vista e revista na prorrogação de Milão com o Real Madrid morto em campo. ''Simeone não sabe o que é atacar. É o anti-futebol em pessoa'', é fácil de ouvir em qualquer roda de debates na capital argentina.

Suas atitudes pouco lícitas como agredir assistentes ou mandar gandula soltar bolas em campo também são detonadas sem dó: ''Nem Maradona, drogado, fazia igual''.

Irrita também a pose ostentadora de Simeone, algo que o argentino, em eterna crise econômica, digere mal. ''A capa da Capas é porque venço'', disse Cholo há meses.

O rebate que Cholo sofre, principalmente entre os idosos, que viveram a cruel ditadura sofrida no país, é: ''Se o fim justifica os meios, Simeone seria o melhor. Para os que pensam que o fim é importante, porém os meios são ainda mais, Simeone é medíocre'', é a reflexão dos que geralmente elogiam Loco Bielsa e José Pékerman.

''Os times de Simeone conseguem bons resultados, verdade. Mas jogam mal, às vezes fora da regra. É questão de filosofia. Cada um vive como quer ou como pode.''

Comparam também Simeone a Carlos Bilardo. Há até termo para esta equivalência.

'Cholismo' e 'Bilardismo'.

Muitos argentinos condenam as táticas 'ganar o ganar' de Bilardo – como drogar rivais e jogadores da própria seleção – para erguer a Copa em 86 e ser vice em 90.


Estrelas da Liga, Zidane e Simeone começaram da mesma forma: como gandulas
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Tales Torraga

A Liga dos Campeões será conquistada amanhã (28) em Milão por um ex-gandula.

Gandulas. Assim Diego Simeone e Zinedine Zidane começaram no futebol.

Embora torcedor e sócio do Racing, Simeone cumpriu as categorias de base no Vélez Sarsfield, onde estreou como profissional em 1987.

Lá, foi também gandula – alcanzapelotas, na Argentina.

''Até gandula fui expulso'', brincou. ''Jogavam Vélez e Boca em Liniers em 1982. O Loco Gatti [histórico goleiro do Boca] deu um chutão para fora, mas a bola pegou na arquibancada e voltou ao campo. Nisso, coloquei logo outra bola em jogo.''

Loco Gatti

''O Gatti se confundiu e usou a bola que voltou, não a que passei a ele. Juan Carlos Loustau era o juiz. Chegou perto de mim e disse para eu ir embora.''

O expulso Simeone tinha 12 anos. Aos 46, técnico do Atlético de Madri, mandou gandula lançar bola em campo para frear ataque do Málaga mês passado. Feio.

Treinador do Real Madrid, Zidane, 43 (fará 44 em junho), tinha também 12 quando foi gandula da final da Eurocopa 1984 – França 2×0 Espanha em Paris.

Há vídeo seu neste histórico jogo:

Jogadores de destaque, técnicos de destaque e capitães da seleção.

Quando encontrar un chico o chica con una pelota bajo el brazo, lembre.


Muito antes de Branco. A água batizada que quase matou Passarella em 1986
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Tales Torraga

A Argentina futbolera viveu a madrugada com ansiedade para ver Daniel Passarella no filme '1986, La História Detrás de La Copa', mostrado em trechos na TV Pública.

Esta é a história mais louca (da louca história) da seleção.

Os 30 anos passados reforçaram a desconfiança de Passarella ter sido envenenado para não jogar aquela Copa. Sua ausência abriu espaço para o comando de dois desafetos seus. O técnico – e médico – Carlos Bilardo e o capitão Diego Maradona.

O filme está no ponto e aqui.

A produção deu voz a todos e trouxe novidades. Bilardo: ''Buscamos os melhores médicos do México''. Passarella: “Procurei outras opiniões. Descuidaram de mim”.

Seu pai apontou que realmente deram algo ao filho para sacá-lo. “Injustiça”, disse o preparador de Maradona. “Temíamos por sua saúde”, contou o atacante Valdano.

Quem atacou com firmeza Bilardo e seu corpo médico foi o goleiro Pato Fillol, também afastado daquele grupo antes de ir ao México: ''Bilardo levou Daniel e lhe deu um purgante que o tirou da equipe. E quase o mata'', falou ao jornal ''La Voz''.

''É literal, todos sabemos, porém ninguém se anima a dizer. Eu não tenho problema. Onde esteve Passarella durante o Mundial? Internado com um diarreia infernal. Perguntem a ele ou aos que foram vê-lo. Sou um dos poucos que contam.''

Passarella foi capitão da Argentina campeã da Copa de 1978 – condição que abusava ao moer os rivais a patadas, codazos y 'donde gustes y cuando quieras'.

Daniel em 1985 fora também o herói da classificação da Argentina para a Copa do Mundo no México no dramático 2×2 com o Peru em Núñez. Mas sua presença em 1986 expandiria o legado do antecessor César Menotti, o que Bilardo não queria.

Personagem fundamental para entender tudo isto é Raúl Madero, técnico da seleção em 1986, ouvido recentemente pela revista 'El Gráfico'.

''Passarella tomava whisky e pensava que os cubos de gelo não iriam fazer nada.''

''Faltava recuperar quilo e meio, e Bilardo lhe disse que o titular era ele.''

''Antes do jogo contra a Itália, Carlos falou: 'Está aqui sua camisa, se é profissional e está se sentindo bem, me diz e joga. 'Não, com os italianos se faço uma besteira, eles me pintam a cara, espero outro jogo', respondeu Passarella.''

''Depois do 1×1 com Itália, trabalharam os que não haviam jogado. Foi um treino intenso, com calor, e ele queria se meter. 'Não brinque, vai ter problema. Vou quebrar uma garrafa na sua cabeça, se disse para não fazer, é para não fazer.''

''Não me deu bola, foi falar com Bilardo, se meteu e machucou a panturrilha. Depois, se recuperou e Bilardo lhe disse outra vez, 'Se sentir bem, te ponho na semifinal'. Nem quis saber. Fomos campeões e nem cumprimentou. Un tipo muy jodido.''

A polêmica antecedeu o que ocorreria em 1990, quando, segundo Maradona, um massagista argentino deu água com tranquilizante ao lateral-esquerdo Branco em plena oitavas Brasil x Argentina – tudo sob instrução do técnico e médico Bilardo.

Re complicados, che.


Adversário do São Paulo, Atlético Nacional vai perder goleiro para o River
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Tales Torraga

Excelente goleiro do Atlético Nacional, o argentino Franco Armani, 29 anos, será o novo reforço do River Plate. É o que o informa o jornal ''Clarín'' em Buenos Aires.


Armani a princípio defenderia o Atlético Nacional até o fim da Libertadores. Enfrenta o São Paulo nas semifinais em 6 e 13 de julho. ''Mas no futebol tudo pode mudar'', publicou o ''Clarín'' em declaração atribuída a uma pessoa próxima ao goleiro.

Preponderante será a vontade de Franco – interessadíssimo em jogar no River, que perdeu Marcelo Barovero recentemente. Armani pediu para o Atlético não renovar o contrato depois de junho, deixando em aberto sua saída imediata da Colômbia.

Na Argentina, tal adeus repentino se justifica pela grandeza do enorme River Plate, que exatamente hoje (25) completa 115 años. Que los cumplas felí, Millo querido.

Segundo o ''Clarín'' – jornal argentino mais lido e confiável, sempre com ótimas fontes – já houve positivas reuniões entre o River e o representante do goleiro, e a contratação será decidida quando o presidente do clube portenho voltar da Europa.

Armani é de Casilda, a 70 quilômetros de Rosário. Seu único clube profissional na Argentina foi o Ferro Carril Oeste. Na base, defendeu o Estudiantes de La Plata.

Está no Atlético desde 2010. Pelo clube, jogou, e muito bem, a final da Sul-Americana conquistada pelo River em 2014 em noite de gala e fiesta em Núñez.

Neste ano, bateu o recorde de goleiro menos vazado da história da Libertadores. Passou toda a fase de grupos e a primeira partida das oitavas sem levar gols.

Contra o Rosario Central, brilhou com defesas épicas. Sem exagero. Só ver aqui.


Filme sobre a Copa de 1986 estreia em Buenos Aires. Veja primeiros trechos
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Tales Torraga

Maior conquista do futebol argentino, o Mundial de 1986 é revivido com especial interesse em Buenos Aires pelos 30 anos da ''Copa que só Maradona ganhou''.

Sozinho não. Os argentinos celebram e até hoje aplaudem aquele grupo. Ressaltam apenas que ninguém, nem Pelé, conquistou um Mundial como Diegote em 1986.

Espetacular produção exibida na TV Pública argentina, o filme ''1986, La Historia Detrás de La Copa'' teve seus dois primeiros capítulos exibidos semana passada.

Amanhã (25) tem mais.

As séries já exibidas estão aqui. Desnecessário elogiar o cinema argentino – nas ficções ou documentários como este brilhante ''1986''. O capítulo 1:

O 2:

E um antecipo do 3:


20 anos do “Olé”, o provocador jornal que ‘espalha uma paixão’ na Argentina
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Tales Torraga

Rebelde e falastrão, o ''Olé'' deixa hoje (23) de ser adolescente. Completa 20 anos.

As ruas nesta segunda têm edição especial do jornal – 'diário', na Argentina.

'Compartimos a paixão' não é a frase linda que adorna nosso logo.  É uma forma de abordar o esporte. Com profissionalismo, mas também com viver, querer, sofrer.


Amamos o folclore do futebol sem permitir que esta palavra sirva para esconder as misérias da bola. Tentamos ser divertidos sem escapar da opinião ou do rigor. 

Nem melhores, nem piores. Distintos. E queremos nos renovar constantemente.

Ler o ''Olé'' faz parte da minha rotina desde 2010. Trabalhei com um ex-diretor do diário. Tento então passar a cor local portenha e a fama que o jornal tem no Brasil.

A primeira questão é a importância que a imprensa brasileira dá ao ''Olé''. Dos por tres: matérias citando desprezo, sarcasmo ou sensacionalismo de 'jornais argentinos' se resumem ao ''Olé'', que não é levado a sério nem no próprio país. O ''Olé'' é debochado. É jornal para se divertir, não para tentar entender o mundo.

É honesto também reconhecer que o ''Olé'' de três ou quatro anos para cá publica boas descobertas e conta com colunistas feras como o escritor Martín Caparrós, mesclando irreverência com conteúdo relevante e boa opinião a ser conferida.

Na parede da redação do jornal existia quadro determinando ''Proibido ser monótono, proibido carecer de fontes, proibido ter cabeça fechada''. Este, o espírito. Há ali excelentes jornalistas e a escola argentina de textos é das mais implacáveis.

Mas é tão coerente esperar equilíbrio do ''Olé'' quanto da TV Pirata.


Suas capas – muitas reeditadas e vendidas como pôster – são vistas em oficinas, restaurantes e mercadinhos. É a versão portenha da ''folhinha de borracheiro''. Muitas são mesmo um primor de criatividade. E a ironia aos brasileiros é casual.

Qualquer busca no arquivo do jornal encontra ainda mais pesadas gozações com alemães, espanhóis e portugueses. Ingleses? Ni hablar. Uma capa com Beckham e um dedo médio precisou ser recolhida depois de a embaixada do Reino Unido chiar.

O ''Olé'' tem circulação modesta: 70 mil exemplares diários, contra 500 mil do campeão de leitura ''Clarín''. São do mesmo grupo. O número deixa em evidência. Dão mais importância às bravatas do ''Olé'' fora da Argentina que no próprio país.

A cultura do papel é forte na Argentina. Os jornais são muito disputados em cafés e restaurantes de Buenos Aires, hoje nesta ordem: Clarín, La Nación, Crónica e Olé.

O deboche muitas vezes nem é bem visto na Argentina, país de fina ironia e constante histrionismo. Muitos veem o ''Olé'' como símbolo de decadência. ''Tudo a dois pesos, inclusive vulgaridade'', é a crítica comum dos velhinhos nos kioscos.

''O Olé reflete a mente de quem vai ao estádio, pessoas cuja única forma de alegria, de utopia máxima, é que seu time dê a volta olímpica. É uma das desgraças do nosso país'', declarou o escritor Fabián Casas ao suplemento cultural do ''Clarín''.

Outro pesado ataque ao ''Olé'' é a ''barra bravização'' da linguagem jornalística. A imprensa argentina é sisuda por tradição, daí as críticas e a razão de se ter diário mais leve, embora resvalando em mau gosto e ofensa. Hoje menos. Verdade.


A maior loucura publicada pelo ''Olé'' foi a capa de 31 de julho de 1996, ''Que venham os macacos'', anunciando a classificação argentina à final olímpica do futebol para enfrentar Brasil ou Nigéria. Aquele ouro ficou com a Nigéria de Kanu.

Hoje comentarista de TV, Mariano Hamilton foi o responsável pela manchete. ''Vi no dia seguinte. Foi uma cagada imensa. É a maior cagada da minha carreira. Se pensasse outra coisa, seria estúpido. No dia seguinte, fiz um editorial assumindo a responsabilidade e pedindo desculpas. Me arrependo. Falei com meus chefes.''

''Disse que se quisessem me mandar embora, que mandassem. Fiz o que tinha que fazer. Continuei no jornal anos mais. Sigo pagando por esta cagada e está bem.''


El Príncipe dijo adiós. As muitas lágrimas na comovente despedida de Milito
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Tales Torraga

Cerca de 50.000 almas estiveram na tarde deste sábado (21) no Cilindro de Avellaneda para decir adiós ao atacante Diego Milito, 36, seu maior ídolo recente.

Talvez de toda a história do Racing.

Houve muito, mas muito choro. Uma tarde vivida a full com toda a paixão argentina.

Como no abraço pós-jogo – pelo Argentino, 2×0 contra o Temperley, gol de Milito e outro de Romero – entre o goleiro Saja e Diego, craque também da Inter de Milão.


El Diego de la gente, o nome da autobiografia de Maradona.

El Príncipe Milito o tomou emprestado neste sábado.

Houve homenagem especial no minuto 22 – sua camisa – com chuva de papeis, muita fumaça e a aparição desta bandeira nas tribunas do estádio que é a sua casa.

A Milito no lo vamos a olvidar, gritaram com força. Não vamos te esquecer, Milito.

A paixão do Racing pelo Príncipe é tamanha que ele será nome de rua ao redor do Cilindro. Outro a batizar rua será o Mariscal Roberto Perfumo, morto há dois meses.


Fantástico: no próprio dia do adeus ao futebol, nasceu sua segunda filha, Morena.

Havia dúvida sobre se ele participaria ou não da partida da Copa Argentina na quarta-feira, mas depois da festa de hoje – e que fiesta… -, as chances são nulas.

Os vídeos da comovente tarde no Cilindro estão aqui.

Cerati já nos ensinou, Diegote. Poder decir adiós es crecer.


Vídeo: radialistas se beijam e socam cabine da Bombonera em vitória do Boca
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Tales Torraga

Galvão Bueno gritando ''É tetra!'' em 1994?

É com loucura muito maior que a Argentina toma o futebol.

Só ver, já no ponto, o impagável vídeo da cabine da Rádio Rivadavia.

Na Bombonera, no penal que classificou o Boca na Libertadores.

Da direita para a esquerda: Roberto Leto, Alfredo Nagode e Julito Pavoni.

Soco, berro, choro, beijo, tapa no vidro.

Torcida invadindo a cabine para abraçar os relatores.

E-petacular, diria Sorín.

Se na cabine foi assim, pensem na arquibancada.

Imaginate! Loco un poco, nada más.