Patadas y Gambetas

‘Uma mente especial’: o ex-jogador do Vasco que revelou Mascherano ao mundo
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Tales Torraga

Referência mundial do saber, a Argentina aplaude até hoje o inteligente brasileiro que impressionou o país com seu conhecimento e capacidade de ensinar: Delém, ex-jogador do Vasco e maior descobridor de talentos da história do River Plate.

Delém foi relembrado ontem (8) nos Estados Unidos, onde a seleção argentina disputa a Copa América. Seu pupilo mais famoso, o jefe Javier Mascherano, completou 32 anos. E fez questão de citar quem lhe abriu as portas do mundo.


Javier trocou Rosário por Buenos Aires em 1999, aos 15 anos. Delém, então com 64, o acolheu nas canteras do River. Enxergou em Masche uma miniatura de si – sagaz, interessada, desafiadora – e o ajudou a evoluir. Estreou primeiro na seleção profissional e depois no clube, o que infla ainda mais o imenso orgulho millonario.

Era 2003. Mascherano tinha 19 anos e já era chamado de Jefecito. O chefinho.

Hoje, tem mais partidas pela seleção argentina (124) que pelo Riverplei (71).

A vida de Delém – Vladém Lázaro Ruiz Quevedo – começou a cruzar com a sua quando o brasileiro trocou o Rio por Buenos Aires (e o Vasco pelo River) em 1961.

Revelado pelo Grêmio, foi atacante de brilho e por isso desembarcou em Núñez. Deixou o River em 1967. Apaixonado pela Argentina, voltou ao país em 1980 e viveu o resto de sua vida em Belgrano, nas cercanias do Monumental, onde descobria talentos, ensinava e cativava. Morreu de enfarto em 2007 longe do clube.

Então presidente, José Maria Aguilar o via como um profissional do antecessor.

A lista dos outros jogadores revelados por Delém no River dá noção da sua capacidade. Começa nos anos 70 – Beto Alonso – e atravessa os anos 90 e 2000: Ortega, Falcao García, Gonzalo Higuaín, Almeyda, Gallardo, Crespo, Aimar, Saviola, D'Alessandro, Solari, Cavenaghi e o goleiro Juan Pablo Carrizo são seus pupilos.

Sua atuação na base contrasta com a modesta contribuição dos jogadores brasileiros nas canchas argentinas, onde Delém também se destaca ao lado de Domingos da Guia, Paulo Valentim, Maurinho, Orlando Peçanha, Silas e Iarley.

Seu currículo de caça-talentos guarda um grande asterisco. É atribuída a ele a responsabilidade pelo River não contratar Messi: ''Como ele há vários aqui''.

Passado. No presente, seu discípulo veste a 14 do Barcelona justamente quando o clube vive o luto de quem mais brilhou com o número – Johan Cruyff. Na seleção, ni hablar. Esbanja a 'mente especial' vista por um perspicaz brasileiro antes de todos.


Opinião: Só a louca Argentina põe Messi no banco
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Tales Torraga

Buenos Aires enfim achou o lugar de Messi na seleção – no banco de reservas.

A Argentina tem o melhor jogador do mundo. E muitos querem que ele não jogue.

O que sabe o mundo do futebol? Só a Argentina sabe das coisas. Não o resto.

Buenos Aires vive realidade paralela.

O ufanismo, o triunfalismo e o patriotismo do último século, da imprensa inclusive, estão provocando uma massividade de mentes carentes de críticas nos argentinos.

Política e esporte, onde mais se nota. O futebol é escandaloso. Un quilombo total.

O triunfalismo te tira a ótica das coisas e te leva ao fracasso, já alertava o técnico Alejandro Sabella. ''Nasci escutando que éramos os melhores do mundo e não havíamos ganhado nada. É algo normal. É nossa jodida forma de ser.''

''Às vezes nos achamos mais do que somos. A realidade nos faz tocar o solo.''

La Nación

Muitos na Argentina criticaram José Pékerman por deixar Messi no banco. Isso foi há dez anos. E muitos detonaram e detonam Messi pela enana década de seleção.

Pékerman foi o melhor técnico argentino recente; o triunfalismo o arruinou, pena.

Deixar Messi no banco o coloca também em outra ótica. Ele é considerado, sim, o melhor jogador de todos na ótica portenha. Mas não no sentido bruto da palavra.

Ele deixa os demais abaixo de si porque não faz fumaça. Ano após ano, tenta se superar. E não se acha superior a ninguém. Nem dentro, nem fora do campo.

Quando Messi não está, cada um dá o seu melhor.

Quando Messi está, os demais descansam sua genialidade.

Seria bom: seus companheiros mais espertos e notando como jogam sem Messi para repetir com ele em campo e explorar seu talento.

(Já pensaram?)

Sem Messi, a Argentina joga mais relaxada, mais aberta e com muitas variantes.

Com Messi, poderiam dizer que a Argentina golearia o Chile.

Mas a opinião geral é outra.

Com Messi, a Argentina é maldita.

Uma equipe que não relaxa, que joga mais fechada, sem variantes e que perde a espontaneidade. O jogador intuitivamente busca Messi.

A Argentina ainda não aprendeu a jogar com Messi. Eis sua grande diferença para Maradona. Maradona ensinou a Argentina a jogar para si.

A Argentina tem um quebra-cabeça a resolver. E em curto prazo. A pressão está crescendo. E a presença de Messi está se tornando insustentável para ambos.

A seleção é tão atroz que Riquelme a renunciou duas vezes.

Tevez disse mais de uma vez que sofria com ela, principalmente depois de errar pênalti e ser sepultado.

Messi, a derrota é argentina. Sempre quem está fora é melhor.

Quer triunfar? Saia.


Sequer o entendem, quanto mais o aproveitam.

Como aproveitá-lo? Millonarios, distintos somos, cospem na sua cara no aeroporto.

Dizem que a seleção não o representa. Insistem que Messi não sente a camiseta.

Criticam Martino por errar em colocá-lo, ressaltam que Mascherano é único.

O único vencedor nesta seleção de perdedores.

O argentino não considera Messi um campeão porque é pouco expressivo e chora em silêncio. Mascherano sim é um herói. Prepotente ante cada rival que lhe cruza. Mostra seus sentimentos em cada jogada. É corajoso e chora em campo.

Não importa que nunca chute a gol e não dê assistências.

Não importa. Esse representa a camisa e merece respeito.

O talentoso não serve para nada.

Muito menos na derrota.

A última Copa América não mudou o olhar argentino sobre o Chile: é um rival inexpressivo. E ganhar por golzinho de diferença, e mostrando jogo anódino, monótono e apático, cheio de passes errados e ataques desperdiçados, mantém o cérebro coletivo conformista, enchendo-o de ilusões sem fundamentos sólidos.

''Jornalismo do dia seguinte'', chamam. Uma seleção que não encanta ninguém, mas conforma todo mundo, e deixa Buenos Aires com cara de sabichona, como na política: ''Hay que esperar, che. Vamos de menor a mayor y seremos campeones''.

Esperar o quê? Que passe a dor de Messi e ele ponha algo de qualidade com uma garoa aqui outra ali, porque seus colegas vão te devolver um tijolo nos pés?

Estação José Hernández do subte portenho: homenagem a Messi

Esperar que todos os adversários joguem tão mal como o Chile, por milagre de Nossa Senhora de Luján? Assim pensadores incentivam a ilusão portenha.

* Por Tales Torraga. Cinco últimos anos em Buenos Aires na busca única por histórias na UBA, Villa Freud e Plaza de Mayo. Com o coração sempre em Núñez.


Argentina de Martino surpreende: ganha mais sem Messi que com sua presença
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Tales Torraga

Messi foi poupado e não jogou nem um minuto sequer nesta segunda-feira (6) na vitória da Argentina por 2×1 contra o Chile na estreia da seleção na Copa América.

Impressionante. Com o resultado, a Argentina na Era Martino carrega agora 11 jogos sem Messi como titular (entrou e jogou pouco em duas ocasiões).

São 8 vitórias, 2 empates e só 1 derrota, para o Equador, nas Eliminatórias.

É verdade que, sem Messi, ganhou de Bolívia, Hong Kong e El Salvador.

Mas ganhou também da Alemanha em amistoso por 4×1 e 1×0 da Colômbia em Barranquilla nas Eliminatórias no fim de 2015.

Com Messi titular em 11 jogos, 6 vitórias, 3 empates e 2 derrotas.

Pelos números, e pela fragilidade dos próximos adversários, Panamá (sexta) e Bolívia (terça), a Argentina já cogita deixar Messi tranquilo para se curar totalmente da pancada na lombar e voltar a jogar apenas nas quartas-de-final, no dia 18.


O substituto de Messi contra o Chile foi Nico Gaitán, ex-Boca, hoje Benfica. Atuou bem por 87 minutos e foi substituído no fim pelo volante Kranevitter. Cabeceou no travessão e trocou de lado com Di María no decorrer do jogo. ''Gaitán joga como Gaitán'', tentou definir Martino dizendo que ele não executaria as funções de Messi.

A Argentina foi sempre superior ao Chile e só precisou de maior eficiência ofensiva para ganhar sem sustos. A emoção veio de Di María, autor do primeiro gol (o segundo foi de Banega). Dedicou-o à avó, que morreu justamente nesta segunda.

Estava muy emocionado, El Fideo (macarrãozinho) Di María. Chorou demais.


Cinco razões para acreditar que a Argentina será campeã da Copa América
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Tales Torraga

Nesta segunda (6), às 23h, em Santa Clara, a Argentina estreia na Copa América contra o Chile – de amargas lembranças pela derrota na última final da competição.

Lucas Biglia, Ezequiel Lavezzi, Pulga Messi e los ángeles Di María e Correa

23 horas para ver os 23 anos da fila que perturba uma geração.

O último título argentino, vale reforçar, ocorreu em 1993, também em Copa América.

Dois ouros olímpicos desde então, 2004 e 2008, verdade, mas entre profissionais é muito tempo, uma eternidade, sem conquistas em país tão apaixonado e exitista.

Ao menos em Buenos Aires, a Argentina é, mais uma vez, praticamente obrigada a voltar ao título. Com legião de craques e líder do ranking da Fifa. Qué más querés?

Listamos cinco motivos para acreditar em um – finalmente… – final feliz argentino:

1) VINGANÇA. Nesta Copa América, são 16 os argentinos que há um ano perderam a final para o Chile depois de 0x0 e pênaltis na triste noite de sábado em Santiago.

E 11 do vice no Mundial do Brasil. A urgência de conquista faz jogadores veteranos (Mascherano, 32, Lavezzi, 31, Romero, 29…) lidar com pressão extra. Sabem que estão cada vez mais perto de encerrar a história na seleção. E sem títulos.

2) SUPERATAQUE. É a maior geração de delanteros argentinos na história. Messi vem de 41 gols na temporada – e jogou de forma menos artilheira no Barcelona.

Higuaín (38), Agüero (24), Di María (15 gol e 24 assistências), Gaitán (11) e Lamela (10) vêm de atuações que condizem com a fama. A confirmá-la agora na seleção.

3) TATA MARTINO. Está pouco menos criticado na Argentina que Dunga no Brasil. Seu cargo está exposto na Copa e qualquer fracasso põe em risco sua sequência.

Martino reconhece: ''Se não ganho a Copa, ileso não saio'', mas sua atitude nos bastidores é positiva. Ficou sem receber salários por quatro meses. E sem chiar.

4) MESSI. Ele é o ''começo e o fim da ilusão do país''. Capitão e maior craque de qualquer grupo, é observado por todo o mundo e pressionado por finalmente render na seleção como no Barcelona. Como se a qualidade dos colegas fosse a mesma.

Está longe do melhor. Golpeado fisicamente (dores na lombar) e psicologicamente (conflitos recentes com a Justiça e com o pai). Resta saber como será sua versão, se mais artilheira ou passadora. 50 gols na seleção, está a 4 do recordista Batistuta.

5) REBELDIA. A seca é teste de orgulho e patriotismo para esses jogadores.

Nada mais argentino. Coronados de gloria vivamos o juremos con gloria morir.

Mesmo atletas de recente chegada à seleção – Funes Mori, Mercado, Kranevitter, Lamela e Gaitán, por exemplo – sabem que a dívida é de todos, e que pôr a cara faz parte da rotina desde cedo. Todos vão se matar. Ninguém vai se esconder.

Os 23 argentinos que a partir de hoje vão jugar el corazón:


Papa Francisco gesticula e brinca com título perdido pelo San Lorenzo
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Tales Torraga

Ontem (3), depois de uma missa no Vaticano, o papa Francisco balançou a cabeça e respondeu com esta brincadeira a um grito de um torcedor do San Lorenzo.

O vídeo é o furor sábado na Argentina – já acostumada com as brincadeiras de Jorge Bergoglio com o clube, mas sempre se divertindo com sua paixão pelo time.

O San Lorenzo vem de derrota na final do Campeonato Argentino. Foi massacrado por 4×0 pelo Lanús no último domingo. Poderia tranquilamente ter sido 6×0 ou 7×0.


Modo Corinthians 77: Argentina abre Copa América chorando 23 anos de fila
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Tales Torraga

Louca, desesperada por um título.

Melhor definição não há para a Argentina que nesta segunda (6), às 23h (de Brasília), estreia na Copa América contra o Chile, algoz da final do ano passado.

A última conquista profissional faz 23 anos em 2016. A Copa América de 1993 com Goycochea (!) no gol, Simeone (!!) no meio de campo e Batistuta (!!!) no ataque.

São 23 anos que formam a fila mais famosa do futebol brasileiro, a do Corinthians entre os títulos paulistas de 1954 (conquistado em fevereiro de 1955) e 1977.

A diferença é óbvia: clubes competem muito mais que seleções.

Neste pós-1993 a Argentina conquistou dois ouros olímpicos (2004 e 2008) e chegou ao vice da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Mas segue sin Copas, e ainda mais machucada.

Os argentinos ''filhos da fila'' nas últimas edições da Copa América:

2015 (DISPUTADA NO CHILE)

Rojo, Mascherano, Demichelis, Romero e Otamendi; Messi, Di María, Agüero, Biglia, Zabaleta e Pastore. Técnico: Tata Martino.

1ª fase: 2×2 Paraguai, 1×0 Uruguai, 1×0 Jamaica
Quartas: 0x0 Colômbia (5×4 pênaltis)
Semi: 6×1 Paraguai
Final: 0x0 Chile (1×4 pênaltis)

2011 (ARGENTINA)
Gabi Milito, Cambiasso, Romero, Burdisso e Rojo; Messi, Tevez, Zanetti, Banega, Lavezzi e Mascherano. Técnico: Checho Batista

1ª fase: 1×1 Bolívia, 0x0 Colômbia e 3×0 Peru
Quartas: 1×1 Uruguai (4×5 nos pênaltis)

2007 (VENEZUELA)
Riquelme, Milito, Abbondazieri, Ayala, Zanetti e Heinze; Messi, Crespo, Cambiasso, Mascherano e Verón. Técnico: Coco Basile.

1ª fase: 4×1 EUA, 4×2 Colômbia e 1×0 Paraguai
Quartas: 4×0 Peru
Semi: 3×0 México
Final: 0x3 Brasil

2004 (PERU)
D'Alessandro, Lucho, Ayala, Sorín, Tevez, Mascherano, Coloccini e Zanetti.

1ª fase: 6×1 Equador, 0x1 México, 4×2 Uruguai
Quartas: 1×0 Peru
Semi: 3×0 Colômbia
Final: 2×2 Brasil (2×4 pênaltis)

O time da final: Abbondanzieri; Coloccini, Ayala e Heinze; Zanetti, Mascherano, Lucho Gonzalez (D'Alessandro) e Sorín; Rosales (Delgado), Tevez (Quiroga) e Kily Gonzalez. Técnico: Marcelo Bielsa.

2001 (COLÔMBIA)
Alegou falta de segurança com a guerra civil no país e não disputou.

1999 (PARAGUAI)
Sorín, Ibarra, Riquelme, Ayala, Burgos e Samuel; López, Simeone, Palermo, Ortega e Zanetti. Técnico: Marcelo Bielsa

1ª fase: 3×1 Equador, 0x3 Colômbia, 2×0 Uruguai
Quartas: 1×2 Brasil

1997 (BOLÍVIA)
Rotchen, Calderón, Roa, Pellegrino, Zapata e Vivas; Bassedas, Cardoso, Delgado, Gallardo e Cardozo. Técnico: Daniel Passarella

1ª fase: 0x0 Equador, 2×0 Chile, 1×1 Paraguai
Quartas: 1×2 Peru

1995 (URUGUAI)
Cáceres, Cristante, Zanetti, Chamot, Ayala e Perez; Borrelli, Simeone, Batistuta, Balbo e Gallardo. Técnico: Daniel Passarella.

1ª fase: 2×1 Bolívia, 4×0 Chile, 0x3 EUA
Quartas: 2×2 Brasil (2×4 pênaltis)


Candidatos a Patón Bauza: 7 bons técnicos argentinos livres no mercado
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Tales Torraga

O bom Edgardo Bauza no São Paulo baja un cambio e reverte la mala onda do Brasil com técnicos argentinos. Ricardo Gareca no Palmeiras e Daniel Passarella no Corinthians? Olvidate.

Querés hermano? Inteligência e emoções. Seguro.

ALEJANDRO SABELLA (61 anos, seleção argentina 2014)

Desde a Copa de 2014 não trabalhou mais – muito por conta de problemas de saúde que a família não revelou. Comprovada inteligência e capacidade de unir grupos. Intelectual, profundo, de altíssimo nível. Era a cabeça de Passarella nos esquadrões do River Plate. Exigiria grande cacife financeiro.

ARIEL HOLAN (55 anos. Atual clube: Defensa y Justicia)

É o técnico do momento no futebol argentino – elogiado por todos os outros e também pelo sempre atento Javier Mascherano. Comanda um time nanico. Foi treinador da seleção de hóquei na grama e é novato no futebol. Tem incomum (e eficaz) método de treino e jogo e está muito alinhado com ciência e tecnologia.

CARUSO LOMBARDI (54 anos. Último clube: Sarmiento)

É o primeiro escolhido pelos clubes que querem fugir do rebaixamento – especialmente os que precisam de um treinador dessa característica no decorrer do campeonato. É polêmico e tem ideias muito contestadas como pôr Messi no banco da seleção. Ma lucazo. Saiu na mão com a torcida em um posto de gasolina e já brigou na rua com um assistente desafeto ao sair de uma TV,.

DIEGO COCCA (44 anos. Último clube: Racing)

Treinador que preza pelo controle de bola e por gerar muitas situações de gol, Cocca saiu em alta do Racing. No fim do ano passado, deixou o clube depois de classificar-se à Libertadores ao vencer o rival Independiente. Teve bom aproveitamento por lá: 40 vitórias (14 empates e 15 derrotas) em 69 jogos. Dos maiores galãs do esporte argentino.

HERNÁN CRESPO (40 anos. Último clube: Modena-ITA)

Dos melhores atacantes de sua época, está começando a carreira de técnico e diz que se prepara para ser melhor treinador do que foi como atleta. Seria um mago das pranchetas. Por enquanto, mais uma aposta e reforço midiático do que necessariamente escolha de comprovada capacidade no cargo.

JORGE SAMPAOLI (56 anos. Último trabalho: seleção do Chile)

Levou o Chile a onde o país jamais havia chegado. Negociaria estrutura e verba compatíveis ao prestígio. O Flamengo o tentou e caiu na real com um ''pedido absurdo'', depois comentou. Prefere times de segundo escalão que possam vencer os favoritos – referência pessoal? Vive para o futebol e para o rock argentino.

MARCELO 'LOCO' BIELSA (60 anos. Último clube: Olympique de Marselha)

Ex-treinador da seleção argentina e do melhor Newell's da história, é profundamente respeitado no país – mas de trato muy dificil. Vive 100% para o futebol e exige o mesmo de quem está ao redor. Seria uma mudança de cultura no futebol brasileiro, que deveria moldar-se a ele, não o contrário, pois Loco que se preza não tem apego por cargos. Daria meia-volta de una. Así es.


Ex-Flamengo, Fillol tenta socorrer os ‘quebrados’ campeões da Copa de 1978
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Tales Torraga

Campeã do mundo para alegria da ditadura, a Argentina de 1978 pede socorro. Quem abre o jogo é Ubaldo 'Pato' Fillol, ex-goleiro do Flamengo e daquela seleção.

''30, 40% desses rapazes passam necessidades e não têm cobertura médica'', diz El Pato, 65, que cogita carreira política para ajudar os amigos – alguns, na real miséria.

Eis entrevista de Fillol à Radio Belgrano esclarecendo o drama daqueles atletas e explicando que a situação se repete também com campeões de 1986 – entre eles, Ricardo Bochini, maior ídolo do Independiente, em notória briga com o bolso.

Seguiram ganhando dinheiro depois de parar de jogar: Fillol, Alonso, Passarella, Kempes, Ardiles e La Volpe. Em maior ou menor grau, os outros 16 hoje receberiam correndo qualquer subsídio do governo, dos clubes ou das associações.

Ao menos Buenos Aires não nutre carinho pela seleção de 1978. Basta ver esta inacreditável foto de uma ''homenagem'' armada por Daniel Passarella no vazio Monumental de Núñez em 2013. Lembrar a Copa é, olvidate, reviver o terrorismo.

Falam até de maldição em cima daqueles que chutaram uma bola ensanguentada e saíram campeões sobre cadáveres na insana Copa dos argentinos desaparecidos.

Os atletas refutam qualquer associação com o regime. “Nós arrebentamos o c. em campo contra times muito fortes. Não merecemos isso'', desabafa o então atacante Bertoni. ''Eu era jogador. Não um militar ou montonero [guerrilha urbana].''

Passarella, Bertoni, Olguín, Tarantini, Kempes e Fillol; Agachados: Gallego, Ardiles, Valencia, Ortíz e Galván

Se tempo cura feridas, as do Mundial 1978 seguem escancaradas, mostra este filme.


Calleri: “Se Deus quiser, em agosto ou setembro já vou estar na Europa”
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Tales Torraga

A torcida do São Paulo já pode começar a se despedir do atacante Jonathan Calleri.

Na noite desta terça (31) foi reproduzida na Argentina sua entrevista à atração Hay Alargue (Há Prorrogação), da Radio del Pueblo, de Buenos Aires: ''Se Deus quiser, em um mês sai a cidadania e fico apto, em agosto ou setembro, para jogar em qualquer clube da Europa sem o cupo [contingente de estrangeiros]. É meu sonho''.

Despistou sobre o time para o qual vai.

Há poucos dias, tanto Buenos Aires quanto São Paulo divulgaram que trata-se do Tottenham (Inglaterra), que tem um técnico argentino, Maurício Pocchetino. A possibilidade inicial – ainda vigente – é a Inter de Milão da lenda Javier Pupi Zanetti.

Embora inegavelmente pense no que está por vir, Calleri descarta antecipar a saída: ''Trato de pensar no São Paulo, dei minha palavra de ficar até o final. Vou cumprir''.

Ex-jogador do Boca Juniors, segue lamentando não estar ao lado do Riachuelo na reta final da Libertadores, embora o discurso seja cortadito – café com leite:  ''Gostaria de seguir e lutar pela Libertadores, mas não deu. Esse era meu sonho, mas o apoio que tinha dos dirigentes e do corpo técnico se foi aos poucos. Tive a chance de ir a outro clube. A escolha foi correta. Estou feliz no São Paulo agora.''

A Bauza, só elogios, não oscilações: ''Não é casualidade o que consegue. É uma pessoa muito tranquila, que sempre está com a mesma calma ainda que faltem 15 minutos para ficar fora. Isso mantém o grupo sereno. Talvez não tenha um plantel com grandes figuras, mas ainda assim é um time com vontade de fazer história''.

Calleri disse também que vê, hoje, o mais forte São Paulo: ''Estamos no melhor momento, é um time diferente de quando cheguei, se nota a mão do treinador''.

''Os jogadores têm muita técnica, faltavam estar ordenados taticamente. Hoje não vão todos ao ataque, somos mais conservadores''.

O atacante está na Europa para tirar seu passaporte e viabilizar a transferência. Deve ser desfalque nos próximos dois jogos do Campeonato Brasileiro.

Seu áudio no Hay Alargue está aqui. A entrevista começa no minuto 22.


Novos Calleri e Pratto: 5 atacantes argentinos que cairiam bem no seu time
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Tales Torraga

Encerrado domingo (29), o Campeonato Argentino dominado e conquistado pelo Lanús teve média de gols pouco superior à do Brasileiro 2015: 2,50 gols contra 2,36.

Se há carência ofensiva no Brasil, há um próspero 'pé-de-obra' no país vizinho sempre carente por ofertas que ajudem a re complicada economia dos clubes.

Candidatos a novos Calleri ou Pratto, os cinco melhores atacantes do Argentino são:

JOSÉ SAND (Lanús)
35 anos, 1,82 m e 76 kg – 15 gols em 17 jogos
A idade avançada não assusta: está excelente fisicamente e pode ser atraído por um vantajoso último contrato de carreira. Pepe Sand é o próprio camisa 9: seus 15 gols saíram na área, sendo 3 de cabeça. Bom também para desarmar e dar combate.

RAMÓN ÁBILA (Huracán)
26 anos, 1,75 m e 74 kg – 11 gols em 15 jogos
Desejado pelo Boca Juniors e pelo amigo Carlitos Tevez, é comparado a Batistuta. Seu estilo é mesmo semelhante. Potente e ambidestro. 5 gols com a esquerda, 4 com a direita, 2 de cabeça. Bolso cheio: o Huracán quer US$ 8 milhões por ele.

FABIÁN BORDAGARAY (Defensa y Justicia)
29 anos, 1,73 m e 71 kg – 9 gols em 16 jogos
Joga limpo, é disciplinado e chuta bem de longe. Seus 9 gols foram feitos em só 16 tentativas. Começou no caótico River da Série B. Não se assusta com qualquer desafio. Está solto no mundo. Passou por cinco clubes nos últimos três anos.

EZEQUIEL RESCALDANI (Quilmes)
23 anos, 1,91 m / 83 kg – 7 gols em 13 jogos
Típico jogador argentino, de raça e muita entrega. Criado no Vélez Sarsfield, já jogou nas seleções de base e no Malága, clube ao qual ainda tem contrato, embora não descarte seguir na América do Sul. O Gimnasia tem interesse público nele.

JAVIER TOLEDO (San Martín de San Juan)
30 anos, 1,90 m e 89 kg – 8 gols em 15 jogos
Teve mais faltas cometidas (36) que sofridas (26) e abusa do seu físico. Compensa a lentidão com proteção de bola, envergadura e força. Pego no doping por substância usada em tratamento na lombar. Fez 8 jogos no Atlético-PR em 2010.